quarta-feira, 30 de setembro de 2015

30.09.2015 - Perder a viagem.

Hoje resolvi enfiar as caras e começar a ir atrás de um dos meus sonhos. Fui até o Senac em Jundiaí pra me inscrever no curso de jardinagem. Que amo plantas não é novidade, mas só recentemente determinei que quero me aprofundar nesse assunto e estudar trabalhar com coisas relacionados ao meio ambiente. Enfim, havia adiado a ida até lá por semanas, acompanhei pelo site quando anunciaram as vagas abertas, mas não sei o que há comigo, de ficar adiando as coisas e principalmente as mais importantes. Realmente me odeio por isso. Mas criei coragem e me empurrei até lá. Tinha ligado uma semana antes e haviam vagas livres a ponto de não ter o número mínimo pra fechar a turma. Então estava tranquila. Cheguei lá pra fazer minha inscrição e matricula e a notícia: "não há mais vagas" me fez ficar perplexa. Fui pega de surpresa. Expliquei que tinha ligado uma semana antes e que haviam dito que tinham vagas de sobra, mas não teve jeito, não perdi a paciência mas perdi a viagem, perdi a oportunidade, perdi o animo, perdi tempo... tentei não me deixar abater, mas realmente fiquei chateada comigo mesma. Serviu de lição, nunca mais quero passar pela mesma frustração que veio da minha própria negligência. Bom mas nem tudo foi perdido. Lá no Senac há um muro com esse grafite da foto do dia. É composto de duas coisas pelas quais sou absolutamente louca: Grafiti e trem! E meu é de uma qualidade impressionante, super realista e muito bem feito, queria essa parede ai no meu quarto rsrs Achei lindo demais. E isso me animou um pouco. Ao menos me fez olhar pra algo de bom.
Então na volta pra casa acabei que fui sendo presenteada por coisas legais, como se a vida tentasse me compensar, me alegrando novamente a cada passo. Um pouco adiante estavam cortando a grama, e um dos cheiros que eu mais amo é o cheirinho de grama recém cortada! Isso é tiro e queda pra me fazer bem... é uma delícia. Ai a inspiração já veio junto e tirei umas fotos pelo caminho. No ônibus de volta pra casa vi uma guria naquele perfil de pessoas que acabo por me simpatizar mesmo sem conhecer. Eu e ela estávamos lendo, o tênis dela era igual ao meu, então claro me identifiquei. Pena não estarmos muito perto pra eu tentar puxar conversa. (desconfio que o livro dela era um que eu queria ler, pelo que vi pela capa) Quando me levantei pra descer, não vi qual era o livro que ela estava lendo, pois tinha o guardado, mas consegui ler o que estava escrito na camiseta dela. "Despache mode", nome de banda. Desci cheguei em casa e fui ver que raio de banda era essa, o nome me soava familiar, mas não estava conseguindo assimilar. Então fui pesquisar e vi que era uma banda dos anos 80 e que muitas das músicas eu já tinha escutado, só não sabia quem cantava. Acabei curtindo. Me pareceu ser a mesma experiência de anos atrás, comecei a curtir Judas Priest depois que vi um senhor com a camiseta da banda no ônibus. Eu achei interessante no caso da guria que vi hoje é que ela certamente era bem nova, ou seja ela não era nascida quando a banda Despache Mode estava no auge. Acho legal isso da pessoa gostar de algo fora de época, não por ser "cult", mas porque mostra que ela não gosta de algo só por ser o que está tocando no momento, foi uma escolha. Não que a pessoa não possa gostar de algo do momento, falo aqui de gente que se deixa condicionar só pelo que está rolando e não busca algo fora disso, não tendo assim um próprio gosto musical. É legal quando você descobre músicas boas que já existiam e falavam do que você sente agora antes mesmo de você nascer. E tem bandas dos anos 80 que eu realmente amo, por isso não foi difícil gostar de mais essa. Ainda mais com as letras das músicas com as quais pude ver muito de mim descrita. Nem sei quem era a fulana no ônibus mas agora sou grata a ela. Tá vendo... era pra ser um dia perdido, mas rendeu um passeio, rendeu fotos, rendeu músicas... mas isso não vai me fazer amolecer quanto a minha falta, não quero fazer parte dessa coisa de que brasileiros deixam pra fazer as coisas sempre de última hora. Quem sai perdendo nisso sou eu então chega.       

terça-feira, 29 de setembro de 2015

29.09.2015 - Perereca

Daí que você tá saindo de casa atrasada pro trabalho e correndo o risco de perder o ônibus, mas não deixa de tirar foto de uma visitante inusitada. Pois bem e valeu a pena! Fazia tempo que não via essa criaturinha, então não podia perder a oportunidade.  

segunda-feira, 28 de setembro de 2015

28.09.2015 - Giz

Adoro quando crianças deixam os vestígios de sua criatividade por ai. Passei por uma rua perto de casa onde o asfalto parecia ter ganhado tatuagens temporárias... estava tomado por diversos desenhos, nomes e tentativas tortas de amarelinhas. Isso me dá uma nostalgia imensa. 

domingo, 27 de setembro de 2015

27.09.2015 - A Lua me traiu


Durante dois anos e meio eu vinha esperando ansiosa pelo tal elipse com direito a Lua de sangue, que seria de boa visualização por aqui. Até me programei pra poder apreciar tal evento. Tirei essa foto tremida ai as pressas quando tinha acabo de escurecer, pra ter tipo um "antes e depois" e a intenção era ir tirando várias fotos ao longo do eclipse, mas claro a vontade maior era de registrar a Lua vermelha. Porém eu não considerei que meu típico azar pudesse azedar o evento tão aguardado. Nuvens pesadas começaram a se formar e a preocupação já me alertava de que as coisas não iriam sair como eu queria. Já pra ajudar tive que sair a noite pra ir jantar na casa do meu irmão. Isso já comprometeu meus planos iniciais de ver o eclipse desde o começo, já que sai tarde de lá. Ao sair fiquei caçando a Lua entre as nuvens, mas nada dela aparecer. Esperei um pouco e vi ela toda embaçada, turva... impossível de fotografar com nitidez. A frustração só aumentando. Cheguei em casa onde pensei que teria mais sorte, considerando que por aqui há lugares onde a vista pro céu é mais ampla, e... nada de achar a Lua, aqui as nuvens estavam ainda mais exibidas. Mesmo assim insisti e peguei os binóculos, binóculos estes bem antigos que pertenciam ao meu falecido avô mas ainda em perfeito estado. Fui lá pra fora e... enfim pude ver a Lua avermelhada, já no fim do eclipse, enfim nítida e de uma beleza de encher os olhos, mas somente com o binóculos eu conseguia vê-la detalhadamente, o que me fez desistir de fotografar (correndo o risco de deixar de ver pra configurar a câmera e etc). O momento que tanto aguardei estava finalmente ali, foram frações de segundos até a Lua ser coberta pelo manto negro das nuvens carregadas. Então desisti, vi pouquíssimo, mas consegui ver o que mais queria. Eu adoro esse tipo de coisa, como eclipses e por não ser algo que ocorre com frequência a revolta aumenta quando o tempo resolve ficar nublado bem nesses dias. Mas a vida é assim mesmo... adora encobrir os espetáculos que tantos nos preparamos pra ver, talvez pra nos lembrar de que nem tudo sai como a gente quer. 

sábado, 26 de setembro de 2015

26.09.2015 - Ponto de vista

Novamente print de uma frase de um livro do Paulo Coelho. Desde que a Jaine me indicou os livros dele eu tive que dar o braço a torcer e admitir que sim ele é um bom escritor, até então tinha lido dois livros e ambos me agradaram. Ai peguei o livro emprestado de uma pessoa que nem seu deu ao luxo de ler por ter a mesma aversão que eu tinha sobre o lado místico (vulgo "manipulador") do escritor. Bom eu fico com uma dó de livros que são assim rejeitados sem ter tido uma chance sabe. Então estava com o livro em casa sem presa de lê-lo já que o dono não tinha mesmo o menor interesse, nem preocupação de recebê-lo rápido. Os planos era dormir a noite (único dia que dá pra fazer isso), mas acordei as três da manhã e perdi o sono. Fui folhear o livro e acabei que o li todo, terminei quando o Sol estava nascendo, não tinha a pretensão de ler rápido, mas me deixei levar. O título deste livro é: Manuscrito Encontrado em Accra. Que até então não tinha nem ouvido falar desse livro. Não é tipo de livro propício pra uma leitura rápida, pois é daqueles que se lê um trecho e para pra refletir, precisa ser absorvido. Mas eu acabei o devorando. (E tive que recorrer a velha tática de tirar fotos dos meus trechos preferidos para refletir neles depois) É bem simples e mais parece um manual pratico de como facilitar a vida com atitudes simples e sábias, achei coerente. E gostei sim, sempre acho que há o que se aprender, e tem muita coisa que eu tava mesmo precisando ler ali. Só fico com o pé atrás no sentido de parecer ter solução exata pra tudo e me volta a mesma sensação de o autor soar como "dono da verdade absoluta" eu sei que isso pode ser mais implicância minha do que uma característica real, mas não consigo me desprender dessa opinião e por mais que acabe gostando dos livros em nada diminui o quanto não gosto do autor. O que importa mesmo é não deixar de ler algo só por implicância, pra saber se não gosta de algo é preciso conhecer antes e é o que tenho feito e venho me surpreendendo, não me arrependo de ter mordido a língua. Quantas lições eu não teria perdido se não tivesse me permitido ver qualé que é? Estaria sendo injusta se desconsiderasse certas coisas. Vendo assim eu estou no lucro e não há implicância que me faça deixar de reconhecer, e elogiar algo que é bom.

sexta-feira, 25 de setembro de 2015

25.09.2015 - linhas de expressão


Foi-se o tempo em que a expressão "de graça até injeção na testa" se levado de forma literal parecia absurdo. Graças aos artifícios da medicina, como o botox, essa frase perdeu efeito, já que pagam precinho considerável pra levar umas agulhadas não só na testa mas pelo rosto todo. Eu particularmente detesto aquela aparência "rejuvenescida" de rosto esticado e consequentemente inexpressivo. Sempre fui de fazer caretas mesmo que inconscientemente, tanto que pra jogar poker eu não deveria usar óculos escuro, mas uma máscara que cobrisse o rosto todo. Essa mania de fazer caras e bocas só se torna chato por muitas vezes não saber disfarçar quando não gosto de um presente, ou quando alguém pede uma opinião e tento ser amena nas palavras mas minha expressão acaba por dizer tudo. Testa franzida, sobrancelha erguida, olhos cerrados ou arregalados, fazer bico, língua de fora... essa sou eu a eterna doida que faz o rosto ter mil e uma faces.       

quinta-feira, 24 de setembro de 2015

24.09.2015 - Garota inconvencional

Dias repletos de coisas boas se tornaram rotineiros ao lado de uma pessoa especial com quem tenho dividido bons momentos ultimamente. Mas não tem sido muito fácil, nem todos ficam felizes com a sua felicidade, é bem pelo contrário. Sempre evitei e nunca nem se quer considerei um dia ter algo com alguém que fosse do trabalho, justamente pelo transtorno que isso representaria. Seja pela falta de privacidade, ou pelo lado profissional correndo o risco de ser comprometido. Eu certinha como sou nunca tinha passado por isso e embora nada desses problemas interfiram significantemente no que estamos vivendo há coisas que sim se tornam complicadas. Eu a magrela, tímida e sem graça, sem atributos físicos, sem carisma, de repente estou com o sujeito que muitas ali cobiçam e que nada parece ter a ver comigo. Claro virei alvo de criticas, questionamentos e deboches. Como se fossemos um casal desproporcional considerando as qualidades dele e as minhas "faltas". Pra mim uma insegura que sofre calada de ciumes isso não é nem um pouco fácil, considerando que mulheres são extremamente competitivas, descaradas e cruéis, percebo que elas vêem tudo isso como incentivo para se impôr, como se houvesse alguma competição e eu não fosse digna ou merecedora do que conquistei, como se tudo que eu tivesse a oferecer fosse sempre pouco. A maioria não se conforma, como se minha felicidade as ofendesse. Nós costumamos rir de toda essa situação, mas a verdade é que tem horas que nem mesma eu consigo entender. Eu já sofri bastante com isso de ter a auto-estima baixa, e agora que sou constantemente atacada, eu descobri que quanto mais elas apontam minhas falhas mais eu me sinto segura, descobri que gosto de ser inconvencional, de ter algo que elas não enxergam. Porque apesar de todos os defeitos, de eu ser "inferior" em tantos aspectos e tudo mais eu ainda consegui meu espaço sendo eu mesma, sem usar artifícios, sem apelar, sem precisar passar por cima de ninguém. 

quarta-feira, 23 de setembro de 2015

23.09.2015 - Núvem

Indo pro centro da cidade a pé prestigiei mais uma cena linda! Havia uma nuvem, mariposas em seu balé desgovernado davam ao ambiente uma linda imagem. O legal é que elas estavam brilhando já que dançavam bem onde tinha um raio de luz! Eu bem sei que esses bichos são bem incômodos quando dão de aparecer com toda sua inconveniência adentrando em casa, mas desde pequena eu acho bonito quando vejo essas coisinhas rodeando as luzes dos postes. E esta foi a primeira vez que as vi reunidas assim alvoroçadas durante o dia e era uma cena bem bonita de se ver, daquelas que eu penso: "ainda bem que estava com a câmera!" rsrs.   

terça-feira, 22 de setembro de 2015

22.09.2015 - volta.

O trajeto pra casa já rendeu várias das "fotos do dia" e eis que esta é mais uma delas.
Amo encontrar flores diferentes nos lugares que menos espero. Isso ja faz meu dia começar bem. 

segunda-feira, 21 de setembro de 2015

21.09.2015 - Degradê


É até vergonhoso que nos dias de hoje a cor de pele ainda gere preconceitos. E ando sentindo isso na pele. Sou branquela, nasci loira, mesmo tendo uma avó negra e mãe morena. Realmente não herdei nada deste lado da família. O que já gerou algumas situações constrangedoras. Como quando eu acompanhava minha avó no banco e ao me apresentar como neta receber olhares de desconfiança. Agora pela primeira vez estou saindo com uma pessoa negra, o contraste das nossas peles muito lembra leite e café. O que tem isso de anormal? Horas nada! Mas não é bem assim que muitos pensam... é perceptível o quanto as pessoas ainda se baseiam no tom de pele para fazer seus julgamentos. Nos olham como se fossemos incompatíveis, se não fizéssemos parte da mesma espécie. Simples olhares já dizem tudo. Como se nossa cor de pele dissesse algo sobre nós. É absurdo. Nós não ligamos, nos gostamos como somos com nossas diferenças e realmente não sei porque custa tanto para as pessoas entenderem isso.     

domingo, 20 de setembro de 2015

20.09.2015 - Descobrindo-se

Fui trabalhar a noite e quando saí de casa vi uma cena que me arrancou sorrisos. Uma turma grande de crianças e adolescentes corriam procurando onde se esconder enquanto uma guria debruçada na parede com os olhos fechados fazia uma contagem. Reconheci na hora do que se tratava. Estavam brincando de esconde-esconde. Foi a primeira vez que vi isso na rua de casa, aqui no bairro já vi que há crianças mas nunca as tinha visto juntas brincando, era sempre em grupinho pequenos de skate ou uns guris soltando pipa, as meninas mal saiam... mas finalmente pude ver uma brincadeira que englobava várias idades e que uniu todo mundo. Essa era uma das minhas brincadeiras preferidas da infância, creio que foi do que mais brinquei com o pessoal na rua onde cresci... e como sinto falta! É estranho, mas faziam uns dois anos que eu não via crianças brincarem disso, uma coisa que vivenciei durante a maior parte da minha vida havia se perdido. Por isso deslumbrei aquela cena, me lembrando de como eu me empolgava, dos lugares inusitados que me atrevia a entrar pra me esconder, de como eu corria desesperada pra "livrar o mundo" e livrar a todos do castigo de "bater cara". Foi muito bom ver aquela galera brincando, dava vontade de ir lá e brincar junto.
Na rodoviária esperando o ônibus com minha colega para irmos juntas ao trabalho, entre conversas a toa e papos do trabalho acabou que uma hora pude conhecer melhor a história dela. E é realmente chocante o quanto as pessoas são capazes de ocultar por trás de sorrisos. Ela tem uma história de vida bem complicada e ainda assim é super animada, julgando por isso jamais imaginaria tudo que ela já enfrentou. E achei legal que ela confiasse em mim pra me contar essas coisas. Ela ganhou minha admiração. Temos a mesma idade, o mesmo emprego, e ainda assim somos tão diferentes! E acho interessante que conforme vou conhecendo as pessoas também vou me conhecendo.

sábado, 19 de setembro de 2015

19.09.2015 - Desplugada

Vivo desligada, me distraio de tudo, quando foco em você. Estou sendo tomada por essa conexão que me desconecta de tudo mais. 

sexta-feira, 18 de setembro de 2015

18.09.2015 - Do céu ao caos.

Hoje por ser dia de festa na empresa não precisava ir trabalhar a noite. Resolvi que não ia na festa, mas iria aproveitar a meu jeito, assim que saísse do trabalho pela manhã iria direto pra SP, destino: Beco do Batman. Eu já havia adiado a ida pra esse lugar demais, não queria mais esperar pra conhecer. E fui, ou melhor fomos. O plano inicial era ir sozinha, até porque eu já havia convidado outra pessoa antes e #fail, e sendo rolê fotográfico e por ser algo que poderia não agradar a alguém eu preferia mesmo ir sozinha. Mas tudo mudou quando comentando o que ia fazer na sexta uma pessoa propôs de ir junto, e era nada mais nada menos do que a pessoa com quem eu mais queria poder passar um tempo junto, de preferencia finalmente fora do ambiente de trabalho. Então eu seria a guia turística, mesmo não conhecendo o lugar era eu que sabia as coordenadas. E foi muito bom, as conversas durante o percurso, poder estar perto de alguém sem ter pessoas se intrometendo, foi muito gostoso, eu realmente me surpreendia sabe... ficava pensando na sorte que eu tinha de estar acompanhada de uma pessoa tão interessante. Eu amo quando posso conhecer as pessoas, adoro ouvir quando falam da infância e isso vindo de alguém tão importante pra mim era demais. Depois quando descemos na Luz comecei a seguir o mapinha que fiz. Linha amarela, Fradique Coutinho, íamos começar a pisar em solo desconhecido. Eu havia elaborado outro caminho, mas de última hora optei por este e no fim deu certo, chegamos ao Beco do Batman sem dificuldades e sem errar o caminho.
Logo de cara nos deparamos com esse carro ai... e isso antes de chegarmos no nosso destino. Foi nessa hora que saquei a câmera da bolsa. E tudo naquele lugar era inspirador! Conforme fomos nos aproximando mais íamos nos surpreendendo com as coisas que notávamos no caminho. De frases e poesias pichadas, a intervenções com plantas, mosaicos e claro os grafites, afinal foi isso que nos atraiu até lá. Eu simplesmente amei o bairro, as casinhas todas decoradas de forma artística, os grafites super bem elaborados pelos muros, o lado colorido de São Paulo, pra todo canto que se olhasse tinha arte.  

Estar descobrindo um lugar incrível numa companhia agradável fez tudo parecer mágico. Eu nem tirei mais que dez fotos! E olha que estava num dos lugares mais legais que já fui... talvez tenha preferido usar o lugar como cenário de uma história do que transformá-lo apenas em fotografias. Quando nos sentamos pra conversar um pouco, em baixo da sombra das árvores e com direito a música ao vivo, um passarinho muito afinado cantava alegremente, e nós não perdemos a oportunidade de desfrutar disso da melhor maneira possível. Eu não tenho palavra pra descrever o quão maravilhoso foi estar ali. Nós nem tínhamos dormido pra poder aproveitar o dia e como estava valendo a pena! cada segundo trazia consigo algo de especial. Engraçado que tudo que costumo esconder eu acabei deixando a mostra, e pensando que isso assustaria acabou por nos aproximar. Era como se nos braços desse doido eu pudesse me sentir mais livre. Livre inclusive de mim mesma. Estava tudo uma maravilha, mas precisávamos voltar. 
Na volta me sentia mais segura e até triunfante ao andarmos de mãos dadas. Quando via nosso reflexo nas vitrines eu deslumbrava a nossa imagem tentando me acostumar com a ideia de sermos enfim um casal. De que finalmente podíamos andar como gostaríamos. O dia estava perfeito, mas não tinha acabado e a vida é cheia de revira voltas. Pegamos o trem pra voltar e já lamentávamos que a segunda feira ia tardar e que demoraria para que a gente se visse de novo. Mas o destino não quis assim. Eis que quando estávamos na estação Jaraguá da linha rubi ocorreu uma pane nos trens. Resultado: tivemos que descer e aguardar. Os ânimos se exaltaram e testemunhamos o caos se iniciando... gente revoltada criando tumulto, depredação, pessoas desmaiando, superlotação que tornava a situação desumana. Aguardamos no Sol por mais de uma hora pra que o próximo trem viesse super lotado e não conseguíssemos entrar. Depois fomos avisados pra sair da estação e aguardar os ônibus que nos levariam a próxima estação. Mais pessoas foram chegando e o caos ia piorando. Nisso se foram mais uma hora... estávamos completamente perdidos, numa cidade super longe e sem saber o que fazer, pra ajudar com uma multidão de loucos. Isso nos testou da pior forma possível... até onde nossa paciência duraria para que um dia perfeito não pudesse ser estragado? De sorte ambos conseguimos manter a calma e o humor da forma como era possível. Nos arriscamos pegando ônibus que nem mesmo tínhamos certeza de onde ia, nos agrupamos com mais pessoas que estavam na mesma situação... e nessa hora por diversos momentos eu vi que o desespero humano pode ser a coisa mais assustadora e nociva de todas. O ônibus nos levou a Perus, de lá ainda teríamos que dar um jeito de chegar a Caieiras... precisávamos ao menos chegar até Francisco Morato pra conseguirmos nos orientar, mas ainda estávamos longe demais e sem previsão de quando ou como chegar até lá. Os tais ônibus prometidos passavam super lotados e não paravam, a frustração só dava mais motivo pros ânimos se exaltarem. Começava a escurecer e com isso a preocupação aumentava. Tínhamos motivos de sobra para nos revoltarmos, xingarmos... mas toda a energia que nos restava nós gastávamos um com o outro. Quando finalmente um ônibus pra Caieiras nos pegou já nos deu um alívio. Pela primeira vez na vida estava beijando uma pessoa dentro de um ônibus lotado, no pior cenário possível, mas era nossa forma de fugir pra longe daquela situação maluca. Duas pessoas tímidas que abriram mão do que os outros iam pensar em prol de transformar um momento ruim numa coisa boa. Eu tenho certeza que se não fosse por ele eu não teria conseguido manter tão bem a calma. Como era bom ter minha paz somada a dele, isso certamente nos ajudou muito. Nem se quer vimos o trajeto que fizemos, de Perus a Caieiras só me lembro do senhor que entrou depois de nós que estava com uma Skol na mão e dizia ao telefone a esposa que não estava bebendo. Assim como ele houveram pessoas as quais nos aproximamos durante esse dia louco e que muito provavelmente jamais veremos de novo, mas pessoas que eu nunca vou esquecer. O rapaz sorridente e sonolento que estava no mesmo vagão que a gente e que depois encontramos no ponto esperando também o ônibus a Caieiras. A moça de Jundiaí que conhecemos no primeiro ônibus e que esteve com a gente até chegarmos a estação... e o homem com a skol que fazia piadas e soltou o "livrai-nos do mal" que nos arrancou risos. E depois disso o pior ainda nem tinha começado! Chegando na estação ainda tivemos que esperar mais, mais horas e mais pessoas chegando. O primeiro trem veio e veio superlotado. Pessoas se esmagavam e lutavam pra se espremer em cada milimetro possível dentro do trem. Umas atropelando as outras, tanto que impediam as portas de se fechar. Tumulto, revolta, desespero e mais caos. Mais pessoas passando mal. O trem que não saia do lugar e impedia o próximo de chegar... Vi pela janela o que parecia uma cela, aquilo era uma condenação. Eu assistia a cena e tinha vontade de chorar, não por desespero ou medo, mas por angustia e tristeza, de ver ao que as pessoas se submetem por conta do desespero, de ver como o governo pode deixar as coisas chegarem nessa situação, de ver que pessoas podem virar monstros e que uma situação ruim não é nada perto de como as pessoas se transformam ao reagir a isso. Mas me mantive em paz, estava com as mãos dadas com alguém especial, não havia caos que diminuísse isso. Recorremos mais vezes a nossa fuga, pra mim que achava inadequado pessoas que se beijam em público, aquilo deveria ter soado como um insulto pra mim mesma e principalmente pras pessoas a volta... não haveria situação mais inadequada que aquela... mas me senti bem, era um jeito de reagir a situação sem ser afetada por ela. Pela manhã eu havia visto o lado belo de São Paulo, as árvores a arte urbana... e agora perdida ali entre tantas pessoas eu também podia ver o lado que os jornais sensacionalistas gostam de enfatizar. Quando o segundo trem finalmente chegou veio tão superlotado quanto o anterior, mas já não havia alternativas... tínhamos que entrar. De mãos ainda dadas nos arrastamos contra aquela maré de pessoas agitadas e entramos, pressionados uns contra os outros, num aperto desgastante doía até mesmo pra respirar. Somente nessa hora tive um momento de pânico e senti o horror a flor da pele, por dentro tinha perdido o controle. Foi sem dúvidas uma das piores situações que já vivi. Sem ar e mal tocando os pés do chão eu lutava apenas me obrigando a não desmaiar, eu sentia meu corpo sedendo e fiquei aflita, se desmaiasse ali não teria como sair, não teria como ser resgatada, e pioraria a situação, eu não podia me entregar, tinha alguém ali que também precisava de mim, fechei os olhos e foquei "vou sobreviver a isso". A dificuldade pra respirar, as reclamações, os corpos espremidos, o suor que passava de uma pessoa pra outra... eu jamais vou esquecer o quanto aquilo era sufocante, humilhante, dolorido, triste e estressante. De olhos fechados eu usava toda minha força pra puxar o ar, que vinha tão quente que não parecia fazer efeito sobre meu corpo. o ar pesava feito chumbo. Quando enfim o trem saiu do lugar abri os olhos... estava de frente pra ele, não havia mais forças pra trocarmos sorrisos. Saímos do trabalho pela manhã, e já estávamos mais de 30 horas sem dormir. Pensava no quanto aquilo estava sendo desgastante pra ele, já não me importava comigo, pensava em como ele era forte pra não deixar aquilo o abalar, não ouvi sequer uma reclamação sair da boca dele, nenhum indicio de raiva, medo, desespero... eu queria retribuir aquilo. Isso me fez esquecer a dificuldade pra respirar, me fez ver muito mais, eu acabei aprendendo tanto com ele diante daquela situação toda que mesmo ali eu fui tomada por uma gratidão enorme. Olhava pra aqueles olhos cansados e tentava dizer com meu olhar "obrigada". A velocidade estava reduzida... um percurso que mesmo se fosse curto já seria desgastante, agora mais lento nem mesmo a palavra insuportável seria capaz de definir. Felizmente ao chegar a estação Baltasar Fidélis boa parte das pessoas desceu, nos dando um alívio. E finalmente parecia que o caos estava chegando ao fim. Chegamos a Francisco Morato, já era nove horas da noite e eu parecia ter recuperado a força, justamente quando ele perdeu a dele. Pegamos o trem sentido Jundiaí e a última coisa que ele disse antes de dormir apoiado em mim foi "e apesar disso tudo, valeu a pena". Ele já havia dito aquilo durante os momentos que eu já não tinha o que dizer, eu achava que era algo que dizia só por educação, mas nessa última vez foi quando aquilo teve um significado maior, pois ele estava cansado demais pra dizer aquilo a toa. Ele desceu duas estações antes de mim, o que me fez pensar pela primeira vez na distancia das nossas cidades. E ainda assim a noite tinha surpresas. Desci em Jundiaí, mas ainda teria que pegar dois ônibus pra chegar em casa. Já eram mais de nove da noite eu estava destruída, mais desorientada no terminal Vila Arens do que estava nas cidades que nem conhecia. Sentei quando achei o lugar aonde o ônibus que eu precisava ia parar. Do meu lado havia um senhor com um chapéu, pedi licença ao sentar e ele sorriu. Logo notamos que estávamos usando o mesmo estilo de chapéu, modelo fedora, fizemos uma breve troca de chapéus, rimos e conversamos.
Eu com cara de besta e o seu Paulo.
Tenho mesmo o dom de sair com caras estranhas em selfies.
Seu Paulo: o corintiano do Rio de Janeiro! Uma pessoa que precisava de alguém que o olhasse nos olhos. Que momento agradável, rindo com ele nem parecia que eu tinha passado por tudo aquilo horas antes. Chegamos a tirar uma foto juntos, eu precisava eternizar nosso encontro. Acabou que pegamos o mesmo ônibus e quando ouvi ele agradecendo, dizendo que eu tinha trago alegria pra ele, eu percebi que todo o caos que passei antes valeu ainda mais a pena, pois sem aquilo eu não o teria conhecido e não teria feito aquele carioca gente boa sorrir. A vida é bem doida mesmo. Desci e ainda tinha que chegar em Itupeva. Foi ali esperando o ônibus que o sono me bateu forte. Eu nunca durmo em ônibus e hoje por pouco não apaguei. Meu corpo começou a ficar dormente, minha cabeça tava tão avoada que eu parecia já estar dormindo. Demorou bastante pra este último ônibus chegar, parecia que nada nesse dia tinha pressa de acontecer. Cheguei em casa já eram mais de onze horas da noite, eu ri pois tinha saído de casa as 20:50 do dia anterior, antes de ir trabalhar. Entrar em casa depois de um dia tão longo e louco foi uma vitória. 
De pirraça não vou postar fotos de grafitis do beco do Batman. Pois embora eu tenha ido pra lá por isso, não foi isso o que mais foi significativo e também eu tirei poucas fotos, tinham fotógrafos lá, excursão de escola também e teve partes em que nem tive como fotografar. Pretendo voltar pra tirar fotos direitinho, mas certamente vai demorar pra mim querer encarar um passeio de trem/metro. Eu que tanto defendo o transporte público me traumatizei e não quero passar por isso de novo. Sobre estar com uma pessoa maravilhosa numa situação catastrófica eu espero que Nietzsche esteja certo sobre "o que não nos mata nos fortalece" pois pra um primeiro encontro enfrentamos coisas demais, sobrevivemos, mas não sei como será depois de tudo isso. O que eu sei é que foi bom superar tudo aquilo ao lado dessa pessoa. Eu vi ali uma pessoa muito mais completa do que eu esperava. Espero que nada dessa loucura venha a comprometer algo que esta acabando de nascer.

quinta-feira, 17 de setembro de 2015

17.09.2015 - Currupira

Minhas pernas são engraçadas... estou de costas mas não fica muito diferente do que seria comigo de frente rsrs. Enfim, a foto de hoje é pra mostrar o novo integrante da família *cactoones*, meu primeiro cactos grande! Este é o Demétrio, veio de presente de uma prima que morava aqui na cidade, mas que a pouco tempo se mudou pra Santa Catarina. Como não pode levar tudo me deixou adotar o cactos dela. Eu amei né <3 Comecei a gostar de cactos depois de um trabalho de ciência que tive que fazer, meu tema era "cactos" e eu fiz a pesquisa e apresentei pra classe. Se não me engano foi até uma das primeiras, se não a primeira, apresentação que fiz sozinha, e eu me sai bem. Eu amei adotar essa lindeza de cactos e por falar nisso Domênico e Durvalino, os cactos que resgatei da rua, cresceram horrores e me enchem de orgulho a cada dia. Já são tantos cactos agora, com este e os seis que ganhei de aniversário que logo vai ficar difícil decorar todos os nomes rsrs Espero que Demétrio se sinta muito bem por aqui e que goste da companhia dos demais cactos, já tenho altas ideias envolvendo Demétrio e pretendo mostrar aqui quando acontecer.

quarta-feira, 16 de setembro de 2015

16.09.2015 - FAIL

Infelizmente hoje eu falhei com o desafio. Câmera sem bateria e a falta de tempo me fizeram deixar o dia de hoje sem imagem :/ claro que isso me desaponta demais, mas vou seguir com o desafio mesmo assim. Eu sabia que uma hora isso acabaria acontecendo considerando que sou esquecida ou que poderia ocorrer algum imprevisto... pensei até em preencher com uma foto tirada no outro dia, mas a regra que estipulei a mim mesma era de não valer tirar a foto do dia depois de ir dormir (lembrando q vou dormir as 7:00 da manhã pois trabalho de madrugada e considero como fim do dia o momento em que vou dormir), ou depois que eu já tivesse tirado a foto do próximo dia. Sendo assim o dia de hoje vai acabar ficar marcado não pela foto do dia, mas pela falta dela. Vou me esforçar pra que isso não volte a acontecer pra que o desafio não fique todo furado.

terça-feira, 15 de setembro de 2015

15.09.2015 - De.formada

Daquelas fotos que disparam sem você perceber e que depois acha interessante. Isso ai é o resultado de um clique quando eu ia pegar a câmera e ela deslizou da minha mão e por conta dela se mexer durante o disparo a luz dos postes foram distorcidas e ganhou essa forma ai.


Uma música que não tem saído da minha cabeça nos últimos dias e que é minha escolhida nos momentos de cantarolação feliz é a "Passarinhos" do Emicida com a Vanessa da Mata. Basicamente essa música acabou virando minha trilha sonora rsrs já que muito do que ela fala pode se aplicar diretamente ao que venho vivendo.

Despencados de voos cansativos
Complicados e pensativos
Machucados após tantos crivos
Blindados com nossos motivos
Amuados, reflexivos
E dá-lhe anti-depressivos
Acanhados entre discos e livros
Inofensivos

Será que o sol sai pra um voo melhor
Eu vou esperar, talvez na primavera
O céu clareia e vem calor vê só
O que sobrou de nós e o que já era
Em colapso o planeta gira, tanta mentira
Aumenta a ira de quem sofre mudo
A página vira, o são delira, então a gente pira
E no meio disso tudo

Passarinhos
Soltos a voar dispostos
A achar um ninho
Nem que seja no peito um do outro
Passarinhos
Soltos a voar dispostos
A achar um ninho
Nem que seja no peito um do outro

Laiá, laiá, laiá, laiá
Laiá, laiá, laiá, laiá
Laiá, laiá, laiá, laiá
Laiá, laiá, laiá, laiá

A Babilônia é cinza e neon, eu sei
Meu melhor amigo tem sido o som, ok
Tanto carma lembra Armagedon, orei
Busco vida nova tipo ultrassom, achei
Cidades são aldeias mortas, desafio nonsense
Competição em vão, que ninguém vence
Pense num formigueiro, vai mal
Quando pessoas viram coisas, cabeças viram degraus

No pé que as coisas vão, jão
Doidera, daqui a pouco, resta madeira nem pros caixão
Era neblina, hoje é poluição
Asfalto quente queima os pés no chão
Carros em profusão, confusão
Água em escassez, bem na nossa vez
Assim não resta nem as barata
Injustos fazem leis e o que resta pro ceis?
Escolher qual veneno te mata
Pois somos tipo

Passarinhos
Soltos a voar dispostos
A achar um ninho
Nem que seja no peito um do outro
Passarinhos
Soltos a voar dispostos
A achar um ninho
Nem que seja no peito um do outro

Laiá, laiá, laiá, laiá
Laiá, laiá, laiá, laiá
Laiá, laiá, laiá, laiá
Laiá, laiá, laiá, laiá

Passarinhos
Soltos a voar dispostos
A achar um ninho
Nem que seja no peito um do outro
Passarinhos
Soltos a voar dispostos
A achar um ninho
Nem que seja no peito um do outro.

...
E parece que achei meu ninho no peito de alguém :)

segunda-feira, 14 de setembro de 2015

14.09.2015 - Passarela

Eu e a guria que vai comigo pro trabalho hoje vivemos uma breve aventura. É ridículo mas somos obrigadas a pegar dois ônibus pra ir trabalhar sendo que poderíamos chegar apenas com um, mas por falta de uma passarela na pista e medidas de segurança da empresa temos que optar por pegar um ônibus adicional. Resultado o trajeto que poderia levar menos de 20 minutos caso houvesse a tal passarela nos faz ter que sair de casa com mais de uma hora de antecedência do horário de entrada pra que dê tempo de pegarmos os dois ônibus. Mas antes isso que atravessar a pista e correr o risco de morrer atropelada. De vez em quando ainda calha de conseguirmos carona com nossa líder que passa por ali de carro. Hoje resolvemos que íamos de ônibus. Então quando o segundo ônibus, que é o da própria empresa, estava se aproximando eu e minha colega fizemos sinal com a perna, uma brincadeira, já que das outras vezes nem mesmo sinal fizemos e o motorista parava ao reconhecer nossos uniformes. Mas percebi que o ônibus não dava indícios que ia parar e fiz sinal com a mão e nem mesmo com uma lombada ali perto que o obrigava a reduzir a velocidade e que o permitiu nos ver... o motorista não parou. Vimos o motorista olhar pra gente e ir embora. Resultado: íamos ter que pagar pra pegar um outro ônibus e chegaríamos atrasadas mesmo estando no lugar e na hora certa pra ir trabalhar. Escuro, sem causada e longe! lá fomos eu e a doida da Maria nos aventurar em direção ao ponto mais próximo, depois notamos que seria mais fácil ter ido andando até a empresa do que ter ido até o outro ponto. Foi um caos, estava bem escuro e o chão irregular fez tanto eu quando a Maria torcermos os pés, mas rimos horrores. No trabalho quando chegamos já estávamos atrasadas e cansadas, o animo pra trabalhar já tinha ido embora. De sorte que nossa líder era testemunha de que estávamos no ponto na hora certa e no fim quem se queimou foi o motorista. A foto de hoje foi tirada na passarela do Eloy Chaves em Jundiaí, a sombra ali é da Maria que indignada mandava via whats uma mensagem de voz explicando a droga que tinha acontecido pro pessoal. Achei engraçado porque na saída a iluminação está mais forte lembrando "a luz do fim do túnel". E no fim mesmo com esse ocorrido deu tudo certo. 

domingo, 13 de setembro de 2015

13.09.2015 - Livro, Sol e natureza.

Hoje queria ler e queria sair. Estava nesse impasse terrível. Depois de uns dias chuvosos e nublados o Sol finalmente saiu e eu querendo aproveitar, mas sem me decidir como. O jeito foi fundir tudo isso... peguei meu livro velhinho do sebo e sai pra caminhar pela mata, estava um vento frio, mas com o Sol forte o vento vinha a calhar e foi uma delícia ler ao som dos passarinhos, com o cheirinho de mato e ali naquele ambiente gostoso e calmo. Preciso de mais dias assim. 

sábado, 12 de setembro de 2015

sexta-feira, 11 de setembro de 2015

11.09.2015 - Perfurações

Foto tensa, com imperfeições na pele evidentes e tudo. Mas o principal mesmo é mostrar o novo surface! Depois de quase um ano fui furar um piercing novo. Foi um dos piercings mais tranquilos que já furei, escolhi um estúdio mais conceituado do que o local que fiz meu outro surface, esse outro surface ficava abaixo dos olho direito o modelo conhecido por "anti-eyebrow" que eu amei mas acabei tendo que tirar. Desta vez escolhi o "surface ear", que é mais escondidinho. A experiência foi boa, bem rápido e sem complicações. Não senti dor, nem mesmo nenhum incomodo durante ou após, não ficou sangrando, não inflamou, não saiu pus, não atrapalhou na hora de dormir... uma maravilha. Espero que a pele não o rejeite e que ele sobreviva ao meu jeito desastrado, pois eu amei de verdade, amei como ele junto com o piercing do tragus formam um triangulo com três pontos. Assim que possível vou furar outro assim do lado direito também. Eu nem escrevi nada aqui, mas alarguei minha orelha direita, que há tempos estava estacionada nos 16mm, agora tá com 20mm. Vou acabar deixando ela igual a esquerda, ficando ambas com 24mm. To com uma listinha de mais uns body mods que vou fazer e conforme for eu acabo aproveitando pra registrar aqui também. Houve um tempo em que considerei seriamente a ideia de fazer um curso de body mod e me aperfeiçoar pra trampar com perfurações. Sei que pra muitos isso é visto como bobagem, mas eu realmente gosto dessas intervenções corporais, acho interessante como piercings mesmo sendo simples dão um novo aspecto ao local perfurado, onde a vaidade vai explorando áreas diversas do corpo. Um simples pontinho capaz de gerar destaque. Vou até compartilhar algo mais pessoal aqui. Eu passei maus bocados no período da escola por conta das orelhas grandes e de abano. Por muito tempo usei acessórios e o cabelo com o cuidado e preocupação de esconder minhas orelhas grandes, querendo me livrar das chacotas. Depois de um tempo vim me interessar por body modification, isso em 2007, eu achava bem interessante e acompanhava coisas como o BME e não tardou pra mim também aderir a algumas coisas. Eu comecei a alargar a orelha em 2008 e fiz o serviço eu mesma. Naquela época não era tão comum quanto é hoje, estava começando a se difundir por aqui. Lembro até que era bem caro pra comprar e só achava em estúdios, não é como hoje que em qualquer lojinha você encontra variedades de tamanhos, cores e modelos a um precinho no melhor estilo made in china. Havia até uma comunidade doida do orkut com sugestão de coisas que se tinha em casa para adaptar como alargadores improvisados, justamente por conta de ser difícil achar pra comprar, principalmente quando se atingia tamanhos maiores. Bom foi graças ao alargador que parei com a neurose de ter vergonha das minhas orelhas, na realidade eu passei a me orgulhar logo daquilo que eu tanto quis esconder. Eu sofria pra aumentar de tamanho e depois me sentia na obrigação de deixar o buraco (ou estrago, como diz minha mãe) a mostra, era um motivo de orgulho cada vez que eu atingia uma meta de tamanho, eu achava bonito e já não via necessidade de esconder as orelhas, eu passei a gostar delas. Eis a ironia... antes tinha vergonha por ter orelhas grandes e depois passei a gostar quando alargava e as deixava ainda maior! Acho que chegou um ponto onde o tamanho do alargador passou a chamar mais a atenção do que o tamanho da orelha em si. Pode ter sido um desvio do foco de atenção, mas seja como for foi graças a isso que o trauma das orelhas de "dumbo" sumiu. Hoje sou uma dumba assumida que vive com as orelhas a mostra rsrs. Eu me acho mais bonita com essas coisas na orelha, amo minha orelha toda furada e dumba. Acho o meu alargador pequeno. mas acho que esse tamanho combina comigo e até aqui não quis aumentá-lo mais, nem diminuir. Eu gosto e se me dá vontade vou lá e faço, e não fico esperando que alguém repare ou algo assim... até porque nunca fiz nada radical ou digno de alardes. Quando se trata de modificação corporal, desde algo mais agressivo a um mero piercing pra uns é uma bobagem desnecessária, pra alguns é apenas um meio de chamar atenção e pra outros é uma forma de expressar. Eu fico com a terceira opção, faço dos meus mods uma extensão de mim mesma. 

quinta-feira, 10 de setembro de 2015

10.09.2015 - Para-brisas

Foto de hoje é de quando o carro ao lado passou numa possa e a água da chuva jorrou diretamente no vidro da frente do carro onde eu estava de carona. Eu realmente amo chuva, mas quando ela cai forte e bem no horário de ir trabalhar complica um pouco. Por sorte não estava na rua quando a chuva mais pesada caiu. Eu gostei muito dessa foto, pois era uma cena bonita ver: as leves ondulações que se formaram no vidro quando a água foi jogada violentamente contra o carro, e como ela escorria distorcendo as luzes e formas das coisas a nossa frente, deixando tudo abstrato, ganhando uma textura e mistura de tons distintas. Olhando assim pra foto vejo riscos imprecisos que se contrastam, em tons neutros, nos quais vejo beleza em toda essa irregularidade. Foi uma coisa de fração de segundos, ainda bem q estava com a câmera em mãos, pois logo o para-brisas (com aquele movimento que lembra a negação que fazemos com o dedo indicador) se encarregou de deslizar pelo vidro trazendo a nitidez do vidro de volta. Limpou o vidro de toda a pintura que era composta pela água e luzes a frente. Em preto e branco mal dá pra ver o que é essa foto. E eu amo isso sabe... de como algumas coisas quando registradas não podem ser tão facilmente desvendadas, quando há toda uma historia de composição que mesmo numa fotografia não se é perceptível.  
Acho que muitas coisas deixamos de notar, como se nosso "para-brisas" estivesse sempre ligado. Querendo ver sempre as coisas com nitidez as vezes limitamos um pouco da nossa imaginação. 

quarta-feira, 9 de setembro de 2015

09.09.2015 - Poças

Eu estou realmente mal este ano no sentido de me afastar de pessoas com quem a principio me dava bem. Eu odeio que as coisas as vezes cheguem ao ponto de ter que se cortar contatos. Mas acabo tendo que me conformar já que se faz necessário. O bom é que ao mesmo tempo tenho me aproximado de alguém que me faz bem e ai ameniza as perdas com o que tenho ganho. Sinceramente eu me sinto até meio boba de ter essa admiração tão forte em tão pouco tempo, minha incapacidade de ver defeitos numa pessoa só comprova o quanto esta é especial (considerando que sou extremamente critica e apontadora de falhas). E vou ter que apelar pra uma comparação grotesca, onde eu com vinte e quatro anos nas costas me deparo com uma situação no melhor estilo Kimi ni Todoke. Eu novamente incorporando o papel da Sawako, tendo que lhe dar com umas Kurimi-chan's, maus entendidos e meu jeito estranho... e claro que há um Kazehaya-kun nessa história. A comparação chega a ser cômica se for considerar a diferença da aparência dos personagens com as pessoas da vida real, mas o contexto é muito semelhante. Eu sei que o cenário não ajuda nenhum pouco. Os "amigos" que querem ajudar mas que só atrapalham, pois eu bem sei que somos diferentes e nenhuma estratégia convencional serve pra nós. Nessa falta de jeito é que acabamos gostando um do jeito do outro. Mas embora eu odeie essas complicações iniciais até aqui eu estou cada vez mais disposta a deixar isso brotar. Eu morro de horror e vergonha de escrever coisas assim, relacionadas a vida amorosa, pois sou discreta e não gosto de me abrir. Só que sabe quando você está preenchido por algo tão bom que te dá uma vontade de gritar pro mundo todo o que você está sentindo? Pois bem, é este o caso. [certeza que se eu reler isso futuramente vou me detestar por admitir isso tão descaradamente] E isso tem crescido tanto e tão rápido dentro de mim que nem mesmo o velho medo de que eu esteja interpretando errado, ou as neuroses que citei no dia 05/09, tem me impedido de sonhar. Meu lado pé no chão ta com o alarme de alerta ligado (!!!) querendo me avisar dos perigos e tal, mas eu estou gostando de quebrar minhas próprias regras.

Foto de hoje: voltando pra casa fiquei hipnotizada por essas poças e por esse céu lindo.

terça-feira, 8 de setembro de 2015

08.09.2015 - Ausência.

É inacreditável algumas cenas que a gente vê nos lugares que menos se espera. Voltando pra casa avistei essas ovelhinhas, achei engraçado pois aqui não é um bairro rural, mas como dava pra ver tem de tudo. Eu amo ovelhas e ai não tinha como não ser esta a foto do dia. Muitas vezes já me associei a "ovelha negra da família" mas não é sobre isso que vou escrever. Na realidade eu nem queria escrever nada pro dia de hoje. Aconteceram coisas maravilhosas nos últimos dias, tanto que as certezas que brotaram fecharam as lacunas abertas. Mas infelizmente isso também significaria abrir mão de algo valioso, era o que tinha de ser feito, mas nem por isso é fácil, ainda assim dói. Seria egoísmo meu esconder e manter expectativas que só aumentariam a frustração. É triste, mas pra se começar uma histórias outras tem de ser finalizadas.
Pra hoje a música perfeita seria Assinado eu da Tiê. E alguns trechos são realmente perfeitos:

Mas sinto que eu te devo sempre alguma explicação.
Parece inaceitável a minha decisão.
Eu sei.
[...]
Mas em toda a história,
É nossa obrigação
Saber seguir em frente,
Seja lá qual direção.
Eu sei.
[...]
Tanta afinidade assim, eu sei que só pode ser bom.
Mas se é contrário, é ruim, pesado
E eu não acho bom.
Eu fico esperando o dia que você
Me aceite como amiga,
Ainda vou te convencer.
[...]
Me despeço dessa história
E concluo: a gente segue a direção
Que o nosso próprio coração mandar,
E foi pra lá, e foi pra lá.

Eu sei que todo esforço e todo tempo investido de repente vão parecer um grande desperdício. Sacrifícios que não trouxeram o resultado esperado. Mas espero que tenham servido ao menos para aprendizado, porque desperdício mesmo seria converter/distorcer tudo isso em algo depreciativo.
Sempre verei esse tempo todo como um carinho enorme. Foi muito significativo e vou levar tudo isso pro resto da vida, me transformou como pessoa, e é uma companhia da qual sempre sentirei falta, afinal pessoas são insubstituíveis e o que você marcou ninguém tira. Por mais que eu escreva aqui vai sempre parecer pouco, vai sempre soar como uma forma de consolo pra aliviar minha própria culpa... mas magoar alguém, mesmo que sem pretensão, ter que se acostumar a ausência de alguém que tanto foi presente... é tudo complicado. Parece muita ingratidão. A vida se mostra injusta é nessas horas. Mas realmente espero que isso seja um fim pra um recomeço muito melhor. E que sejamos felizes. E você mais do que ninguém merece isso.

Não me questione o que faltou, já que nada vai ser mais difícil de superar que sua falta. 

segunda-feira, 7 de setembro de 2015

07.09.2015 - Caminhada

E hoje enquanto alguns foram aos tradicionais desfiles de sete de setembro eu optei por ir dar uma caminhada na direção contrária. Fiz um post uma vez falando da minha indignação aos maus cuidados ao Rio Jundiaí aqui em Itupeva, e hoje eu tirei o dia pra admirar o mesmo rio, que embora poluído ainda é dono de uma beleza que me encanta. Eu amei a sensação de caminhar e ter como trilha sonora o som das águas correndo e se debatendo contra as pedras. É muito tranquilizador e percebi que preciso fazer coisas assim mais vezes. O contato com a natureza é realmente mágico. Eu amo de paixão alguns lugares dessa cidade, cidade que é realmente sem graça em milhares de aspectos, mas que na beleza natural ainda me impressiona. Pena que poucos se atentem pra isso. Eu acabei por esquecer o celular em casa e no fim até achei bom. Não sei por quanto tempo fiquei andando e tirando fotos das árvores e do rio, mas foi um momento muito prazeroso e que pra fechar ainda terminou com uma chuvinha gostosa.
Eu amo matas e disso já falei aqui uma porção de vezes rsrs É como se todo esse verde me trouxesse energia, me revigora. Eu poderia ter passado o dia todo por ali. E também já falei diversas vezes que amo pedras. E uma das coisas que enriquecem o ambiente são essas pedras por onde o rio passa. Eu acho muito bonito, complementam o visual perfeitamente. As árvores em volta o morro verde ao fundo... eu fico mesmo abobalhada de ter algo assim bonito tão perto e muitas vezes passar indiferente. Fico imaginando que se o lugar completamente descuidado já tem essa beleza toda imagine o quanto não seria mais impactante se estivesse com todo o seu potencial?
E pra ficar mais perfeito ainda no caminho cruzei com dois pés de amoras carregados, e me deliciei.
Tenho um enorme amor e respeito pela natureza, amo o efeito que ela causa em mim, amo ter acesso a isso. E vejo que algo tão simples é capaz de transmitir um bem tão grande... eu não precisei gastar um centavo pra estar diante dessa maravilha, mas voltei de lá tão mais rica... Que a vida me permita ter muitos momentos bons assim, e que muitos lugares possam ser descoberto pelos olhares desatentos, pois há tanto poder nisso que é um desperdício as pessoas negligenciarem algo incrível como a natureza. 

domingo, 6 de setembro de 2015

06.09.2015 - Sinse 1991

Eis que hoje é dia de ficar mais velha. Depois que finalmente cheguei aos 18 anos eu deixei de gostar dessa data. Antes ansiava por este dia já na expectativa de abrir presentes ou por me aproximar da maioridade e poder "fazer o que eu quiser". Mas o tempo passa e claro as coisas mudam. A partir dos 19 anos todo início de setembro já vinha melancólico, era tempo de refletir que mais um ano se passara e ao colocar as coisas na balança sempre resultava em frustração. Fazer aniversário era pra mim então uma lembrança de tudo aquilo que poderia/deveria ter feito e não fiz. Era quando eu notava o desperdício de tempo mais nitidamente. E ai ao invés de me sentir feliz eu me sentia decepcionada, culpava, deprê. Este ano claro não sai ilesa da fase melancólica e do déficit de realizações, mas o sentimento de gratidão por poder comemorar mais um ano de vida se mostrou muito mais relevante. Pela primeira vez, desde 2009, eu me senti feliz no dia de hoje, e feliz sem precisar soprar velinhas, ou ouvir o coro cantando parabéns, (aliás que ótimo, pois odeio essa parte até hoje) feliz por simplesmente estar viva. Ainda pra ficar melhor, como sempre e isso já parece um ritual de aniversário, eu fiquei sozinha a noite. Por sorte sem estar me punindo ou lamentando, mas me deliciando com um livro maravilhoso, curtindo do meu jeito, ali encolhidinha no sofá, tempinho frio do jeito que amo e nublado <3 Pra quem olhasse ia parecer uma cena triste, mas meu modo de comemorar é assim mesmo... não preciso de extravagancias, minha comemoração vem de dentro, de me sentir bem comigo mesma e fazendo as coisas que amo.

p.s: Foto com cara de sono, estava indo dormir quando tirei rsrs Quis aproveitar o dia e quase que esqueci da foto. 

sábado, 5 de setembro de 2015

05.09.2015 - Filme Francês

Ontem eu estava no clima de ver algum filmezinho mais calmo, daqueles que gosto de ver sozinha. A ideia era ver o filme "grandes olhos" que é uma biografia dirigida pelo Tim Burton. Mas o formato do filme não rodava na tv. Ai aproveitei pra ver alguns dos filmes que estavam perdidos pelo hd externo. E nisso encontrei o filme: "Les Emotifs Anonymes" um dos filmes franceses que baixei numa remeça só... eu as vezes baixo diversos filmes de uma vez e depois nem me lembro do que cada um deles se trata, acaba que quando vou assistir se torna uma surpresa. E foi isso que ocorreu hoje. E foi interessante pois o filme sortido parece ter calhado de vir na hora exata! Como se o destino tivesse preparado esse momento pra que eu visse o tal filme. Eu amei logo de cara, quando percebi que o filme ia retratar de forma humorada os dramas que algumas pessoas enfrentam, que parecem bobos, mas que muito afligem até mesmo em situações que deveriam ser "normais" pois geram interpretações erradas. Alguns conflitos pessoais como ansiedade, timidez, medos, insegurança, pânicos e essas coisas que nos brecam, que não nos deixam ir muito longe. Pra mim se tornou acima de tudo um filme especial (a nível, Amélie e Medianeras, meus preferidos no sentido "estilo de vida esquisito" que expõem as peculiaridades e mostram que estas são bem naturais mas são tantas vezes reprimidas. São filmes com os quais muito me identifico). Eu quase conseguia me ver em cada cena desse filme, já que o jeito atrapalhado dos personagens me faziam lembrar de diversas situações que vivi e reagi de forma semelhante. Eu resolvi que a foto de hoje seria um print desse filme, mesmo que eu já tivesse tirado uma melhor com outra ideia antes. Escolhi essa cena em que estão no restaurante e que super atrapalhados e desabituados ao ambiente nenhum dos dois sabiam o que fazer, apavorados nem mesmo a escolha de um prato no menu parecia uma tarefa fácil, acabaram sendo salvos pela sugestão do garçom. A dificuldade de iniciar o diálogo foi o que achei mais engraçado. Eu vivi isso tantas vezes e vi como olhando de fora é cômico, mas quando vivenciado era terrível rsrsrs e amei ver as dificuldades sociais serem representadas de forma tão doce como nesse filme. Eu vivo tentando melhorar nesse aspecto, sempre me esforçando pra ser menos patética, querendo mostrar segurança e me propondo desafios malucos pra me libertar e tal... mas as vezes percebo que isso me faz lutar contra mim mesma, talvez eu deveria aceitar minha condição, já que por mais que eu lute, meu jeito desastrado sempre acaba por aparecer de uma forma ou de outra. Mas penso que crescer dentro das minhas possibilidades é o melhor caminho, mas não é fácil. Vou colocar aqui alguns prints que fiz depois com algumas citações que achei marcantes.

Basicamente creio que o que muito já dificultou minha vida amorosa era justamente esse dilema de não saber lhe dar com a proximidade de alguém, por não querer ter minha vida invadida. Quem se acostuma a ser só acaba se assustando como se fosse ameaçado com a presença de alguém, mesmo quando a pessoa que se aproxima tem boas intenções. É uma desconfiança crônica. Esse alguém mostra nosso lado vulnerável, já que tem um poder sobre o que você sente, e por mais que queira ter a pessoa por perto há aquele incomodo enorme que se junta a insegurança e ao medo e ai que as coisas tendem a dar errado. O envolvimento emocional sempre foi uma grande dificuldade minha, principalmente por não saber me expressar muito bem (muitas vezes reagindo de formas irracionais ou frias) e porque meus pontos de vista são diferentes dos padrões de hoje. São coisinhas que somadas geram barreiras. Eu adoraria não ser tão complicada a troco de nada, sempre tive vergonha de admitir esse tipo de problema pois considero isso patético e inaceitável, mas é inegável o quanto já me deixei levar por esse medo de não saber no que vai dar e acabava que isso não dava em nada, só em frustração. O dilema é que existe uma pressão enorme nisso tudo. A pressão que pessoas assim inseguras impõem sobre si mesmas e a pressão de ter que corresponder ao outro, que geralmente não entende essas "frescuras". Por isso é sempre mais fácil desistir. Você tenta se adequar a algo que não condiz com o que você é, a pessoa te cobra isso, mas e quando ao lado fragilizado? Este sempre é apontado como falha e nem sempre visto como parte da pessoa também, não levado em conta... e geralmente isso se torna catastrófico. Porque esconder isso além de não ser fácil também pode piorar a situação.


Quando fui fazer minha primeira tattoo eu vi mais claramente um problema que eu tinha de encarar as coisas. Era um dia especial pra mim e há tempos eu estava planejando fazer uma tatuagem. Eu não tinha medo da dor, não tinha medo de me arrepender, tinha eu mesma escolhido e elaborado o desenho, tinha confiança no trabalho do tatuador, tinha o dinheiro, tinha tempo, tinha certeza. Tinha tudo pra dar certo. Mas quando estava na rua do estúdio eu tive um certo pânico. Eu passava perto e voltava, passava em frente e não conseguia entrar. E não entendia o porque eu estava reagindo desse jeito maluco. Dentro da minha cabeça me questionava: "Eu quero tanto, porque estou reagindo assim?" e "porque é tão difícil pra mim fazer até mesmo as coisas que quero?". Eu me sentia a mais idiota das criaturas. E não estava ansiosa sabe, não sou daquelas que até sentem vontade de ir ao banheiro, mas estava tomada por uma sensação ruim que não era física. Era bizarro pois eu estava calma e ao mesmo tempo apavorada. E o que mais me confundia é que eu estava assustada mas não sabia com o quê. Era um medo irracional. No fim eu acabei me empurrando e entrando, (lembro que pisei de olhos fechados e tudo kkkkk) foi difícil, mas foi entrar lá pra tudo isso passar. Eu nunca contei isso a ninguém, (sabendo que não iriam compreender) vendo esse filme me lembrei desse episódio. Já passei por outros momentos do tipo, mas esse do dia da tatuagem foi o mais bizarro, pois prestes a realizar um sonho me veio esse medo sem lógica que trás consigo uma sensação de impotência terrível. O pior é se sentir ridicularizada por não entender a si mesma.

Outra coisa que não tive como deixar de ver minha vida quando acompanhava o filme foi no final quando no grupo de emotivos anônimos Jean-René depois de seguir sua amada entra e confessa seus medos e também seu amor por Angélique. Mas ela reage de uma forma inesperada. Ela reage da mesma forma que eu já reagi diversas vezes. E começa assim:

"Sinto muito, mas não vai dar/Eu amo você e sei que você me ama/Mas seria um desastre/Passaríamos a conhecer nossos defeitos, nossas manias/Nós nos magoaríamos e não diríamos nada. Acabaríamos nos detestando e não quero isso/[...]/Não ajudaríamos um ao outro.

depois termina com as frases do print a seguir:


Eu vivo esbarrando com pessoas maravilhosas, mas realmente não estive disposta a me afogar com nenhuma delas. Eu optava então por me afogar sozinha. Abri mão tantas vezes de pessoas de quem eu amava justamente por isso de não me achar capaz de ajudar alguém a ser feliz. Infelizmente acontece de mesmo gostando da pessoa a proximidade acabar por fazer mais mal do que bem. Não dependendo só da disposição pra que tudo dê certo.
Até certo tempo achei que era mais feliz quem soubesse esconder melhor seus problemas, disfarçando mais eficazmente esses impasses. Mas esconder, disfarçar não é uma solução, na realidade cria só mais problemas... e hoje vejo que é mais feliz quem sabe se aceitar e conviver com seus próprios infortúnios, os amenizando ou aprendendo a lhe dar com seus aspectos menos favoráveis de forma que não se deixe dominar por eles. E esconder pra mim não daria certo mesmo, já que ruborizada não há falsa indiferença que me salve rsrs.

"A maioria das pessoas não sabe que sou emotivo/ Eu nunca conto, escondo como posso/ As pessoas têm a impressão contrária/ Me acham seguro/ Me acham até rude ou severo/ E pegam pesado comigo/ Se permitem tudo/ Elas me confrontam e fico mal/ Escondo que estou mal e me acham ainda mais rude/ É um círculo vicioso."

Eu melhorei bastante da timidez, da insegurança, aceito bem melhor minha própria condição, mas ainda tenho que lhe dar com elas diariamente. Atualmente tenho vivido algo muito bacana, e é bom ter a liberdade de ser você mesma sem se preocupar de esconder até esses detalhes desajeitados e estar por perto de alguém que parece saber como você se sente e te dá o tempo e espaço que você precisa pra respirar, isso faz toda a diferença.

Porque gosto de filmes assim e particularmente dos franceses? Bom não tem nada a ver com ser "cult" e nem por ter romancinho, na realidade quanto mais simples o filme mais acabo me encantando. O que mais amo nesse tipo de filme é a delicadeza de saber tocar no ponto certo, de cutucar a ferida. Pontos que no dia-a-dia tentamos a todo custo ocultar. Amo como ressaltam aquilo que normalmente nos custam um belo esforço pra fazer parecer irrelevante. Adoro como os filmes conseguem expressar e nos fazer sentir sempre os sentimentos que buscamos reprimir, exibindo nossa natureza de forma exagerada para que assim possamos identificá-las, gerando um conflito interno, colocando-nos de frente com sua própria realidade. Retratando o que ninguém quer lembrar. É isso que me encanta, a sensibilidade de colocar em cenas e em diálogos situações capazes de causar reflexão. Que emocionam.

sexta-feira, 4 de setembro de 2015

04.09.2015 - As verdadeiras flores de campo

Voltando pra casa passei por um terreno baldio e do outro lado da rua reparei nessas flores que embora simples nasceram ali sem que ninguém esperasse, embelezando um lugar. A foto ficou meio ruim já que com o zoom no máximo (eu estava do outro lado da rua como mencionei) não deu pra captar as demais flores, tinham muitas mais. E mesmo com esse aspecto mais "selvagem" a beleza delas me encanta, talvez até mais, já que mesmo privadas de cuidados ainda nascem. Eu realmente amo os fatores surpresas. E ontem na madrugada eu tive uma bela surpresa, da mesma forma como foi ao ver essas flores. Algo também nasceu mesmo num terreno seco e sem cuidados. E me surpreendi demais. O "dia" já quase no fim ainda deu um belíssimo jeito de me surpreender. Como é bom conseguir falar numa conversa de forma que se sinta a vontade e se consiga compreender e ser compreendido, a sensação de leveza que isso dá não tem preço, a mesma linha de raciocínio e a gostosa sensação sentir algo assim florescer. Até então meu jeito atrapalhado só dava margem pra trocar umas risadas e brincadeiras e era tudo tão raso que eu jamais esperava que com um pouco mais de atenção haveria uma conexão dessas. Adoro ser surpreendida pelas coisas, mas ser surpreendida pelas pessoas é sempre bacana. É absurdo como poucos minutos de conversa podem fazer toda a diferença. As vezes o potencial das pessoas é ofuscado pelo modo como a interpretamos, ou pela nossa falta de atenção, sei que talvez essa boa impressão e essas palavras podem ser precipitadas, mas se me faz bem procuro manter vivo. Nesse caso algo me dizia que valeria a pena esperar pra ver e não deu outra, intuição ou chute, sei lá, o que importa é que algumas certezas surgiram e surgiram como flores teimosas que brotam em terrenos sem dono.
p.s: Foi tudo culpa do Nietzsche.

quinta-feira, 3 de setembro de 2015

03.09.2015 - Fora de moda

Tirei essa foto ainda inspirada pelas professoras da oficina do Sesc que participei no domingo. Hoje foi a continuação da saga pelos presentes de aniversário. Mas embora eu tenha dormido só duas horas antes de pegar o ônibus, eu decidi sair de casa mais arrumadinha. Costumo ser prática e vestir algo confortável, mas estava inspirada hoje e resolvi transmitir isso no meu look. Eu realmente acho interessante como os gostos mudam ao longo dos tempos. Eu odiava roupas estampadas, só gostava de xadrez, poá e listras, coisas que remetessem ao visual mais urbano e roqueiro, de preferencia evitava usar muitas cores ao mesmo tempo, preto e cinza predominavam. Depois com a nerdice literalmente saindo do armário, eu comecei a curtir estampas divertidas como camisetas temáticas, de animes, jogos e filmes, ou coisas fofinhas como estampas de flamingos ou corujinhas porque achava divertido. E agora estou numa fase onde amo estampas floridas e coisas delicadas ou abstratas, continuo não sendo fã de cores muito gritantes e continuo gostando das coisas de antes, a diferença é que estou mais aberta para coisas novas. Explorando coisas que eu antes nem me imaginaria usando. Tenho achado legal essa mudança, embora meu guarda roupa está passando por uma crise existencial rsrs e necessita de umas adaptações. Eu realmente adoro aquele visual mais boêmio, estampas étnicas e indianas, que dá um ar meio hippie, com tons marrons ou em tons de cores contrastantes porém discretas. Ou estampas florais e geométricas, que dão aquele ar de menininha e ironicamente também parecem roupas de vovó. E claro gosto de roupas simples e básicas. Muito tem me agradado coisas assim, coisas que jamais considerei que um dia fossem me atrair. E isso de modo geral não só em roupas, na foto mesmo fiz questão de tirar essa foto por conta do lindo piso estilo português. Amo esses padrões e realmente acho bem bonitas as formas que se criam nesses desenhos simétricos. Mas já houve tempos em que eu considerava isso extremamente brega rsrs. Só vou ficar realmente espantada se um dia eu chegar ao ponto de querer usar um vestido de cor neon. Espero nunca chegar a mudar radicalmente assim rsrs. 

quarta-feira, 2 de setembro de 2015

02.09.2015 - Mão dadas

Amor sem prazo de validade.


Aqui em casa começou a época dos aniversários. E é sempre uma correria, setembro é um mês danado. Hoje fui pelejar atrás dos presentes. Já a caminho de voltar pra casa me deparei com essa cena da foto. Um casal de velhinhos andando de mãos dadas, e conversavam alegremente um com o outro, sendo perceptível o carinho mutuo. Achei tão lindo que não resisti, tirei a câmera discretamente da bolsa e dei meu disparo. Eu realmente me encantei de ver isso. Não gostaria de associar isso como "amor a moda antiga", mas é triste ver que muito se perdeu nos dias de hoje. É tudo tão vago, relacionamentos descartáveis, a falta de comprometimento: compreensão e companheirismo, demonstrações de carinho em público que hoje se confundem com pegação demostrados de uma forma vulgar e constrangedora. E ai uma coisa que deveria ser das mais naturais como um casal de velhinhos andando de mãos dadas de repente te faz ficar admirado. Momentos depois achei ainda mais irônico quando vi um casal de namorados jovens e a forma como o homem segurava a mulher estava mais pra um sequestrador do que pra seu parceiro, já que era visível o desconforto da moça e ele não parecia se importar com isso. Não a segurava daquela forma pra demonstrar carinho ou alguma proteção, queria passar a imagem de que ela era propriedade dele. Triste de ver.
Eu hoje passei no sebo e me deparei logo de cara com um livro que estava na minha listinha de espera: "Quando Nietzsche chorou", eu mal entrei e bati o olho nele e resolvi levá-lo. E lendo o comecinho dentro do ônibus tem um trecho que até vou aproveitar pra comentar aqui:

-Vejo que a senhorita prefere fazer as coisas por si. Isso não priva os homens do prazer de servi-la?

-Ambos sabemos que alguns dos serviços que os homens prestam não são necessariamente benéficos para a saúde das mulheres!    

Salomé é uma mulher deveras independente e claro que na época não existia a liberdade que há hoje, mas ainda assim as palavras dela se encaixam na atualidade. Mas não quero pender pro lado feminista não... sei muito bem dos infortúnios que uma mulher é capaz de criar, seja com seus ciúmes ou joguinhos, sei bem de seu lado manipulador. E sei que mesmo antigamente as coisas não eram as mil maravilhas amorosamente falando. Mas hoje parece que o encanto se perdeu e vai se perdendo cada vez mais com o passar do tempo, tanto almejavam que o amor enfim pudesse ser livre de padrões e regras, agora tá tudo tão mais fácil, mas ao mesmo tempo damos um jeito de complicar o que deveria ser simples. Confundindo o carinho com nossos caprichos.