domingo, 31 de maio de 2015

31.05.2015 Tela de vidro


Tempo perfeito, da janela do carro logo de manhã eu já quis garantir a foto do dia, uma fusão de coisas que amo: Gotas, vidro, árvores, tempo nublado, frio. Tudo misturado  e o desfoque deixa a foto meio abstrata. 





Post nº 152 e metade do ano já se foi. Espero que nesse segundo semestre as coisas melhorem pro ano poder ser digno. 

sábado, 30 de maio de 2015

30.05.2015 O sal da terra


Eu nunca gostei de aquários, mas faz anos que em casa convivo com essas criaturinhas. Esses ai são de água doce. O que eu acho divertido é como eles gostam de se exibir sempre que notam ter a atenção de alguém. Claro que fazem isso talvez para tentar ganhar algum petisco, mas nem por isso deixa de ser engraçado. Decidi que hoje a foto seria deles. Não estava em condições de elaborar uma foto pois ainda estava chocada com as maravilhosas imagens que vi no filme "O sal da terra" o documentário que mostra a trajetória de Sebastião Salgado com suas fotografias ao redor do mundo. Comecei a assistir o filme uns dias atrás, mas tive de interromper. Hoje retomei e me emocionei, que história incrível, que talento impressionante. A mensagem transmitida... tudo ali é bem composto. Impossível não ser impactado com as imagens que Sebastião captou.  O poder critico de uma fotografia. A profundidade de um olhar. Desde que vi uma reportagem sobre o filme eu fiquei curiosa pra conferir e a espera valeu a pena. Não só pelas fotografias, mas pelo significado que elas carregavam, as condições em que foram registradas, e a preocupação do fotografo em trazer uma outra realidade a tona. Me apaixonei por esse trabalho. A parte mais critica sobre as condições desumanas de vida na África são perturbadoras. Achei que a partir dali o filme seguiria até um desfecho ressaltando o lado mais cruel da vida. Porém o filme termina focando na esperança. E Sebastião passa ali algo do qual sempre acreditei ser uma das soluções para que o mundo se torne um lugar melhor: O contato com a natureza. O trabalho de reflorestamento que foi feito em ES me emocionou. É tão precioso se recuperar a vida de um lugar, trazer de volta a natureza das coisas, e estar ali em meio a esse desenvolvimento, acompanhando o processo e ver os frutos. Isso é algo que enche meu coração. Sinto que precisamos disso, dessa proximidade, desse entendimento e respeito, lembrar da origem da vida e assim aprender o que realmente importa. A natureza vista não só como um recurso a ser explorado, mas como uma parte de nós. Creio que boa parte da culpa do homem se deixar ser escravizado pelo próprio ego é ter perdido a sensibilidade de ver que a vida é mais que dinheiro, beleza, poder.
 E sinto que essa sensibilidade que foi perdida se encontra nas coisas mais primitivas das quais já não damos importância. Como se fossemos adolescentes rebeldes e mal agradecidos que repudiam todo o esforço dos pais, ingratos, como se nunca fizessem o bastante. É isso que vejo em relação a mãe natureza. Somos filhos desnaturados no sentido mais profundo da palavra. É vergonhoso. Não sabemos nem mesmo ver nossa espécie como uma família. Criamos hierarquias, castas, cargos, preconceitos que se sobrepõe ao fato de sermos todos humanos, iguais. A empatia está sendo extinta assim como tantas árvores e animais por ai... tudo sendo destruído em prol de um "benefício" desproporcional. Vejo que a natureza proporciona a conscientização do lado mais puro, da essência da vida, que tem a capacidade de nos transformar. Temos dentro de nós a força para amar e destruir. A maioria das vezes por amor nos tornamos dispostos a destruir o que for preciso para alcançar um objetivo. E a partir daí deixamos de questionar os meios que usamos para suprir nossa vontade. E de tanto olhar mais longe ficamos cegos. De sorte que alguns de nós sabem olhar as coisas de perto e dedicam a vida para abrir os olhos das pessoas. Sebastião é alguém assim, seu olhar e o obturador da câmera conseguem nos fazer ver aquilo que muitas vezes esquecemos, aquilo que realmente importa, a essência da vida, mesmo que de maneira bruta, de forma triste, ou de forma branda e delicada, nos coloca de volta em contato com aquilo que perdemos, através do trabalho dele, da arte. Um outro meio que também nos conecta a essência da vida, que nos desperta, que nos convida a ver o mundo de outra maneira.

Achei que essa citação bíblica encaixa bem:

"Vocês são o sal da terra. Mas, se o sal perder o seu sabor, como restaurá-lo? Não servirá para nada, exceto para ser jogado fora e pisado pelos homens. Vocês são a luz do mundo. Não se pode esconder uma cidade construída sobre um monte. E, também, ninguém acende uma candeia e a coloca debaixo de uma vasilha. Ao contrário, coloca-a no lugar apropriado, e assim ilumina a todos os que estão na casa. Assim brilhe a luz de vocês diante dos homens, para que vejam as suas boas obras e glorifiquem ao Pai de vocês, que está nos céus".
Mateus 5:13-16              

sexta-feira, 29 de maio de 2015

29.05.2015 Liba


  

Mais um dia de rolê. E o destino foi São Paulo. Desta vez a parada foi no bairro da Liberdade. A ida foi bem tranquila, mesmo estando acompanhada, foi possível ter meu tempinho de leitura no vagão. A "liba" é um lugar mágico. Me lembro da minha decepção na primeira vez que pisei ali, esperava algo super elaborado e a realidade era outra. Fui até alertada na época: "leve a câmera se quiser, mas não vai ter muito do que tirar foto". E pior que naquele dia não tirei fotos de lá mesmo. Em compensação acabei comprando várias porcarias e isso sim não deixou nada a desejar, a variedade de coisas legais me fez torrar uma bela quantia e ainda consegui sair de lá passando vontade. Algo que gostei desde a primeira vez foi ver uma cultura que lutou para ser conservada e que ganhou seu espaço. Gosto muito de como os orientais tem esse cuidado de manter as tradições. Hoje fui lá matar a saudade, desta vez encarregada de apresentar o bairro. Claro que o primeiro destino após sair da estação foi Sogo Plaza: o paraíso das tranqueiras kawaiis. A missão era comprar uma típica sombrinha japonesa, pra repor a sombrinha da minha mãe que quebrou. Achei logo de cara o que queria e ai passei a interpretar o papel de guia turística e fui mostrando as lojinhas. Bem tentador pois nessa acabei vendo tanta coisa interessante que eu nem sabia que queria rsrs tentei ser breve para não acabar me deixando seduzir por tantas coisas legais. Guiar alguém exigente não é fácil. Mas foi bom ter companhia e rir um pouco. Vi tanta coisa pra tirar foto, que eu não acreditava como eu não tinha fotografado nada da primeira vez. Os graffitis, o "Torii" (portal da liberdade) e os tradicionais postes estilo oriental que cobrem as ruas com sua cor vermelha, artes de rua e coisas sem nexo que me chamavam atenção, a arquitetura das igrejas!... mas o mais louco foi recordar o quanto isso passou batido na visita anterior, quando tive a oportunidade de registrar tanta coisa e desperdicei o tempo com compras sem dar a devida atenção a nada ao meu redor. E hoje de repente tudo me parecia tão "fotografável".
Catedral Metropolitana de São Paulo
Infelizmente ai pesou o fato de não estar sozinha. Nem todo mundo entende essa necessidade de querer tirar fotos, portanto não tem a noção de que enquadrar/compôr uma imagem pode não ser tão fácil/rápido (e eu que sou ruim preciso de vários disparos até ficar do gosto) daí que nesse processo surge a impaciência. Tentei colaborar. Levei em consideração que não era mesmo justo, eu estava ali pra mostrar o lugar e não pra o descobrir. Resultado: racionamento de fotos. Menos de dez cliques no total, felizmente alguns deles foram certeiros. Não tiro fotos com o objetivo e urgência de atualizar redes sociais. É algo importante pra mim, tento captar não só a imagem, por isso sou um tanto exigente. De modo geral foi válido abrir mão de algumas coisas em prol do papel de guia turística, e até que foi divertido, geralmente estou no papel inverso. Por fim aprendi algumas coisas com o dia de hoje: Racionar o número de fotos me obriga a ser mais precisa, embora ainda falho nisso, sei que serve de treinamento pra melhorar no futuro. Ser pontual é uma qualidade injusta. Andando de metro você descobre o quanto uma pessoa pode ser fresca. Ler em meios de transporte faz o tempo parar e passar mais rápido ao mesmo tempo. O joelho travado me fez vivenciar o que o Saci passa ao descer/subir escadas. Ser educada com estranhos causa espanto, o que me faz reforçar a ideia de que boa parte das pessoas criaram imunidade a gentileza. Não presto como guia turística. Superar a desnecessária empolgação exagerada e meu estado de boba alegre, num ambiente em que se é convidativo ter tal atitude, me permitiu parecer gente. Estar num mesmo lugar com uma mentalidade diferente faz o lugar parecer outro. Rolês com potencial fotográfico: antes só do que bem ou mal acompanhada. 

quinta-feira, 28 de maio de 2015

28.05.2015 Artificial

Sou apaixonada por dias nublado/garoa. Me deixam mais animada e foi por isso que hoje resolvi dar uma saidinha. Fui ao sebo e doei uma boneca antiga (a mesma desse post) achei que seria legal deixá-la ali já que os brinquedos antigos ficam expostos. Assim várias pessoas poderão vê-la e eu posso matar as saudades sempre que quiser. A visitinha lá hoje foi rápida, pois semana que vem tenho que passar lá de novo. Depois fui no Museu da Companhia Paulista, mais um museu ferroviário, desta vez em Jundiaí. Eu achei bem legal, tinha bem mais coisas que o museu de Indaiatuba, várias peças interessantes, com bastante variedade e miniaturas de trens maravilhosas. Porém perdia feio no quesito informativo, com muito menos conteúdo. Tinha uma excursão escolar lá e a agitação dos adolescentes ajudou a camuflar as fotos que tirei escondido, mas também me atrapalhou na hora de conhecer melhor o lugar. Mesmo assim foi bacana, não me arrependi de ter ido conhecer. Eu ia postar uma foto das coisas legais que vi por lá, mas como já postei da última vez, resolvi colocar essa das flores artificiais que vi numa loja. Eu não sou fã de flores artificiais, mas também não gosto de quando flores são arrancadas para ficarem de enfeite e acabam morrendo por mero capricho. Eu gosto mesmo é de vaso com terra, com flor brotando. Mas entendo que nem sempre fica viável. Minha avó materna tem uma coleção de flores artificiais que ficam dentro de casa e lá fora reinam as flores naturais. Não adianta, nem mesmo a beleza prática e durável de uma planta artificial me conquista. Pois pra mim a graça das flores é de poder ver o botão desabrochando aos poucos, gosto do processo natural, da beleza  e delicadeza, do jeito como a flor enriquece a planta. Mas nem tudo são flores e percebo que as vezes me rendo aos métodos artificiais. Prefiro o prático, tudo prontinho, que não exige cuidados e não é tão sensível... acabo me contentando em preencher o vaso com algo sem vida, basta enganar bem. Quero muito cortar esse mal pela raiz. Quero aprender a cultivar certas coisas e seguir os cuidados necessários, parar de aceitar o fácil e falso e me esforçar pra aceitar a natureza das coisas.

quarta-feira, 27 de maio de 2015

27.05.2015 Aqueles que se vão e aquilo que fica.


Não gosto de velório, mas amo cemitérios. Gosto do silêncio, da tranquilidade, só é triste lembrar que ali também é um jardim regado a lágrimas. Hoje fui para dar um abraço numa amiga que perdeu seu pai. Pensei em fazer o post colocando minhas memórias sobre ele, mas prefiro mudar um pouco o rumo. As vezes fico meio sismada de citar nomes no blog, sei lá porque não acho isso muito direito, mas hoje vou arriscar. Marisa, essa amiga que perdeu o pai, é simplesmente a primeira amiga que tive. Desde de bebês até a fase "adulta" crescemos juntas. Minha casa era à frente da dela, do outro lado da rua. Ela foi durante muitos anos a minha principal companhia pra diversas coisas, uma das melhores pessoas para se conversar e rir. Embora crescemos juntas nunca tivemos muito em comum, não éramos amigas de trocar confidencias e nada disso chegou a atrapalhar o convívio. Nos afastamos pelos rumos que as coisas tomaram, mas jamais deixei de ter uma consideração enorme tanto por ela quanto pela mãe dela, que tem nome de flor e é uma pessoa maravilhosa. O jeito da Marisa é algo que sempre admirei, meio doida, sempre sincera, alto astral, forte e descontraída. Eu já tive raiva dela, ela que sabia de cor meus defeitos e os jogava na minha cara sempre que eu ficava fora de mim, fazia isso pra se divertir porque sabia que isso me deixava ainda mais irritada, e eu por mais que me esforçasse jamais consegui a tirar do sério com a mesma facilidade. Ela não sabe e eu era teimosa demais pra admitir, mas aquilo me ajudava, ela era dura mesmo que falasse rindo e eu acabava tendo de reconhecer minhas falhas vendo o quanto eu era patética. E ai a raiva que sentia dela eu passava a sentir por mim, porque ela sempre estava certa e eu era uma grande idiota. Através disso comecei a ver que tinha que aprender a ser contrariada sem perder a calma, pra não fazer papel de idiota mais uma vez. De menina arteira à adolescente que dava trabalho ela hoje se mostra uma adulta que surpreendeu a muitos, cumpre o seu papel de esposa e mãe com sucesso, virou uma mulher incrível. As vezes tento imaginar como seria a minha vida se algumas pessoas não tivessem feito parte da minha história. E Marisa sem dúvidas foi alguém de extrema importância, tanto que não consigo me ver crescendo sem ter ela por perto. As brincadeiras, piadas, conversas e tudo que vivenciamos é sempre pouco para definir essa amizade. Ela aguentou as várias Aline's que já fui ao longo do tempo, e me conhece bem o bastante pra saber que mesmo mudando sou a mesma "Lica" de sempre. E foi a festa de aniversário dela, que graças ao pai dela, foi a melhor festa de aniversário que já fui na vida, um evento épico e isso é algo que jamais vão superar. Faz pouco mais de um ano que já não somos mais vizinhas. E do que mais sinto falta é dessa ligação com vizinhos que mais pareciam fazer parte da família. Sinto falta de ouvir as risadas dos filhos dela logo de manhã, das histórias da mãe dela, e claro da companhia da Marisa que sempre tem um jeito de transformar as coisas em risadas. Até mesmo num velório. Sei que nos últimos anos em que eu ainda morava por lá já não conversávamos tanto, ocupadas cada uma cuidando das suas tarefas, mas ainda assim sabíamos que se precisasse era só atravessar a rua e chamar. Me senti envergonhada de sentir tanto a falta dela e ainda assim não ir fazer uma visita. Nesse sentido o evento de hoje teve algo de bom, que foi me mostrar a importância de fazer parte da vida de alguém, continuar criando laços, estar presente e não só se conformar com lembranças. Que nem só de histórias do passado viva essa amizade, por isso desejo que muitas risadas nos aguardem.

terça-feira, 26 de maio de 2015

26.05.2015 Emaranhado

Dentro do carro no banco do carona semáforo fechado olho pela janela e vejo esses fios emaranhados que para mim mais pareciam uma rede, grades, riscos aleatórios. O edifício lá do fundo perdido parecia estar preso, rabiscado pelos fios. Não resisti a esse cenário urbano, onde muitas vezes o céu, mesmo em sua imensidão, não consegue um espaço para ser visto sem que algo atrapalhe a visão.   

segunda-feira, 25 de maio de 2015

25.05.2015 Pensadores


  

Coleção Grandes nomes do pensamento
Quando vi o comercial anunciando a nova coleção da Folha de São Paulo eu pirei. Uma série de livros de filosofia, um a cada semana. Logo pensei: "é agora que finalmente vou colecionar!!!" Sempre quis fazer uma coleção dessas de jornal. Meu avó fazia muito isso, acho que puxei isso dele. E com esse tema que muito me interessa fiquei ainda mais animada. Ontem peguei os dois primeiros. Vou tentar ao máximo garantir todos os volumes. Mas deixarei para lê-los somente ano que vem, se não meus projetos literários deste ano ficarão comprometidos. Não gosto de ler certos livros com presa, há temas em que é preciso refletir dar um tempo para não acumular e misturar as informações e deixar passar detalhes importantes. Costumo chamar o processo de ler e absolver de "digestão". E eu sempre intercalo minhas leituras para encaixar algum livro que me traga esse alimento, livros que não são para serem devorados com presa, mais degustados com calma. E geralmente os livros que mais me agregam e que mais levam tempo para digerir são os de Filosofia e Psicologia, temas que em suas análises além de me exigir atenção para entendê-las também me colocam em conflito com minhas opiniões e ai surge o debate interior, onde encaixo essas novas ideias com o meu ponto de vista, descubro coisas que não tinha percebido, passo a refletir e disso surge uma expansão do pensamento.
Amo perder um tempo analisando o comportamento humano. Somos o problema e a solução. É um tema do qual não canso. Antes de dormir fui caçar algo pra ler e resolvi dar uma espiada no livro de Psicologia da série "As grandes ideias de todos os tempos". Fui lendo e me deparando com a desmistificação de boa parte do nosso comportamento. Coisas tão simples que desencadeiam problemas tão complexos. É incrível e interessante ver a capacidade de percepção, interpretação e sensibilidade desses escritores. 

domingo, 24 de maio de 2015

24.05.2015 Proibido fotografar.

Hoje cedo fui à Jundiaí num evento geek, que foi bem decepcionante, mas ainda assim comprei umas coisas legais. Confesso que o que me motivou a ir mesmo foi o local. Acho lindo as construções antigas ali do complexo Fepasa na Av. Ferroviários, onde fica a Fatec e o poupa tempo, e já fui preparada pois queria mesmo era fotografar. Assim que sai do evento, que foi ali ao lado, fui felizona fotografar essa construção que mesmo desgastada pelo tempo ainda tem o poder de me fascinar. É um prédio em estilo inglês do século XIX e amo a arquitetura e a presença que essa obra tem. Priorizei o uso da minha câmera analógica caçula para dar os cliques, já que quero terminar o filme pra revelar logo. Andei um pouco pelo lugar fiquei admirando e quando encaixava batia uma foto. Ai quando comecei a tirar as fotos com a câmera digital me aparece um segurança me chamando a atenção. Eu preciso relatar aqui o quanto eu odeio que me chamem a atenção assim, me sinto envergonhada demais quando isso acontece e sempre costumo evitar essas situações por achar super chato. A princípio achei que ele viesse dizer para eu não tocar um sino que havia ali, ou não ficar na área onde há vagões de trens antigos. Mas vi pela expressão dele que eu estava encrencada e eu nem se quer sabia o motivo. Depois quando ele apontou pra câmera e fez sinal de não com o dedo percebi que era por conta das fotos. Ele já veio pronto pra me dar um sermão, e foi direto ao ponto. Embaraçada, porem firme e o mais educada possível, primeiro me desculpei em seguida me defendi dizendo que não havia aviso algum proibindo o uso de câmeras na localidade. Ele acabou ficando mais manso e admitiu que era uma falha deles quanto a isso, mas pediu que eu guardasse as câmeras. Questionei o motivo da proibição e ele não soube explicar. Mesmo inconformada tive de respeitar, pois afinal ele deveria estar seguindo ordens, estava fazendo o trabalho dele. Porém o segurança não se mostrou disposto a me deixar sozinha mesmo eu tendo guardado as câmeras e dito a ele que não iria mais burlar as "normas". Fiquei bem sem graça por ele ainda se mostrar incomodado com a minha presença. Ai o jeito foi sair, já que tecnicamente estava sendo exortada do lugar. Devo dizer que isso me deixou perplexa, sou completamente apaixonada por esse prédio, e mesmo não podendo mais tirar fotos eu queria ao menos dar uma volta por ali, mas nem a isso tive direito. Quanto a proibição de fotografar, eu não achei que isso tenha lógica. O lugar é um patrimônio histórico da cidade(!!!) boa parte do prédio é de uso da prefeitura, tem até mesmo um museu ali, o acesso é livre... Por que raios não se pode tirar fotos de paredes de alvenaria? Qual o problema que isso pode causar? Nem se quer tive tempo de tirar mais que três fotos, por tanto nenhuma delas ficou como eu queria. Não consegui nem fotografar os vagões, o sino, e a panorâmica que eu tanto queria foi burlada antes mesmo da primeira tentativa. Me servirá de consolo as fotos que tirei com a câmera Werlisa, mas como está em teste, (é meu primeiro filme em uso com ela) nem tenho certeza se dos cliques sairá algo. Lamentável. Se eu soubesse teria batido fotos loucamente até ser expulsa, mas tem coisas que não dá pra gente prever. Eu já queria ir no museu ferroviário de Jundiaí (Museu da companhia paulista), que faz parte de uma área do prédio, mesmo com desanimo mediante a proibição, irei lá qualquer hora. Além de conhecer o que está no acervo tentarei me informar melhor sobre a tal proibição das fotos. No site do museu mesmo informa que "gravações e fotografias nas localidades (toda a extensão do prédio do complexo Fepasa) estão suspensas por tempo indeterminado", mas nada informa sobre o motivo. É triste não se poder registrar a beleza de um lugar histórico. Terei de me contentar com meus olhos e com o que digamos que "por sorte" consegui captar a tempo com as câmeras.  

sábado, 23 de maio de 2015

23.05.2015 inCÃOsáveis

Eu sempre digo que prefiro gatos a cachorros. Meu cachorro de estimação foi um presente grego com quem temos que lhe dar apesar da aparição indesejada. Vivo menosprezando o coitado, mas no fundo eu gosto da companhia daquela bola de pelos carente, são oito anos aturando um cachorro que ainda parece filhote. Hoje quando ele pulava de alegria pois a "doninha" ia levá-lo pra um passeio eu ri daquela felicidade exagerada, mal sabia ele que alegria duraria pouco. Pisamos pra fora e demos de cara com quatro cachorros perambulando na rua. Como meu cachorro é bobo e imprevisível por segurança voltei ele pra casa, mas fiquei pra fora na espera de que os cachorros liberassem a rua para eu poder levar o Billy pro passeio. Acontece que esse quarteto acabou me conquistando. Como eu ia levar o meu cachorro pra passear perto da hora do pôr-do-Sol eu já estava com a câmera no bolso como de costume. Mas ai foram essas quatro criaturas que roubaram a cena. Dóceis e divertidos os quatro cãezinhos da mesma família andavam juntos pelas ruas e eu me apaixonei por eles. Tinha um mais calmo, o mais arteiro, o mais curioso e um que era medroso. Eles acabaram me fazendo companhia durante uma caminhada. Super fofos e apesar deles estarem na rua os danados têm dono. O pobre do Billy ficou doido preso sem seu passeio e ainda morrendo de ciúmes, mas não pude resistir. Quando eu era criança, antes do trauma que tive com a morte do meu primeiro gato, eu queria ser veterinária, tinha aquele sonho de pegar os cães da rua e cuidar, dar um lar pra eles. Hoje em dia meu amor por cachorros diminui consideravelmente, mas o carisma desses bichos ainda acaba me cativando.

sexta-feira, 22 de maio de 2015

22.05.2015 Ilustre

Eu amo lamparinas, abajures, castiçais, luminárias, lampiões... e claro também amo lustres. Adoro os contrastes de sombra e luz, os desenhos que se formam, o brilho, a cor... e as próprias peças em si já me encantam. Eu sou mesmo doida por essas coisas. Semana passada eu pirei numa luminária em mosaico com pedacinhos de vidro que tinham uma textura diferente e umas cores mescladas em tons alaranjados. Os vidros aparentavam ser pequenos cristais de tão bem trabalhados. Eu passei um bom tempo olhando aquela luminária. Confesso que era super cafona, [mas como eu gosto de coisas cafonas...] parecia coisa da índia, daquele estilo que meus familiares odeiam. Eu fiquei bem tentada de comprar, já ficava imaginando o efeito que a luz ganharia ao atravessar os pedaços de vidro, o show de cores e sombras que deixariam o ambiente todo redesenhado... porém não comprei, sei bem que tenho um fraco por coisas assim e justamente por isso resolvi me controlar. Gosto de lustres, observo os detalhes e penso no processo de elaborar um design todo harmonioso e de como a iluminação se transforma com uns detalhes encaixados nos lugares certos. O lustre dessa foto é super simples. E eu me lembro dele desde pequena, já esteve na casa de uma tia e hoje está na casa dos meus avós. São tirinhas de vidro desenhadas que envolvem a lampada em duas camadas. Olhando pro lustre com a luz apagada ele não é dos mais chamativos, passa batido, mas quando acendem a luz, [ao menos pros mais atentos que olham pro teto] ele ganha vida e mostra toda sua beleza. É interessante a forma como a luz usa das sombras para criar o efeito, há equilíbrio no contraste. Isso até dá pra ser empregado na vida: Precisamos ter uma proporção para sermos ilustres, não se deixar ofuscar pelas sombras e nem permitir que a luz cegue os olhos. Não é a ausência nem o excesso que garante a harmonia, mas sim saber usá-los em conjunto.

quinta-feira, 21 de maio de 2015

21.05.2015 Cristaleira a fora.

Voltei a fazer tricô, finalmente comprei as agulhas que precisava e agora é só deslanchar. Hoje foi o dia dos artesanatos. Pintei umas pedras e resolvi tentar fazer colares com elas, usei o crochê ao invés de usar apenas o macramê onde as linhas seguram as pedras. E deu super certo. Minha falta de habilidade as vezes irrita pois tenho várias ideias e muitas vezes não consigo executá-las. Ainda com minhas limitações eu achei que ficou legal. Mas como já coloquei várias fotos com pedras aqui, achei que não seria legal colocar mais uma rsrs. Mudando de assunto... refletindo ainda sobre umas coisas que andei aprendendo: as vezes percebo que escondo as coisas que gosto/gostaria de fazer. Conservo elas só pra mim. Como minhas avós que tem/tinha o costume de fazer com as louças mais bonitas. As peças ficam guardadas em segurança nas cristaleiras, podem ser admiradas mas nunca chegam a ser utilizadas. Perdendo sua real utilidade pra virar peça de decoração. Sinto que eu me saboto e guardo coisas que perdem a real utilidade, quero admirar, quero mantê-las por perto em segurança, mas não quero deixar que isso chegue até as demais pessoas. Tremenda bobagem. Quando minha avó paterna morreu tudo aquilo que ela conservou por anos em estado impecável pouco a pouco se perdeu, ou não deram o mesmo valor, ou não tiveram o mesmo cuidado e no fim ela que realmente amava nunca usou. Não quero mais deixar as coisas guardadas, mesmo correndo o risco de perdê-las, melhor usar o que tenho enquanto posso. Diferente das louças, o que eu guardo não fica a vista, então se não uso é como se não existisse. Não sei o dia de amanhã e pode ser que seja tarde demais, não dá pra esperar uma ocasião especial. Uma vez escrevi aqui que guardo meu melhor e meu pior pra poucos. Se fosse possível guardaria meu pior pra sempre, quanto ao meu melhor, está na hora de tirar da cristaleira tirar a poeira e colocar em uso. 

quarta-feira, 20 de maio de 2015

20.05.2015 A voz da experiência.


Hoje fui logo cedo pra casa dos meus avós. Fui dar uma ajuda nos cuidados com a minha avó. Mas no fim quem acabou sendo ajudada fui eu. Tia Bernadete, que é cunhada da minha avó, foi visitá-la. E nisso acabou me fazendo companhia, já que meu tio foi junto com meu avô pescar. Bernadete é daquelas pessoas bem comunicativas, gosto muito dela, e entre os cuidado com avó tivemos um tempinho só pra papear. Já faz algum tempo que me dei conta do quanto é enriquecedor conversar com pessoas mais velhas. As vezes a gente desmerece as pessoas por conta da idade avançada, mas isso só mostra o quanto somos imaturos por não saber respeitar quem mais merece. Eu gosto muito do jeito sincero e aberto dela, ela apesar da idade tem uma alma jovem, é moderna, mas tem aquela sabedoria que só vem com a idade. Eu acabei aprendendo muita coisa com as experiências que ela compartilhou. Quem me conhece sabe que eu pretendo ter filhos adotivos, e ela que adotou me contou como foi, me deu conselhos, dicas, me fez notar detalhes que passavam batido, me apoiou. Foi muito bacana. Também falamos sobre outras coisas, em tudo que ela falava dava para se aproveitar alguma coisa. Depois recebemos mais visitas, desta vez de um senhor que passou pelo mesmo problema que minha avó. Seu semblante carrancudo me fez pensar que ele seria de pouca conversa. Mas não tardou até eu notar que estava enganada. Tanto ele como a esposa se mostraram pessoas muito agradáveis e nos demos bem. O senhor em especial quando conversamos sozinhos foi muito prestativo dando conselhos de como proceder nos cuidados, o que fazer para tornar as coisas mais fáceis, coisas que nós que não passamos pela situação não descobriríamos sozinhos. Atencioso até aumentou nossas esperanças e se usou como exemplo, e aliás, ele é um exemplo de superação. Foi bem construtivo e agregou muita coisa nova. Achei interessante quando ele tocou no ponto de ser típico dos jovens essa "fuga da realidade" de não conseguir lhe dar bem com situações complicadas e ter tendência a se afastar. Eu até comentei que essa geração andava mesmo deixando a desejar, me incluindo no time vergonhosamente, mas ai ele disse que isso acontecia até noutros tempos, que é coisa da idade mesmo de não ter base para suportar grandes responsabilidades. A única coisa que mudou foi a forma como os jovens se distraem. Me senti aliviada depois de conversar com cada um deles, é um diálogo que fluí, sabem ouvir e falam não em tom de repreensão, dividindo o que vivenciaram mostram a vastidão das coisas, e ensinam mesmo sem ter essa pretensão. Eu era meio travada, ainda sou, socialmente, mas são episódios assim que me fazem querer conhecer as pessoas. Há coisas que não aprendemos com livros ou com o Google... aprendemos numa simples conversa.

p.s: A foto de hoje é uma imagem que vi numa revista. Era um incentivo a leitura. Achei o design legal e como ia me desfazer da revista achei válido fotografar. 

terça-feira, 19 de maio de 2015

19.05.2015 Coração amarrado.

Estou lendo um livro que encaixa perfeitamente com o contexto do livro que terminei dias atrás, como se um fosse o complemento do outro. As histórias são completamente diferentes, mas as lições tocam no mesmo ponto. A visão destorcida da FELICIDADE.
Eu aprendi tanto, mas tanto nessa última semana que até pareço ter renascido. Não tive tempo de por tudo que aprendi em prática, mas muito do que li vai servir de base pra forma como irei conduzir minha vida. Falei aqui uns posts atrás do livro Admirável mundo novo. E esse livro mexeu demais comigo. Tive crise existencial, passei madrugadas em claro. Ai comecei a ler meio sem compromisso o livro: Veronika decide morrer que comprei na promoção e era mais uma das indicações da Jaine, precisava levar um livro pra ler ontem enquanto ia pra SP e joguei ele na mochila pois era o que estava mais próximo. Quando eu falo da capacidade dos livros de surpreender eu não minto. A forma como a loucura é descrita e desmistificada é surpreendente. O livro tá todo rabiscado com frases grifadas nas quais eu preciso meditar. O livro é um tapa na cara. Um nocaute. Você acompanha o desenrolar dos personagens mais no meio disso você começa a pensar na sua própria vida, na sua loucura e no quanto a felicidade, ela mesma, nos escapa pois ficamos presos por decisões as quais nos submetemos e nem sabemos o porquê. Mais um livro da série: leitura obrigatória. "A loucura é a incapacidade de comunicar ideias". Não só ideias, sentimentos, sonhos, é incapacidade de conduzir a vida sem se deixar influenciar pelo que vão pensar, sem seguir o que os outros consideram o normal/correto, incapacidade de superar o medo, magoas, esterótipos, insatisfação, preguiça... tudo aquilo que nos impede de sermos completamente íntegros. Nosso controle é o que nos deixa tão descontrolados. Algo que tem me deixado perplexa é a quantidade de pessoas depressivas. É uma espécie de doença na alma, e pior parece epidemia. Não só a depressão como tantas outras doenças que impedem as pessoas de serem fiéis a si mesmas, realizadas, plenas. E isso é um assunto delicado. Uma das amigas mais especiais que tenho está com depressão e eu fico péssima por estar de mãos atadas. Há quem veja essa doença como "frescura", mas é muito mais extenso que isso. Falta serotonina, falta animo, atitude e falta tanta coisa, que nada parece mesmo ter sentido. No caso da minha amiga ela anceia pela tal felicidade mas sem forças já se conformou com a tristeza, se deixando cegar pelas desilusões. Isso é tão duro, complicado. Ver a alegria de alguém definhando é triste, passar por isso é ainda pior. Mas confesso e aqui falo por mim, que é muito mais fácil se deixar ser infeliz do que lutar para as coisas serem diferentes. A vida não anda a nosso favor, ela nos cobra as coisas logo quando estamos menos capacitados para pagar. Sei bem disso, porque me deixo levar pelas minhas fraquezas e mesmo me envergonhando prefiro ter do que reclamar do que me empenhar. Eu nunca fui em psicólogos, mas tenho certeza de que em 2010 eu seria diagnosticada com o mesmo problema. Hoje graças aos livros virei outra pessoa. Embora tenha meus momentos de melancolia consigo amar a vida até nos momentos difíceis. E estou longe de servir de exemplo, não quero reconhecimento e nem nada, só gostaria de ajudar, mas está fora do meu alcance e eu tenho que aprender a lhe dar com isso. Compreendi que há coisas que as pessoas precisam aprender sozinhas. Querer ajudar só sufoca, atrapalha, a pessoa se sente inferiorizada, envergonhada, culpada, tudo, menos consolada. Há casos em que não precisamos de criticas, ser ouvidas ou ouvir exemplos, explicações... precisamos aprender com experiências. SENTIR. E cada um tem o seu tempo, seu jeito. Alguns buscam acompanhamento profissional, outros buscam outros meios de ajuda, algo que lhes dê um caminho a se traçar, algum suporte. Outros teimosos querem se virar sozinhos, mas na maioria dos casos acaba virando só mais uma desculpa pra se isolar. Negam, não levam a sério ou nem percebem que tem problema. Nada garante um resultado, mas buscar uma saída é um passo importante. Ler esses livros que citei me fizeram enxergar aquilo que estava em falta em mim. A lição virou motivação. Minha cura é a leitura, o conhecimento no meu caso ocupa o lugar do medo. Eu as vezes me obrigo a fazer as coisas, as vezes funciona e outras não, mas é o que me ajuda. Em Admirável mundo novo aprendi a importância da infelicidade, do caos, pois num mundo perfeito nada teria a mesma graça e profundidade, não seriamos autênticos. E agora em Veronika decide morrer estou descobrindo a importância da loucura. Nenhum dos livros fala especificadamente sobre a felicidade. Mas notei que ela se sobressaí logo nos cenários menos prováveis. Gosto muito de uma definição em especial, do filosofo Nietzsche. Felicidade: sensação de que o poder aumenta - de que uma resistência foi superada. 

segunda-feira, 18 de maio de 2015

18.05.2015 IbirapuEraUmaVez...


 Hoje levantei cedo, e não tinha nenhum compromisso, ao menos não com os outros, decidi que iria dedicar o dia a uma pequena aventura. Sei que é terrivelmente vergonhoso, mas pela primeira vez na vida fui pra SP capital sozinha. Já havia ido algumas vezes com amigos, mas por conta própria: hoje minha estreia. Há anos eu tinha vontade de perambular pelas ruas de Sampa e conhecer alguns lugares sozinha, porque perdia um pouco da graça ir nos lugares acompanhada com quem já conhece tudo, eu gosto de desbravar, do friozinho na barriga de ter que "me virar na raça" sabe? Eu já fui uma grande medrosa, tenho tendência a ser acomodada, e as vezes sinto que mesmo em pequenas coisas devo me desafiar pra não ficar preza na zona de conforto. E porque não aproveitar isso para conhecer lugares novos que estão tão perto? Pensando assim que acabei indo pra Indaiatuba mês passado e isso é meio viciante. Cada vez o faniquito de se aventurar vem com mais força e ai o velho medo perde o lugar para a curiosidade e pronto... saio com meu all star amarelo e mochila nas costas, coração pulsando forte e sorriso no rosto. Preparada pra mais um dia onde a câmera vai trabalhar bastante.
Bem que poderia haver a plataforma que vai pra Hogwarts :/
Confesso que eu fico apavorada com as coisas mais bobas. Como ter medo de pagar mico, já que eu acostumada de ir pra certos lugares acompanhada jamais prestei atenção em detalhes e depois na hora de fazer as coisas fico com receio de fazer errado e parecer uma caipira abestalhada. Mas relaxei e pensei que o pior de tudo seria nem tentar, se eu errasse o caminho, ou se fizesse algo errado e rissem nada disso deveria me diminuir. De fato sou uma caipira abestalhada e não deveria me envergonhar disso, deveria me envergonhar por me deixar afetar e não assumir o que sou. E segui adiante. Não tenho do que reclamar sobre o que se diz a respeito de trens/metrôs tudo correu tão bem e sem dificuldades que eu tive que rir da minha própria cara por pensar que ia me perder ou que não daria conta do recado. Como eu acho uma delícia andar nesses meios de transporte, por mais desconfortável que seja quando está lotado, eu não me importo. Não sei o porquê, mas aquele caos me acalma. O trajeto foi então tão tranquilo, mesmo nos deslocamento entre as estações [estações pelas quais ainda não tinha passado] que eu fiquei espantada com a facilidade que tive para me orientar, pensei que seria um bicho de sete cabeças. É cômico de tão absurdo o quanto o medo torna as coisas simples complicadas.

Numa das estações eu vi um mural com artes da série do Demolidor, eu fiquei louca né, catei a câmera na bolsa e tentei fotografar, não consegui captar muita coisa pois estava na esteira e estava muito perto das imagens :/ Eu achei muito bacana e muito bem elaborado. Quando finalmente deixei o metrô pra me aventurar nas ruas o frio na barriga já tinha virado vontade de assobiar rsrs eu me sentia triunfante kkkkk é ridículo, mas pra mim que sei bem das minhas limitações estar ali era uma espécie de vitória. E São Paulo tratou de ser hospitaleiro. Me localizei com facilidade também, mas claro com a ajuda das placas e da pesquisadinha antes no google maps não tinha muito erro. Porém dado meu histórico de desorientação eu sempre conto com o pior.
Eu poderia ter ido de ônibus, mas a graça da coisa pra mim é ir conhecendo o lugar de perto, caminhando, descobrindo as coisas no caminho, eu amo isso. O destino era o parque do Ibirapuera. Eu queria ver a bienal do graffiti. Mas no caminho já fui bastante presenteada com inúmeras artes de rua, e eu fiquei babando. Eu admiro muito o graffiti elaborado e tal, mas o que realmente me fascina são os stencils, e eu chego a gostar até daquelas frases pichadas que o povo julga ser "vandalismo". Eu realmente acho maravilhoso quem se dispõe a fazer dos muros uma tela e expõe pensamentos, artes, opiniões, criticas e de alguma forma captam o olhar das pessoas e em alguns casos captam o coração também, meu caso. Não consegui fotografar decentemente pois havia um carro estacionado na frente e não dava pra fotografar a parede toda, mas eu adorei cada coisinha que vi ali, cada elemento. São Paulo tem algo de opressor e acolhedor misturado. Eu não sei definir o que é, só sei que dá pra sentir.
 Cheguei no Ibirapuera com aquela super sensação de missão cumprida. Quase pulando de felicidade rsrsrs. Infelizmente a exposição que fui ver estava sendo encerrada antes do prazo. Algo já me dizia que não ia conseguir ver mesmo. Era pra mim ter ido à SP na sexta, o desanimo me fez desistir e eu senti que estava perdendo mais que o animo quando resolvi que não ia. Mas nem isso me desanimou, eu tinha o Ibirapuera todo como premio de consolo e sinceramente acho até que sai no lucro. Não dá pra conhecer tudo num único dia. E eu nem queria andar muito, estava mais afim de curtir o lugar e ficar quietinha apreciando a natureza. E que delícia de lugar. É simplesmente apaixonante. Vi até gringas por lá e me revoltei por estar tão perto e nunca ter ido conhecer. É um lugar super agradável. Lamentei não ter pensado de levar os patins pra passar um pouco de vergonha rsrs. As árvores todas dignas de serem contempladas, nessa parte fiquei meio em "crise". É chato admitir, mas nessas horas falta alguém com quem compartilhar o momento. Logo passei a ignorar meus mimimi's, pois não dava pra desperdiçar meu tempo lamentando algo enquanto estava ali num lugar tão lindo. Certamente irei voltar, mal saí e já sentia saudades. Numa próxima vez irei elaborar melhor o passeio pra poder curtir ainda mais.
Foi um dia muito prazeroso. Estava também acompanhada de um bom livro o que já ajuda bastante.
Pude conhecer São Paulo desta vez com outros olhos, não o da menininha assustada, ou da adolescente distraída. Hoje olhei para essa cidade com a devida atenção, não é um lugar perfeito, longe disso, mas talvez seja por isso que é um local tão interessante. Vi muita gente estilosa, moradores de rua, muita gente de cara fechada, pessoas cantando em voz alta ou assobiando desinibidas, ruas cheias de árvores contrastando com prédios que escondiam o céu nublado. Vi gente lendo livros em tudo que é canto, muita gente que não cede o lugar, alguns motoristas que paravam na faixa para os pedestres, pessoas que ajudaram a dar informações, que mesmo sem olhar na sua cara ainda de alguma forma ajudavam. Vi um pouquinho do lado belo e do lado sujo. Gostei de ambos. E foi só um mero passeio. Não dá pra se desvendar um lugar numa simples visitinha, mas dá pra saber se vale a pena descobrir mais. Eu vivo falando que amo estar em meio a natureza, mas também tem algo nesse lado urbano que me fascina. Que mais dias como esse venham.

O contraste 


domingo, 17 de maio de 2015

17.05.2015 MK X

D'vorah vs Ermac
Ontem pela primeira vez joguei o Mortal Kombat 10. Nem preciso dizer que apanhei horrores do meu irmão, que ficou um tempo em casa só para matar a saudade do jogo (e talvez da minha pessoa). Dentre as lutas conheci os personagens novos e me surpreendi. Eu não tava botando fé no jogo mais recente, que tem o Jason como personagem bônus. Achei legal a volta do Goro, gostei do visual dele, mas jamais ficarei satisfeita até que meu querido Motaro volte a fazer parte dos Mk's. Lamentei muito a ausência do Cyrax e do Sektor, mas eu tô por fora do que aconteceu na história do jogo então vai ver nem faria sentido eles participarem, uma pena pois gosto muito deles. Não foi difícil escolher meus preferidos desse novo jogo. Logo de cara peguei a D'vorah que é uma personagem nova, algumas coisas no visual dela me incomodam, eu achei que tem informação demais e ao mesmo tempo achei foda. Mas eu curti mesmo assim, e gostei do fato dela ter essa coisa com insetos <3 (Se não fosse tão trabalhoso daria um cosplay legal) Só que o que contou de fato foi que com ela eu joguei bem. Estava apertando os botões sem muita preocupação com sequencias e conseguia interagir o suficiente para representar. Os golpes dela achei fáceis e eficazes pelo menos pra não se perder tão feio. Gostei de umas mudanças também, de ter três estilo de luta diferentes pra cada personagem e que os comandos mudam quando se muda o estilo. Não fiquei entusiasmada com os fatalities, achei que ficou bem sem graça. Eu esperava algo brutal que não beirasse o ridículo, gostei mais dos brutalities. Mas não posso falar muito porque eu nem sou tão fissurada a ponto de soltar essas coisas mesmo rsrs. Em seguida também gostei do Ermac. Eu já curtia ele só pelo fato de ser um personagem que nasceu de um engano rsrsrs. No MK anterior eu já gostava dele, nesse não foi diferente. Infelizmente ainda não jogo tão bem com ele como gostaria, mas no visual é um dos personagens que mais me agradou. (embora a roupa alternativa dele já não siga o mesmo nível)
Não posso fazer um post de MK sem falar no meu queridinho. Que desta vez voltou numa versão mais madura. Kenshi ganhou minha simpatia também no MK 9 e eu costumava dizer ao meu irmão que ele era o Demolidor já que também é um cego que luta rsrs. Agora com essa Barba já o vejo como um misto de Obi-Wan com o Demolidor, mas claro quem realmente entende a história e conhece os personagens iria querer me bater ao ler isso. Mas a minha avaliação aqui é bem superficial até porque não sou boa o bastante pra jogar no modo história e joguei apenas por diversão. Fiquei bem feliz com a volta das Torres no modo Arcade, que lembram os velhos tempos. Hoje zerei, claro né que no modo menos tenso, depois senti vergonha, finalizei em seis minutos sem perder um continue e nem podia me gabar, porque estava num modo fácil demais, qualquer um conseguiria. mas foi válido pra mim que estava jogando mais pra ver qualé que é.
Erron Black vs Kenshi
O personagem que fez meu irmão ficar esperto foi o Erron Black, eu assassinei meu irmão ontem de forma que ele ficou até chocado kkkkkkkk com o pistoleiro eu fiz um belo estrago, gostei bastante de jogar com ele, gostei do visual também. E nem foi uma daquelas "ele deixou você ganhar" porque meu irmão é cavalheiro demais para mimar a irmã casula, ele prefere ensinar que pra ganhar a pessoa tem que merecer e não desperdiça a chance de dar fatality, não importa o adversário. Foi uma daquelas cagadas que fez ele ficar de boca aberta rsrs até porque ele mesmo não conseguiu jogar satisfatoriamente com o tal pistoleiro. Então claro, não importa quantas vezes perdi depois disso, porque a apelação piorou, mas desmoralizar mesmo que numa única luta já é uma vitória pra mim rsrs Hoje joguei sozinha um pouco e decidi que gosto mais desse Mortal que do Injustice que eu até curto, mas nunca fiz lá grande coisa naquele jogo :/ Vou aproveitar que o jogo MK X ainda ficará aqui em casa por um tempo e quem sabe treinar uns fatalities para surpreender meu irmão na próxima partida.

sábado, 16 de maio de 2015

16.05.2015 Favoritos

Toda vez que me perguntam: "qual seu livro preferido?" Me dá uma dor no coração. Pois é difícil pensar em um só, são tantos gêneros e momentos e histórias que é quase impossível responder rapidamente. Escolher um me faz parecer injusta. Meus livros são como filhos amo cada um por sua peculiaridade, não dá pra comparar e todos tem um cantinho especial no meu coração rsrs. Mas mesmo correndo o risco de mudar de opinião eu acabo escolhendo um pra acabar logo com a tortura que essa pergunta me causa. A maioria das vezes e por um belo tempo eu dizia que meu preferido era: A mulher do viajante no tempo. Foi um dos primeiros livros a me tirar o sono, eu ia trabalhar sem dormir direito porque não conseguia parar. Conheço gente que não curtiu. Mas eu sinto até raiva desse livro. É o tipo de história que eu queria ter a capacidade de ter escrito. Um romance num misto de ficção atemporal que me conquistou. Me apaixonei pela Clare e pelo Henry. Em comparação já li outros livros que me marcaram mais no que diz respeito a crescer como pessoa, nesse sentido, na verdade o livro que despertou minha mente foi Ecce Homo do lindo do Nietzsche. Rude e verdadeiro me fez reaprender muitas coisas, demorei bastante pra terminar embora seja pocket e curto, porque queria absorver as coisas, mas sinto que toda vez que abro o livro pra dar uma olhada ainda há tanto a ser descoberto. Dostoiévski e Oscar Wilde são os gênios que descrevem a vida com uma facilidade tão absurda, desvendam a nossa alma com poucas palavras mas com inúmeros pontos a se refletir. Douglas Adams me fez chorar de rir com a série Guia do mochileiro das galaxias. O melhor humor sarcástico que já vi, uma das melhores ficções também. Quase idolatro essa série de tão estupidamente foda que é. A menina que roubava livros que tantos não conseguem ir nem até a metade, me conquistou logo de cara. Me envolvi demais na história. Chorei em público lendo o final. Martha Medeiros me conquistou com suas crônicas e qualquer um dos seus livros me encanta. Ela estimulou em mim a paixão por coisas novas, pela leitura e tantas coisas da vida. O extraordinário é um livro tão lindo e encantador não consigo escrever ou falar dele sem me emocionar, simples, cativante, cruel e lindo. O diário de Anne Frank e A estrela que nunca vai se apagar são as biografias que me comovem só de pensar nessas duas garotas que tiveram a vida interrompida tão cedo mas que conseguiram deixar um marco tão grande através da forma que descreviam a vida mesmo limitadas em suas situações de risco, lições de vida. Ambas foram capazes de me fazer ter uma crise de choro a ponto de soluçar. E eu poderia listar mais alguns que não estão ai ou porque estão emprestados ou porque li em formato digital ou porque troquei no sebo, um que merece ser citado é o Em busca do sentido da vida - Um prisioneiro no campo de concentração Viktor Frankl um psicologo que sobreviveu ao holocausto e que tanto ensina através da logoterapia. A insustentável leveza do ser também me marcou muito. As 100 melhores crônicas brasileiras... Eu ainda to me achando injusta por não citar tantos outros que amo. Mas hoje defini um novo livro para o posto de preferido: Admirável mundo novo. Mais um daqueles livros que me arrancou o folego. Adoro livros que a história por mais fictícia que seja consegue englobar tantas criticas a sociedade, a nosso estilo de vida e que fazem a cabeça até doer porque você entra numa crise existencial louca e repensa seu modo de encarar as coisas, leva um tempo pra digerir tudo e ao mesmo tempo é rápido quando se está consumido pela curiosidade de ver o desenrolar da história. Eu amei esse livro. Sei que meu falecido avô também adoraria ler algo assim, tenho certeza. As vezes penso que o nível dos livros que ando lendo está insuperável, mas sempre que dou chance a algo novo... bum! Lá estou eu me surpreendendo de novo. Livros são fascinantes. Acho que uma das coisas das quais mais me orgulho na vida é de ter o habito de ler. Poucas coisas me proporcionam uma satisfação tão grande como entrar nessas histórias de papel. Tenho um certo orgulho de dizer que minha vida mudou através dos livros. Há uma força tão grande, a imaginação e aprendizado são poderosos. São bens valiosos demais para serem desperdiçados. Me vejo numa cilada pois agora nem mesmo consigo classificar meus 10 livros preferidos rsrsrs cada vez se torna mais e mais difícil e espero que continue assim.

sexta-feira, 15 de maio de 2015

15.05.2015 Big #fail

Daí que me deparei com algo que tanto fez parte da minha infância e quis matar as saudades. Comprei alguns big big's de morango. Eu comprava na rua de casa com a Matiko quando era pequena. Depois lá na 5ª série comprava de frente a escola, mudei de escola, mas logo encontrei um lugar perto que também vendia. Então cresci sempre gastando grana com esse chicletes de morango, que era o meu sabor favorito, (babaloo, kriptonita e baba de bruxa eram melhores, mas eram mais caros, então compensava mais ir de big big mesmo que tava pra dividir sem ter dó rsrs) Então vi que no mercado aqui perto de casa começaram a vender e comprei. Fazia uns belos cinco anos que eu não colocava um chiclete desse na boca. E pra minha surpresa não gostei. Não é a mesma coisa, não tem o mesmo sabor, ou ao menos o sabor não dura o mesmo tempo de antes. Fiquei realmente desapontada. Ou será que era a mesma coisa e antes eu que suportava melhor? Ficou a dúvida. Se tratando de nostalgia não é só o sabor do chicletes que me passa essa impressão. As vezes olho pra trás e sinto falta de tantas coisas, mas fico pensando se de fato era melhor, se era mesmo tão bom, ou se o tempo me fez esquecer o real sabor dos acontecimentos passados. Os superestimando erroneamente. Uma memória enganosa. Ou talvez com os anos me tornei mais critica. Não dá pra saber. O que penso é que o sabor das coisas do agora é o que deve importar. (Prefiro Trident de melancia). Talvez já não agrade amanhã, ou quando se tornar passado me faça falta, mas tem coisas que tem mesmo prazo de validade, até mesmo as memórias.

quinta-feira, 14 de maio de 2015

14.05.2015 déjà vu.

Eu tive o privilégio de ver duas dessas perambulando perto de casa. Uma pela manhã e a outra a tarde. Não resisti e cheguei a acariciar uma delas, culpa da curiosidade que virou desafio, tinha que saber se eu ainda tinha a mesma coragem da infância. E pra minha sorte [embora tenha uns espinhos pequenos] ela não era dessas que queimam e sai ilesa e realizada ao fazer carinho nessa coisa linda. Acho que preciso resgatar essa coragem da infância para mais coisas. O dia as vezes é tão ruim que a gente quase deixa de lembrar dos detalhes que poderiam fazê-lo ser um pouco melhor. Vi uma libélula roxa hoje, e sempre vejo elas como sinal de boa sorte, e quase me esqueci disso ao longo do dia quando as coisas ficaram difíceis. É tão fácil esquecer das coisas simples. Sonhei com a mesma coisa por dois dias seguidos, algo que até então pensava ser coisa de filme. Por mais parecido que algumas vezes meus sonhos fossem, eles jamais haviam sido iguais. Os detalhes mínimos sendo cuidadosamente re-representados de forma assustadora. Engraçado que no meio do sonho fiquei consciente e gritava que estava tendo um déjà vu mas não adiantava porque nada me impediu de passar pela mesma situação. Trazendo isso pro meu dia, assim como déjà vus muitas vezes eu sei o que vai acontecer, mas saber nem sempre é o suficiente para me proteger. Na verdade se torna apenas um aviso, mas de pouco adianta... ao invés de ajudar serve apenas para adiantar o sofrimento. 

quarta-feira, 13 de maio de 2015

13.05.2015 Quebrou pagou.

Olho pra essas coisinhas delicadas e frágeis e me encanto, mas mantenho distancia. Sou estabanada e bem sei que posso acabar quebrando as coisas num piscar de olhos.
Assim como tantas coisinhas delicadas que enfeitam prateleiras, existem coisas que nós expomos e que são igualmente frágeis. Porém o que deixamos a vista não são peças ocas como esses bibelôs de porcelana, existe um conteúdo, são peças únicas, e isso as torna mais caras e mais delicadas. Não há reposição, nem tudo pode ser substituído. E ainda assim não parecem valer muito, e daí vem o descuido. Quando quebradas o preço não cobre o prejuízo, mas algo precisa compensar a perda mesmo que seja algo meramente simbólico.


A meu favor não tenho se quer um pretexto
Dessa miséria tenho de sobra apenas
O descuido e a culpa.
"Quem não tem resultado tem desculpa."

terça-feira, 12 de maio de 2015

12.05.2015 Desligando...

E pra me desligar do mundo, tentei me ligar a várias distrações.


Resolvi assistir alguns episódios da série Felicity, embora seja uma série antiga eu gosto [e invejo horrores o cabelão cacheado da Felicity da primeira temporada quando era longo]. Eu assistia a série há uns 10 anos atrás, e de uns tempos pra cá resolvi rever. E é o que assisto sempre que vem a insônia. [Acho curioso que o diretor dessa série é o mesmo que dirigiu o mais recente filme Star Trek e será o diretor do novo filme do Star Wars. Então naturalmente passei a simpatizar com J.J Abrams]
E sei lá, pra muitos a série é bem fraquinha e mais parece uma "malhação americana", mas tem servido bem como substituta de Sex and the city no quesito: série de mulherzinha. E ai mesmo eu tentando me desligar das coisas muitas das vezes que vejo a série ela me reconecta com sentimentos que eu preferia deixar em off. O que é bom e ruim. Então não adianta, me desligo do mundo ou se desligo o note... não há como me desligar de mim mesma.

segunda-feira, 11 de maio de 2015

11.05.2015 linha tênue

Foi um dia silencioso. Mas só do lado de fora. Por dentro uma chiadeira de enlouquecer. Tudo impecavelmente claro, mas terrivelmente sombrio. Por mais que seja o lar do calor humano, tudo é frio. As horas, pensei eu, felizmente passaram rápido, mas olhando pra você eu via a eternidade. Seus olhos oscilavam, ora cansados se fechavam, ora abertos ficavam perdidos num canto. E mesmo seu olhar sendo vago eu é que não conseguia enxergar a realidade. Não é a mesma pessoa que eu conheci. E me conheço bem pra saber que mudanças drásticas me fazem reagir imprevisivelmente. Fico apavorada, mas demonstro com indiferença. Não pra fingir ser forte, mas por não conseguir ser mais nada. O ambiente não era adequado. Mas nada que se faça parece ser adequado o bastante. Então ali eu li um dos melhores livros que já tive a oportunidade de ter. E ali eu escrevi trechos do que virá a ser uma história. Eu estive em três mundos diferentes, sem sair do lugar, de certa forma ignorando sua presença no desespero de querer suprir a ausência que você deixa por estar e não estar. Não vejo você nesses fragmentos que restaram e me resta apenas a saudade precoce.

domingo, 10 de maio de 2015

10.05.2015 Ctrl X

Meu cabelo estava bonito, estava finalmente comprido, estava com uma cor aceitável, mas não teve jeito, olhei pra tesoura e fui fazer o estrago.
Eu sou assim mesmo, deu vontade: corto.
Mesmo tendo tia, prima, cunhada, e no bairro algumas cabeleireiras... claro eu decidi que não podia esperar mais nenhum segundo e resolvi eu mesma cortar. E admito não ficou bom, mas pasme: AMEI. E parece pouca coisa, mas tirei uns 10cm de cabelo.
Algumas coisas vinham me incomodando, como a falta de volume no comprimento e as pontas judiadas. Outro fator que é engraçado, mas que não posso deixar de citar é que sempre que começam a elogiar demais eu começo a desgostar. E eu já não estava feliz com um cabelo que não tinha personalidade, que não combinava comigo. Já queria cortar ele desde janeiro, mas em prol do casamento do meu irmão decidi esperar um pouco pra cortar. Sem dizer que me irritava olhar no espelho e lembrar das palavras do desgraçado e daquele dia que eu tanto queria esquecer. "vê se não não corta o seu cabelo, você tá linda assim", eu fiquei boba, afinal vindo logo dele que não é de elogios. Na época eu adorei ter ouvido isso, mas depois me dava raiva. E sinceramente... eu já não andava com paciência de ficar cuidando e gastando sendo que os resultados não ficavam como eu queria. Então por essas e outras eu dei um Ctrl X na juba.

sábado, 9 de maio de 2015

09.05.2015 Destinos

Estava folheando um dos livros que mais tenho carinho, e não se trata de algo especial é nada mais nada menos que um simples dicionário. O que o torna especial pra mim é o fato dele ser da segunda década do século XX, um livro super antigo, com páginas amareladas mas com um estado de conservação maravilhoso. Amo ele pois era da irmã do meu avô, que foi professora e porque apesar de estar ultrapassado ainda assim é um dicionário excelente. Rico não só nas palavras, mas na forma como as descreve bem, tem linguagem fácil e aquelas ilustrações antigas que eu tanto amo, ainda mais em páginas amareladas. É um dicionário bem completo se for considerar que além de palavras há uma parte para famosas citações, em diversos idiomas, traduzidas. Há uma sessão separada para nomes importantes, desde nomes reais a escritores, filósofos e personagens mitológicos. E foi xeretando essa parte onde via nomes e figuras de personagens históricos que pela primeira vez notei que na repartição entre uma letra e outra as figuras retratavam cidades cujos nomes representavam a letra em questão. Até então eu sabia das figuras, mas não havia reparado bem o bastante para perceber que nada naquele livro é em vão. Eram figuras diferentes e ai notei que eram cidades. Acabei vendo uma por uma, queria por fotos do alfabeto todo. Várias dessas cidades estão super bem feitas mesmo sendo figuras simples e de uma época distante. Paris, por exemplo, foi a primeira que reparei e não a representaram dando ênfase na típica Torre Eiffel, mas tinha a essência, estava bem retratada e característica. Gostei de todas e algumas das cidades até vieram a me despertar interesse. mas selecionei três delas que são destinos que pretendo conhecer um dia.  


Começando por Buenos Aires:

Quem me conhece sabe muito bem que sou louca pra conhecer a Argentina. E não é frescura de recalque futebolístico. Tem algo na arquitetura e no ambiente de lá que me atraí e não é de hoje. 
Essa acabou sendo a escolhida para ser "a foto do dia",
mais pela imagem ter sido melhor enquadrada na hora de fotografar.
-----

Depois temos: Edimburgo.

Essa é de longe a cidade que mais tenho vontade de conhecer! Eu AMO Edimburgo. Pela Escócia sempre tive muita admiração. E lembro que logo que tive acesso em casa à internet eu costumava gastar meu tempo pesquisando os lugares que eu achava bonito. E foi pesquisando mais sobre a Escócia que fui descobrir as maravilhas de Edimburgo. Já sonhei com esse lugar várias vezes e certamente é um desses destinos que preciso conhecer antes de morrer.    
Infelizmente nessa página o desenho estava meio desbotado e não dá
pra visualizar tão bem na foto a beleza extraordinária de Edimburgo.
-----

Por último, mas não menos importante: Rio de janeiro <3

Se tem um lugar que em breve eu vou riscar da minha lista de "destinos para conhecer" é o Rio de Janeiro. Tão pertinho e eu vergonhosamente ainda não fui prestigiar a beleza desse lugar que me deixa fascinada. A paisagem que se tornou popular no mundo todo não pode ser ignorada pelos meus olhos. Quando escuto bossa nova fecho os olhos e me imagino no calçadão. Eu não sou uma grande fã de praias, mas sem dúvidas o Rio é tão espetacular que me faz querer por os pés na areia e torrar nos seus 40º em prol de poder estar em meio a esse paraíso.
Na imagem quem bate o olho já nota que não foi retratado logo a maior marca do Rio: o Cristo Redentor. O livro é tão antigo que a figura data antes da construção do Cristo redentor, que foi concluído apenas em 1931 e hoje além de ser o principal cartão postal do Brasil faz parte das novas sete maravilhas do mundo.


sexta-feira, 8 de maio de 2015

08.05.2015 Shit happens


 Tudo favorável e eu faço o favor de optar pelo indecifrável. 



Alguma coisa que jamais teria, tão consciente estava dessa ausência que, por paradoxal que pareça, era completo nesse estado de carência plena. 

Morangos Mofados -Transformações (uma fábula) - Caio Fernando Abreu.

quinta-feira, 7 de maio de 2015

07.05.2015 Corujão.

Não deu pra tirar nenhuma foto decente, mas vai essa mesmo.
 O legal é que olhando de relance por conta da sombra que cobre
parte do rosto da coruja, faz ela parecer um outro pássaro se
ver o topo da cabeça dela como se fosse um bico rsrs
O que falar de hoje? Justo agora que decidi não tagarelar tanto nos posts rsrs Vamos resumir:
Um ninja. Overdose de jujubas, quem não mata engorda, kinder ovo quadrado. E o meu talento recém descoberto pra engenharia robótica. Jacarés gêmeos, um deles: gay. Aranhas sinistras, uma delas virou zumbi. Gato branco metido. Coruja curiosa que pousa no meio da rua, e eu desperdiçando a chance de fotografá-la de perto, ainda dei sorte de conseguir vê-la novamente depois, agora entre os fios do poste. Alzheimer. Uma dancinha espontânea que foi desgraçadamente filmada. Frio. Conversas malucas, vizinhos incomodados. Frio. Risadas. As horas correndo. Mugido de vaca do meio da noite(?) Os carros que erravam a jujuba laranja do outro lado da rua que tinha de ser atropelada! Dostoiévski. Formigas intrusas. Mais jujubas e frio, risadas e conversas malucas. Dois abraços desengonçados. E a maldita da despedida. E não adianta descrever as coisas assim, a melhor forma de resumir é: uma companhia maravilhosa. Porque é isso que faz as coisas sem nexo terem graça, terem sentido e se tornarem memoráveis. E depois de tanto ensaiar, teimar e enrolar lá estávamos nós, não fazendo nada de acordo com os planos e ainda assim aproveitando cada minuto. Obrigada de verdade por isso, meu jeito besta de ser não me deixou demonstrar o quanto eu gostei, o quanto eu te achei incrível. Mas poder tagarelar com o sr. Madruguinha de noite até inicio de madrugada foi muito foda. E seja lá o que vier a acontecer, desse dia não esqueço mais. 

quarta-feira, 6 de maio de 2015

06.05.2015 Frio

Os dias gelados vieram junto aos ventos do outono e eu claro estou amando. Pra ficar ainda melhor passarei alguns dias "morando sozinha" pra cuidar da casa do meu irmão enquanto ele viaja. Nem me importei com a falta de internet. Tendo livros e filmes a disposição eu não precisava de mais nada já estava devidamente aconchegada. Ficar contemplando o silêncio e sem compromisso nenhum é um convite a curtir a temperatura baixa da melhor forma possível: em baixo das cobertas.

terça-feira, 5 de maio de 2015

05.05.2015 Milena Wins

Milena a planta caçula e gulosa
Coincidência. Semana passada vi pela net que uma ex-vizinha ganhou uma planta carnívora fiquei babando, pois achei incrível. Aliás quase tudo que venha da Tainã é admirável [ô guria estilosa, divertida, talentosa e inspiradora], mas uma planta carnívora era algo espetacular, uma coisa que não se vê todo dia.
Daí que no casamento do meu irmão quando fui parabenizar minha cunhada, ela disse no meu ouvido: "Trouxe uma surpresa pra você". E eu nem acreditei quando no dia seguinte vi que a surpresa era uma planta carnívora bebê *u* Pra mim que amo plantas achei sensacional. E o melhor ela é bem parecida com a plantinha que é protagonista de uma das minhas histórias preferidas da infância, que vinha de um livrinho que contava a história da "papa-mosca". Fiquei encantada, e por uma sugestão do meu irmão, viciado em Mortal Kombat, o nome escolhido foi Milena. Hoje foi dia da Milena fazer sua primeira captura desde que chegou ao lar. Nem dá pra ver, mas dentro de uma das "boquinhas" dela tem um mosquitinho que virou refeição. A Milena é uma graça, e veio pra enriquecer ainda meu mais meu cantinho com sua beleza. Eu amei. E não vejo a hora de ver ela crescer ^^

P.s: Percebi que em determinados posts eu me empolgo e isso virou mais um diário do que um desafio fotográfico. Pra não perder o foco do propósito do blog vou dar uma maneirada na tagarelice.

segunda-feira, 4 de maio de 2015

04.05.2015 May the 4th be with you


Se tem algo que eu não consigo esquecer é essa data: #StarWarsDay. Eu realmente sou suspeita pra falar de Star Wars. Mas nem sempre foi assim. Antes de me interessar eu não via muita graça em ficção cientifica, na realidade eu subestimava muito essa obra. Maldita ignorância minha. Agora hoje sou super fã e tento convencer todo mundo do quanto essa série de filmes é fantástica. Eu até costumo dizer que existe "a Aline antes e Aline pós Star Wars" pois acabou sendo um divisor de águas na minha vida. Exagero? Pode parecer, mas tem sim um pouco de verdade nisso. Coincidiu de eu gostar de Star Wars bem quando eu estava saindo de um lado obscuro da minha vida. Na fase que eu não me interessava por mais nada, eu vegetava e não vivia. Então veio essa filme e meio que após dele não fui mais a mesma. Por isso Star Wars é significante para mim de várias formas. Eu adoro a história, os personagens, e os episódios IV, V e VI pra mim são obras-primas. O filme incorpora tanta coisa que me faz pensar que o George Lucas é um gênio. Eu não sei explicar mais só de ouvir a música tema eu já fico arrepiada. E não tem como pensar em Star Wars e não lembrar de uma pessoa sensacional, a Liz Lee da série "My life as Liz" que passava na MTV. A série era quase uma novelinha, mas a parte nerd compensava e muito. A Liz acabou sendo um tipo de inspiração pra mim com aquele jeito doido e a fissura por Star Wars, até então eu gostava de Guerra nas estrelas, mas não sabia a proporção da coisa. E o meu amor por esse filme só cresceu conforme o tempo passou, cada vez que assisto percebo algo novo, e olha que já assisti diversas vezes. Este ano sai o episódio VII, estou apreensiva, mas não vejo a hora de poder conferir a continuação. Que a força esteja com esse filme rsrsrs