quinta-feira, 30 de abril de 2015

30.04.2015 Pedras no caminho III

Hoje mesmo com as pernas bem doloridas por conta das andanças dos últimos dias fui mais uma vez perambular por ai, desta vez em busca dos últimos preparativos pra cerimônia de casamento do meu irmão. Foi uma correria danada, parece que quando se está nos finalmente é que se lembra de detalhes que deveriam ter sido pensados antes, mas que acabaram sendo esquecidos no meio de tanta coisa. Eu consegui cumprir a missão e ainda me presenteei com umas coisas rsrs Em determinado momento fui até a praça do fórum lá em Jundiaí onde ficam umas barraquinhas com artesanatos pra ver se encontrava um dos itens, mas claro acabei indo parar na barraquinha das pedras e me deparei com essas corujinhas da foto. Eu gosto muito das coisas desse vendedor. Pois eu tenho uma coisa com pedras que meio que me atraí até essa barraca, e outra porque tem sempre algo interessante digno ou de fotos ou de me fazer abrir a carteira, ou como nesse caso, ambos. Eu achei muito bacana essa fusão de duas coisas que adoro: corujas e pedras. A ideia é bem legal e fiquei parada ali olhando uma por uma rsrsrs eu queria uma de cada cor, mas não podia gastar a grana com isso, então tive que me contentar com uma. Eu escolhi a corujinha ali do canto direito da pedra azul. Tem várias coisas legais ali, esculturas feitas com as pedras, enfeites, bijuterias e pedras avulsas, que é o que eu costumo comprar.  Eu gosto por isso: é o tipo de coisa única, já que uma peça nunca ficará exatamente igual a outra. É um trabalho simples, mas que me agradou. E sou suspeita pra falar quando se trata de artesanatos, corujas e pedras rsrs  

quarta-feira, 29 de abril de 2015

29.04.2015 Maria Fumaça

Hoje acordei decidida de que iria a Indaiatuba me aventurar na procura pelo museu ferroviário. Eu nunca tinha ido até essa cidade de ônibus, muito menos sozinha, mas achei que seria desafiador ir lá, onde não conheço quase nada e teria que me virar na raça sabendo que sou descoordenada e atrapalhada o suficiente para acabar me perdendo. Acho que isso deu até mais emoção ao desafio. Então entrei no ônibus confiante. A paisagem do percurso me fez até fechar o livro. Cercada pelo verde dos morros e sítios, aquele misto do rural em meio a natureza me trás paz e é ótimo para se apreciar. Só  o trajeto já valeu a pena. Depois chegando lá em território novo [pois em Indaiatuba só fui a lugares específicos, nunca bati perna por aquelas bandas] fiquei meio assustada pois ai veio aquele choque de realidade "por onde é que eu começo?" Mas eu sou doida porém precavida. Dei print no mapinha que montei do trajeto pelo google maps [já que o gps do meu cel não vale nada e nunca funciona quando preciso] e ai tinha uma ideia vaga de como chegar, ao menos tinha o nome das ruas que deveria entrar. A principio parecia que ia ser fácil, achei os primeiros locais de boa, mas depois veio o problema... não achava a próxima rua, andei a rua Tuiuti inteirinha e nada. Nisso minhas pernas finas já estavam começando a demonstrar cansaço e o sapato não ajudou muito. Uma coisa que reparei é que ser pedestre nessa cidade é quase suicídio. Ninguém dá a vez pros pedestres atravessarem nas faixas [nem mesmo dão ceta] e a maioria das ruas por onde passei não tinham semáforo, resultando que quase fui atropelada algumas vezes. Mas segui em frente. Sobrevivi.
No mapinha mostrava que o local era bem perto então eu parei e pensei que deveria ter deixado de notar algo. Insisti mais uma vez, mas agora resolvi esquecer um pouco o cel e pedir ajuda. Numa praça fui salva por um senhor de aparência bem simples, aparentava até ser morador de rua. Ele tinha a barba longa e branquinha, com um bigode com as pontas levantadas pra cima estilo o visual do século XIX, tinha cara de filosofo com trajes meio surrados. Fui até ele. Disse o nome da rua ele a principio hesitou como se não recordasse, mas quando falei o nome da praça Newton ele logo associou as coisas e foi a única pessoa que pareceu saber onde era. Fiquei aliviada. Depois segui as coordenadas dele. Percebia que se tivesse seguido o celular nunca teria chegado no local. Mas cai numa outra praça que não era o meu destino. Pedi ajuda a um vendedor de guardanapos, e ele disse que era só descer na rua da frente. E ai finalmente eu consegui achar o lugar. Rodei tanto antes de chegar lá que conheci bem a cidade então o tour valeu a pena. Novamente entrei num casarão antigo com aqueles pisos de madeira que rangem <3 Dei uma olhada e li boa parte das coisas lá no museu, achei bem interessante e bacana, tirei foto de tudo e constatei que valeu a viagem. É um museu pequeno, simples, mas bem montadinho, assim como ontem, o próprio lugar já é uma atração independente do que guarda lá dentro. Depois fui lá fora para tirar fotos da Maria Fumaça. Eu adorei! Sou louca por trens e coisas antigas então estava surtando ali diante de uma coisa tão magnifica. Tirei muitas fotos, até levei a câmera Werlisa para registrar numa câmera de filme também. Foi muito gostoso estar ali, somando tudo: ter me aventurado numa outra cidade, conhecer lugares enquanto eu estava perdida, ter que me virar, chegar ao meu destino, gostar de verdade do museu, estar perto de uma coisa que me faz bem mesmo que eu não saiba o porquê. Foi maravilhoso, e não dá pra narrar, pra qualquer pessoa isso não é nada demais, ir numa cidade e achar um museu. Mas pra mim teve todo um significado.
Voltarei a Indaiatuba mais vezes. Passei por lojinhas que quero conhecer, a cidade também tem aquele lado mais antigo que eu tanto gosto. Esbarrei por lá com essas portas "semi-gêmeas" achei legal que os telhados também tem essa troca de cor. Vi umas outras coisas legais também e se fosse por foto de tudo o poste ia ficar saturado de tanta coisa. Aliás o blog era pra ter uma única foto por post, mas ultimamente não tenho me contido. Há sempre a foto principal, no caso sempre a primeira que posto [que serão as que formarão o álbum com as 365 fotos ao fim deste ano].
Em Indaiatuba descobri outras conexões que vão me possibilitar de ir a novos lugares também. E me poupa o transtorno de ter que ir até SP capital. E eu acho que ir de ônibus é bacana porque eu acabo tendo que me virar. Há até a possibilidade de eu ir a Boituva de busão, ou seja, pra pular de para-quedas agora não preciso pensar mais no problema da locomoção, já que meu carona/irmão vai casar e não vai mais poder topar todas aventuras que eu invento. Falando nisso finalizei o dia indo com ele agora a noite no shopping ajudá-lo na compra de roupas para a viagem de lua-de-mel. Não resisti e trouxe uma boina pra mim, eu ando colecionando chapéus inconscientemente rsrs aliás eu hoje fui até lá com uma boina para imitar um visual meio maquinista rsrsrs eu sou retardada mesmo. Mas enfim, foi um dia ótimo que ficará na lembrança. 

terça-feira, 28 de abril de 2015

28.04.2015 Pinacoteca



um dos quadros que mais gostei é esse que retrata as margens do rio Sena
A expressão fria e desaminada desse retrato
me encantaram demais.
Hoje de última hora resolvi ir conhecer um lugar que há tempos eu já deveria ter ido conferir. Se trata da Pinacoteca de Jundiaí. E hoje enfim fui naquela mansão antiga conferir o que ela guarda. Só de entrar lá eu já achei legal, a casa está muito bem conservada e me fez lembrar aquelas casas dos livros da Jane Austen, eu dava uns passos e a madeira dava leve rangidos, os pisos no estilo português, a escada as janelas e portas... tudo isso já me fascinou. Depois fui ver as obras que ficam abrigadas lá. Eu gostei de tudo, mas me decepcionei um pouco, pensei que tivesse muito mais coisa. Mas o pouco que vi já me deixou encantada. Eu gosto de arte, embora não entenda o quanto gostaria. Mas poder prestigiar pinturas é sempre bom. Eu adoro retratos antigos, a riqueza de detalhes, as expressões faciais e ver isso de perto é mágico, você vê as pinceladas violentas que conseguem atingir uma suavidade no conjunto que impressiona. O misto de cores avulsas que formam uma imagem tão precisa. Eu não consigo passar indiferente diante de algo assim. Vi alguns retratos do século passado. E pinturas mais recentes. Esculturas e aquarelas. Gostei muito de ter passado por lá. Gostaria que fosse maior e mais frequentado, pois acho essencial ter um espaço assim. Uma pena que algumas pessoas não se interessem de conhecer mesmo sendo no centro da cidade. Aproveitei também para tirar umas fotos do lugar com minha camera analógica casula, a Werlisa, pois ali naquela rua há várias casas de arquitetura antiga, uma delas em especial sempre me impressionada por mais que esteja judiada pelo abandono, é tão linda que se eu tivesse condições compraria e restauraria pra criar mais um espaço publico, pois sem dúvidas é algo que merecia ser melhor cuidado e aproveitado. Tem um potencial incrível.
Um dos que mais amei foi esse quadro, na foto é só um zoom
para mostrar as rachaduras e pinceladas. Eu fico pasma
com a perfeitação, o quadro era enorme e eu parecia estar de frente
a uma mulher e não de uma pintura.
Dá até dó imaginar aquilo sendo demolido. Fazia tempo que eu não andava por aquele lado da rua e é estranho como parecia estar num lugar novo. Foi um passeio rápido mas gostoso. Me senti realizada de finalmente poder riscar esse lugar dos destinos pendentes pra conhecer aqui da região. Ainda tem vários outros lugares para explorar e espero conseguir ir em todos e claro descobrir novos lugares também. 

segunda-feira, 27 de abril de 2015

27.04.2015 Engavetados

Mais um daqueles dias em que esqueço da foto do dia ai antes de dormir fico no desespero pra tirar a foto. Eu tirei uma fotinha marota como tapa buraco, mas ai abri a gaveta pra guardar a câmera e me deparei com esse desenho perdido lá dentro. Tenho uma gaveta onde guardo rascunhos e papeis com ideias para serem trabalhadas depois. Seja de textos, desenhos e qualquer coisa... deixo lá. E quando esbarrei com esse desenho todo torto e mal acabado eu ri. Me lembro do dia que fiz isso, pensando com o que preenchemos nossa memória e sobre o espaço limitado que temos, mas quando olhei pra isso ontem tive outras interpretações. Eu acho legal isso de deixar os desenhos ou textos "engavetados" e só vê-los depois de um belo tempo. Pois ai você vê com outros olhos, analisa de forma diferente e nota com mais facilidade as falhas e no que pode ser melhorado. Aprendi isso com o Caio Fernando Abreu, no livro Morangos Mofados no finalzinho colocaram uma carta onde ele descreve o processo de escrita do livro, diz assim: Mas vou deixá-lo dormir pelo menos por um mês, aí releio - porque sempre posso estar enganado, e os meus olhos de agora serem incapazes de verem certas coisas. Acabei aprendendo que precisava deixar as coisas um tempo esquecidas para que quando as avaliasse depois seriam melhor julgadas, não tendo assim um parecer baseado só na euforia do momento. Mas enfim é legal essa conexão que rola de pegar uma ideia do passado, interpretá-la no presente e pensar em como poderia ser melhor aplicada num futuro. De modo geral acho isso essencial. Se focamos demais nas coisas ou vemos erros demais, ou não vemos erros nenhum e ai pode-se colocar tudo a perder por não ter deixado a ideia amadurecer.    

domingo, 26 de abril de 2015

26.04.2015 Bonequinhas de luxo



Fui pra Indaiatuba ajudar meu irmão e cunhada a comprar algumas coisas que faltavam pra cerimônia do casamento religioso. Por lá esbarramos com uma exposição da Barbie no Shopping, o tema era "Barbie a bordo" e eu embarquei nessa tirando umas fotinhas. Eram barbies antigas com trajes temáticos, eu achei uma graça, mas confesso que prefiro mais o rostinho das Barbies atuais. Eu fui muito moleca na infância, mas se tem uma coisa que mostra meu lado mais menininha é isso ai, essas bonecas fizeram parte da minha vida. Cada uma das Barbies que tive tinha uma personalidade, uma história. Vai ver foi por isso que eu era bem seletiva na escolha delas. A maioria das que tive fugiam do esteriótipo "loira de olhos azuis", era bem diversificado, morenas, negras e ruivas. Tive sereias, fada, surfistas, bailarina, veterinárias, Rapunzel, e até bruxa, esta última que aliás gerou muitas histórias. Eu preferia brincar sozinha. Pois elaborava histórias mirabolantes que geralmente não funcionavam com outras gurias, nem todo mundo entrava tanto na brincadeira como eu. Pareciam até novelas, com "roteiros" elaborados onde eu dava sequencia, sempre continuava a brincar da onde tinha parado. E tinha seus momentos de drama e comédia, revira-voltas. Eu até escrevia num caderninho as histórias que vinham dessas brincadeiras, minhas Barbies não eram só bonecas, mas eram minhas personagens, através delas eu criava todo um mundo e eu escrevia aquilo pensando que um dia poderia virar um livro. 
Summer e Clara: As sobreviventes
Eu fazia esquemas, juntava dinheiro e comprava eu mesma ou fazia planos já que meu aniversário é em setembro e em outubro tinha dia das crianças e em dezembro natal. Tinha toda uma programação. Foi assim que consegui colecionar algumas, como as "Cali girls". Eu sabia da minha sorte de ganhar o que queria então eu tinha todo um cuidado, deixando-as bem conservadas. Por isso me desfazer delas não foi uma tarefa fácil. Dar elas em ótimo estado sabendo que poderiam durar pouco tempo nas mãos das futuras donas não me animava muito. Mas pensei depois que ficar empoeirando numa caixa também não era um desfecho muito bom e era melhor fazer uma criança feliz mesmo que isso significasse encurtar a "vida" de um brinquedo. Na foto pequena estão a Summer e a Clara, que resolvi guardar. Ambas tem os olhos verdes, mas Summer com a pele bronzeada e cabelos marrom avermelhados era a garota descolada e doida, enquanto Clara, a Barbie pálida de cabelos ondulados, era mais frágil e meiga. Eu acho engraçado lembrar de algumas das histórias que eu criava através dessas bonecas. Foi uma fase bacana. Hoje em dia as Barbies já não são tão cogitadas como já foram antes, onde eram quase unanimes. Uma pena. 

sábado, 25 de abril de 2015

25.04.2015 Casamento parte I

Hoje foi dia do meu irmão passar de noivo a marido. Ele e minha cunhada foram se casar hoje no civil, e eu na missão de madrinha estava presente para prestigiar esse momento. É impossível não ficar ficar feliz por esses dois. Duas pessoas incríveis que formam um par difícil de descrever de forma que não soe puxa saco. Foi um momento legal, como sempre teve suas risadas. Amo os dois e por isso me senti bem feliz por eles. Depois de assinar os papéis fomos tomar um delicioso café da manhã no Sítio Sassafras. Foi bem bacana, o lugar é bem aconchegante, com ovelhinhas fofas e o café da manhã foi um banquete dos deuses rsrs. Mas o melhor era saber que o sonho desses dois esta começando a se concretizar. Jamais imaginei que um dia seria testemunha/madrinha de algum casamento, por mais que eu e meu irmão sejamos amigos eu me senti surpresa e lisonjeada quando ele me fez o convite, pois sei que outras pessoas também tinham o direito de estar em tal posição. Dia primeiro vem a parte II e lá estarei eu de novo admirada olhando pra eles e desejando toda a felicidade possível. Por esses dois eu tolero até ter que usar vestidos e aguentar os comentários, sobrevivi a toda aquela paparicação de namoradinhos em quando eu segurava vela, e nem posso reclamar, já que eles são essas pessoas maravilhosas que me fazem feliz simplesmente por existir. Dá uma agonia saber que meu irmão não vai mais chegar em casa e dizer: "e ai manola" :/ mas faz parte partir. 

sexta-feira, 24 de abril de 2015

24.04.2015 Não perder fio da meada

Gosto tanto desses tecidos estampados que tive que
deixar a foto do dia ser estrelada por eles <3
Eu andei entediada de mexer em aparelhos eletrônicos, abandonei um pouco a tv, o celular e o note e me dediquei um pouco mais aos artesanatos.
Fiz uma saia, fiz minha primeira encadernação e pratiquei bordado.
A saia eu fiz um experimento. Tinha uns tecidos sobrando e resolvi que ia tentar fazer uma saia de godê 3/4 sem molde que até então eu nunca tinha arriscado. Embora seja muito fácil [dobrar o tecido, cortar e costurar] eu tinha medo de errar pois ai estragaria metros de tecido a toa. Mas como eu queria costurar alguma coisa e não queria perder tempo traçando moldes resolvi cortar direto na dobra do tecido. E deu certo! Foi bem rápido e eu que sempre faço alguma cagada no meio das costuras desta vez finalizei uma peça sem dores de cabeça e ficou bem legal. O caimento ficou lindo, mesmo o tecido usado [que era mais pra teste] tendo uma textura mais grossa que não deixa a saia com o visual fluido que esse corte permite, ainda assim ficou bem bacana.
Quanto a encadernação, também foi feita de improviso. Me deu a louca e eu quis fazer. Ganhei um pacote com folhas de papel com textura firme, eu ia usar para pintar com lápis aquerelavel, mas ai notei que não era o mais adequado embora a textura mais firme enganasse. Pensei então em usar as folhas para fazer um livrinho. Dobrei ao meio uma por uma até ter uma quantidade que daria 200 folhas, fiz os furinhos e passei a linha pelo papel, colei a lombada e tchã-raan! Deu certo e ficou bem legal. Dá até dó de usar e não tive coragem de estrear ainda. Tá "cru" pois ainda não fiz a capa, mas agora já tenho mais claro na cabeça como vou fazer, vou comprar umas coisas e espero que fique bem legal. Gostei tanto que vou fazer mais vezes.
Passei num armarinho hoje a principio para comprar agulhas de tricô nº7 pois comecei uma boina usando minhas agulhas mini de fazer cachecol e agora os pontos cresceram e já não vão caber nas agulhas se eu continuar, o que me fez parar o trabalho. :/ Mas ai me empolguei no armarinho. Trouxe tecido para usar de forro e costurar mais saias. Trouxe tecidos 30x60 de patchwork para usar como fundo nos bordados. Comprei meadas, e no fim esqueci as agulhas de tricô.
Mas a viagem não foi perdida.
Ano passado comprei na liquidação [literalmente queima de estoque, pois era a venda dos livros sobreviventes ao incêndio de uma livraria do shopping] um livro passo a passo de bordado. Me lembro de querer esse livro a algum tempo, mas era pequeno e o preço era alto. Com essa liquidação comprei ele por menos da metade do preço. Mas ai ele ainda ficou paradinho por bastante tempo. Essa semana peguei pra ler e comecei a treinar os pontos que mais me interessavam. É uma delícia bordar, eu ainda sou bem ruinzinha. Não quis começar pelo típico ponto cruz, pois não gosto muito daquele "efeito pixel", prefiro o bordado livre e usar o ponto atrás para desenhar sobre o tecido com linhas. Eu já fiz umas coisinhas de bordar frases e tal, mas ainda estou pegando o jeito, em breve quero desenhar de fato no tecido. O que eu quero é ter a habilidade e precisão suficiente para criar quadrinhos com o bordado, o próprio bastidor já serve como se fosse uma moldura redonda. E esses tecidos estampados já dão um charme. Por enquanto estou praticado pois as vezes ainda erro e perco o fio da meada [literalmente rsrs] mas ainda assim acho que bordar é uma das coisas mais gostosa dessas de artesanato. Pois posso usar meus próprios desenhos como referência e também envolve costura <3. Ainda quero pegar o jeito no crochê e aprender macramê e encadernação/scrapbook, melhorar nas costuras e no tricô e dominar os bordados. Esses hobby's me fazem um bem danado é tão gostoso fazer algo com as próprias mãos. Pra mim que sou estabanada e nada delicada lhe dar com coisas que exigem um processo meticuloso exige bastante de mim, mas é isso que é bacana, não só estou aprendendo uma atividade, mas estou aprendendo a ser mais atenciosa e paciente. Um dia ainda quero ser uma mulher prendada, por enquanto tô só na vontade, mas um dia chego lá. 

quinta-feira, 23 de abril de 2015

23.04.2015 Razão de viver.

Eu demorei muito, mas finalmente estou lendo Paulo Coelho. Tecnicamente esse é um fato polêmico. Primeiramente porque eu não gosto de ler coisas superestimadas, aquele preconceito bobo que me faz ser indiferente as obras só porque me dá arrepios quando frases soltas de um autor começam a cair na língua do povo, palavras bonitas que fazem o autor virar uma espécie de senhor da verdade. Até ai tudo bem, mas o que me incomoda é que pessoas que pegam frases soltas [sem ter as lido no livro] distorcem o que seria uma citação e as palavras perdem o contexto e são mal interpretadas. Já vi Paulo Coelho sendo vitima disso. Outro ponto é a parte em que o autor conhecido por seu lado mistico, que se intitula como mago, me fazia ter menos vontade ainda de ler, coisas assim místicas fogem tanto da realidade que não costumam me convencer quanto menos me agradar. Fora a parte em que as pessoas com quem convivo, têm sua religião bem definida a ponto de não dar crédito a nada que venha de fora sendo assim debochando de qualquer coisa que não tenha o mesmo ponto de vista, e isso me fez ser julgada só por lerem o nome do autor na capa do livro. Por essas e outras estar lendo algo do Paulo Coelho está sendo bem diferente da maioria das coisas que já li. Influência direta da maravilhosa Jaine, pessoa que conheci via fotolog e com quem acabei trocando umas ideias de livros [uma das responsáveis por eu pegar gosto pela leitura]. Como até então nosso gosto literário foi compatível resolvi dar uma chance a sugestão dela. Escolhi ler O alquimista. Por já ser de um tema que me agrada achei que seria mais fácil. Eu confesso que me surpreendi logo de cara, o jeito como ele narra a história me agradou bastante. Acho que as partes onde ele coloca algumas frases reflexivas encaixa bem, as vezes sinto um certo exagero nisso de colocar pontos de interrogação na nossa cabeça [ou pode ser implicância minha], mas não é aquela coisa chata que beira uma auto ajuda. É uma leitura suave, eu estou gostando. Me senti até idiota por ter deixado de ler antes. Agora posso entender melhor o porque da popularidade dos livros dele, na realidade ele merece respeito, é um dos autores brasileiros que conseguiu firmar seu nome lá fora e alcançou uma popularidade imensa em vários cantos do mundo, não dá pra menosprezar alguém que foi tão longe. E não só por isso, peguei esse livro no sebo, já planejando de que ao terminar de ler eu trocaria por outro, mas gostei ao ponto do livro ganhar um cantinho na minha estante e ter várias frases grifadas.
Eu resolvi dar "print" nessa frase da foto pois eu muitas das vezes esqueço da minha razão de viver. Eu acredito sim que cada pessoa tem uma missão por aqui, difícil não é realizá-la, mas é se atentar pra saber qual missão é essa, ou de não esquecê-la. Por isso ler esse livro tem sido bem interessante.
E foi uma barreira quebrada, qualquer hora irei me desafiar a ler mais coisas com as quais tenho preconceito, o risco de me surpreender vale a pena.  

quarta-feira, 22 de abril de 2015

22.04.2015 Sair da concha



Lerda como sou estava limitando meus passos devido ao peso que passei a carregar nas costas. Me escondendo dentro dessa casca/caos como se isso me protegesse de algo.

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Odeio oscilações de humor, de animo, essas subidas e descidas da montanha russa emocional. É bom chegar ao topo, mas despencar dele dá sempre um frio na barriga, é inevitável.

Sempre que alguém resolve falar dos problemas soa como se fosse um draminha onde a pessoa só olha pro que há de ruim. E ao invés da gente ouvir e tentar compreender tentamos ajudar impondo nosso ponto de vista mais otimista [já que estamos de fora "visualizamos melhor" e assim exibimos nossa superioridade] fazendo a pessoa engolir que além de estar mal ela também está errada e é culpada por isso. Acusamos então a pessoa por suas falhas, ou desviamos o foco fazendo o problema parecer insignificante. Quase ninguém se dispõe a compartilhar a dor sem questioná-la, sem querer corrigi-la. Eu sou exatamente isso ai: a péssima ouvinte. Gostaria de ter uma empatia que superasse minha mania de querer consertar as coisas. Meu modo de querer ajudar as vezes acaba saindo pela culatra. Compreendo perfeitamente que é necessário que se diga umas verdades, que é preciso ser duro, mas isso depende do momento certo, não adianta querer trazer a solução quando nem se descobriu a profundidade do problema. Quando as pessoas estão sensibilizadas elas precisam de alguém que se importe e não de alguém que se imponha. Eu percebi que precisava aprender a respeitar o tempo e a reação dos outros, que eu mesmo em posição de querer ajudar não posso passar por cima disso. Isso tá repetitivo e dias atrás falei do mesmo assunto, mas quando descubro uma falha minha eu bato na mesma tecla até que eu não me esqueça de que algo precisa ser mudado.
Sou um tanto insensível pois me acostumei a não depender dos outros para desabafar. Eu evito falar sobre o que me afeta justamente para evitar expôr minhas fragilidades, mas isso acaba me escapando de alguma forma. Seja por escrito, seja com pensamentos constantes que me levam ao que quero esquecer, não adianta e esconder o que me aflige não me torna mais forte, evitar um assunto não quer dizer que eu o superei ou que isso nunca me afetou. Guardo tanto as coisas dentro de mim que chega uma hora que acaba o espaço. Por isso vira e mexe eu tenho que fazer a limpa. E o jeito como me livro das coisas varia bastante. Passo a me ocupar com algo por onde posso colocar pra fora o que já não quero mais em mim ao mesmo tempo que me preencho por uma sensação de alivio e paz. Uma espécie de troca. É por isso que quando estou passando por fases ruins eu acabo muitas das vezes ficando bem mais produtiva. Minha cadernetinha de rabiscos andou bem movimentada, a criatividade aflora sempre que algo em mim está morrendo.


terça-feira, 21 de abril de 2015

21.04.2015 Sobrinhas

Lara sorrindo ao levar uma beijoca da Violeta <3
Elas competem por atenção, mas se amam.
Essas duas são umas figuras. A Lara é uma golden retriver dócil educada e carente. Violeta é uma gata arteira e seu gênio e tamanho fazem essa gatinha adulta parecer uma filhotona. E ela usa do ciumes de Lara para se exibir, mas ainda assim as duas se dão super bem. São os pets da minha cunhada, toda vez que vou a casa dela sofro uma overdose de amor e vomito arco-íris com essas duas por perto.
Eu amo gatos e a Violeta sofre um pouco com isso rsrs toda vez ela é torturada pelos meus carinhos. Já a Lara é apaixonante até mesmo pra pessoas como eu, que não são muito chegadas em cachorros. Ela encanta qualquer um. Quando fico sozinha com elas é uma maravilha, esquecemos do mundo. E hoje mesmo eu não estando lá muito bem elas vieram me arrancar sorrisos. A vida sem bichos de estimação é tão sem graça. Eu até tenho alergia do pelo delas, mas isso pouco me importou quando estava ali sendo paparicada em meio a disputa por atenção. Talvez elas tenham que me aturar por uma semana inteirinha e eu não vejo a hora <3
Violeta mostrando a língua pra Lara :P
Quero ter meu cantinho pra poder ter meus bichinhos. Uns dois gatos, um coelhinho, uma iguana e quem sabe um husky siberiano. A alegria que bichinhos nos dão é demais. Quando eu era criança eu amava ainda mais os animais e queria ser veterinária. Mas um episódio triste onde um veterinário matou meu gato por descuido me fez perder um pouco dessa paixão. Eu costumo falar mal do cachorro que tenho em casa, o Billy, mas isso só porque ganhamos ele logo quando eu já estava para receber um gato e por isso tive que abrir mão de algo que queria por algo que veio sem ninguém pedir ou desejar. Tadinho ele não tem culpa. E por mais que eu difame aquela bola de pelos eu até gosto daquela tranqueira. Sabemos nos divertir do nosso modo. Seja o Billy ou as minhas "sobrinhas" ter essas coisinhas por perto é sempre uma delícia ^^ 

20.04.2015 Listografia

ALELUIA !!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!
**coro cantando ao fundo**

Finalmente estou com esse livro em mãos. É bobinho, mas eu precisava dele, já estava namorando esse livro há meses e hoje a tentação chegou ao fim. Nem preciso dizer que já rabisquei várias coisas logo de cara. Mas o legal do livro é que diferente do Destrua esse diário, Uma página de cada vez e o Termine este livro, o Listografia é algo que pode levar anos para conseguir preencher. Pois é basicamente a vida sendo descrita por listas. Dai que olhar as linhas em branco te faz ter um friquiti de "preciso de uma vida mais interessante" e isso te instiga de certa forma a querer mais. Passado futuro e presente cabem nessas linhas ai e te convidam a reavaliar a vida passando ela a limpo. Eu achei sensacional a ideia de poder ter um livro para gravar minhas memórias e aventuras, descrever a minha vida de forma tão prática. É bem divertido. Vi que saiu o novo diário de um banana, sei que é a coisa mais infantil do mundo, mas tenho todos e adoro e dou muitas risadas. O nível vem caindo nos últimos livros por isso fiquei apreensiva de comprar o que saiu agora, tenho outra coisas na frente. Hoje também foi dia de terminar uma das minhas séries preferidas, Justifield. Eu curti muito o final, Boyd épico. Mas o que marcou o dia hoje eu resolvi deixar agora pro final. Já adianto que é algo bem ridículo. Fui ao shopping [já disse que detesto shoppings?] hoje e fui logo pra comprar maquiagem. Quando era adolescente eu usava umas coisinhas, hoje em dia uso raramente e bem pouca coisa, por isso eu que não sou lá muito vaidosa estava meio apreensiva na verdade, não sabia se ia acertar falar o que queria, se ia conseguir a cor desejada. Estava aterrorizada, fora do meu universo na verdade. Nunca gostei muito desses lugares cheios de frescura. Entrei na Sephora já cogitando ser ignorada, [tava de cara lavada e super vermelhinha como meu rosto costuma ficar não só pela vergonha mas pq estava com a pele sensível logo hoje :/] Fiquei perdida lá dentro, a caipira na terra das patricinhas. Mas não demorou muito até uma vendedora vir me salvar, super atenciosa e prestativa, providenciou alguém para me atender direitinho. Ai veio o simpático e eficiente Junior fazer mágica. Em dois segundos ele já pegou tudo que eu precisava, me explicou tudo detalhadamente e me mandou sentar. Confesso que não contava com isso, ele partiu pro teste prático e lá estava eu diante do espelho vendo o pincel com base transformando minha pele de crocodilo em uma pele de porcelana em poucos minutos. Eu fiquei realmente satisfeita e surpresa, a moça que me atendeu na entrada veio ver o resultado e putz só a cara que ela fez já dizia tudo. Definitivamente vimos um milagre ali. Por mais normal que isso possa ser para muitas mulheres, aquilo realmente estava além das minhas expectativas. Nunca dei muita importância pra coisas assim, mas uma make feita adequadamente eleva a auto estima de qualquer uma. Comprei pra usar numa ocasião em especial e por melhor que tenha sido o resultado não me acostumaria a colocar isso na minha rotina. Eu já fui muito preconceituosa com isso. Julgando que mulheres vaidosas são fúteis por gastarem tempo demais se produzindo, pode até ser se for de forma exagerada, mas também é uma forma de se expressar de se sentir bem, a maquiagem não é a vilã da história [em casos como o meu ela é a heroína]. Claro que no fim acabei tendo que desembolsar uma bela grana para levar o milagre pra casa, mas pelo que vi vai valer a pena. Eu até ia por uma foto do resultado aqui, mas preferi a ostentação do livro casula com o meu tipico visual natureba. 

domingo, 19 de abril de 2015

19.04.2015 Máquina do tempo

 Hoje passei o dia ajudando as meninas a preparar a "despedida de solteira" da minha cunhada, que nada mais foi que um chá da tarde com outro nome. Foi divertido, as meninas estavam animadas e ri muito. Nunca fui de ser útil pra essas coisas, mas desta vez participei e cooperei bem com os desenhos da decoração. A comida também estava ótima, e o mais importante é que minha cunhada gostou e também se divertiu. As brincadeiras foram originais e sem aquela palhaçada insuportável tipica desses eventos.
Depois que cheguei em casa me reuni com meus pais e assistimos o filme: As invenções de Hugo Cabret. O filme é ambientado numa era bacana e tem vários elementos ali que me agradam. Os relógios, o trem, os livros, PARIS, cinema, mágica, e revira-voltas. Lembra bastante o estilo Steampunk [que sinceramente é o estilo mais foda de todos] Então eu já amaria o filme só por ter tudo isso ai. Mas me apaixonei de verdade logo de cara quando vi que o ator principal era o mesmo que interpretou o filme O menino de pijama listrado [outro filme fantástico, muito fiel ao livro] e também tem a linda da Chloe Moretz, que interpretou a fantástica hit-girl. Mas a história do filme é tão envolvente, aquele tipo de fantasia que crava a tua atenção e te faz sonhar com aquele universo, te faz participar e você não quer perder um detalhe se quer. Tudo muito bem elaborado e gostoso de ver. Eu realmente gostei muito do filme, não sei porque demorei tanto pra assistir, já estava fazendo aniversário no meu hd.

Eu sou uma maníaca obsessiva com meus objetos pessoais que tenham valor sentimental. Guardo algumas "tranqueiras" mas como já falei em outras oportunidades aqui, são valiosas pra mim. Peguei algumas dessas coisas pra compor a foto de hoje, já que queria usar os relógios de bolso. Ai resolvi incrementar de ultima hora com uma das gravatas borboletas que pertenceu ao meu avó, [isso ai deve datar entre as décadas de 1930 a 1950]. E também tem uma das luvas que pertenceu a minha falecida avó [esposa do avô da gravata ai] esse é um dos itens que guardo com o maior dos carinhos. Deve ser da década de 40, eu realmente não sei ao certo, meu avós paternos se vivos teriam a idade bem avançada, por isso essas peças são bem antigas. Acho a luva tão linda e delicada e é um tanto engraçado, minha avó deve ter sofrido um bocado nessa época e considerando o gênio dela é difícil imaginar ela confortável com esses acessórios frufrus. É tão estranho sentir falta de épocas em que nem vivi. Parece que algumas coisas perderam o encanto com o passar do tempo. De sorte que obras primas como esse filme nos fazem lembrar que tudo tem seu lado mágico, cabe a nos abrirmos os olhos.

sábado, 18 de abril de 2015

18.04.2015 Com o coração na mão

Estou emocionalmente sobrecarregada, exausta. Até aguento bem a situação delicada, o que não aguento mais são os envolvidos. Talvez estejam fragilizados demais pra notar, que só complicam a situação, competindo entre si pra saber quem está pior. São os dois extremos: uns por sentir demais e outros por sentir de menos. Lamentos e reclamações constantes. Eu já não sei lhe dar. Encurralada e tão perdida que o que deveria ser levado em conta parou de ter importância. Egoísmo? Sim, admito é pura insensibilidade minha estar me deixando afetar. Estou a ponto de pensar "tanto faz, tanto fez" já que não serei eu a dizer o que é melhor, resta-me somente me conformar, já tem gente demais ocupada em ter razão. Sei bem e até entendo que cada um reage a sua maneira e tem seu tempo pra digerir os problemas e que ninguém está pronto pra encarar a realidade. Todos tão aflitos que juntaram os problemas e esqueceram de unir as forças. Deixando a desejar e exigindo dos demais. Isso tudo desanima, irrita, cansa. Eu bem que queria ser o diferencial, e enxergando o que há de errado é obrigação minha fazer algo a respeito. Usar a imparcialidade para amenizar as coisas, oferecer o apoio tão necessário... mas tá difícil. Tenho feito dos meus próprios problemas uma forma de me esquivar, não quero carregar mais peso, na verdade meu desejo é de fugir. Virando quase um "fodam-se" justo no momento em que precisam mais de um "contem comigo". Eu só preciso me manter firme e não me deixar levar. Não posso deixar um momento ruim estragar o pouco que tenho de bom. Por isso tentarei agora me lembrar de não esperar nada dos outros mas nem por isso deixar-me abater, fazer o que está no meu alcance. Preciso mesmo é "fazer da dificuldade a minha motivação, a volta por cima vem na continuação". Assim diz a música Pontes Indestrutíveis, e é isso que devo buscar. Eu terei que ignorar um pouco meus medos e mesmo exausta reagir. Me sinto uma menininha assustada que sente na pele que crescer não é fácil. Mas creio que se recebi a missão de passar por isso é porque eu deva ter capacidade para arcar com a responsabilidade.   

sexta-feira, 17 de abril de 2015

17.04.2015 Abstração


Desvirtude virtual.


Aqueles sentimentos abstratos, que aos olhos alheios não são compreendidos. Minha mente está assim no momento: rabiscada, sem lógica, incompreendida. Não vou mais me submeter a coisas que me dão ainda mais incertezas do que as que já tenho. 

quinta-feira, 16 de abril de 2015

16.04.2015 Pareidolia

 A ideia para foto de hoje era retratar a constelação de espinhas que nasceram de ontem pra hoje no meu queixo [e não eu não vou me queixar]. Já tive problemas com acnes, felizmente elas deixaram de ferrar com o meu rosto há algum tempo, mas hoje revolveram voltar furiosas. Capricharam. Eu tentei tirar a foto no angulo mais doido possível, afinal o blog não vive só de foto bonitinha, tem que se colocar a realidade aqui também. Mas o que acabou fazendo essa foto ser mesmo a escolhida foi outro detalhe. As bolinhas do meu piercing de repente na minha imaginação pareciam olhinhos, meu nariz uma cabeça... e acabei vendo mais do que minha cara destorcida. Vi isso:
Eu vejo uma carinha infeliz ai :(


Existe um fenômeno psicológico chamado "Pareidolia", que nada mais é que o ato de se ver rostinhos e figuras nas coisas e lugares mais inusitados. Eu não sei se minha imaginação é fértil demais, só sei que diariamente eu acabo vendo rostinhos e desenhos nas coisas. Adoro ver nuvens que formam desenhos, no meu antigo trabalho eu vivia tirando foto das carinhas que via nos equipamentos eletrônicos, e na minha antiga casa tinha um forro de madeira onde dava para se ver vários desenhos, desde pássaros até o ursinho Pooh. As vezes vejo imagens também em tronco de árvores e em vários lugares. Eu acho esse fenômeno bem interessante. O cérebro acaba associando as coisas e criando uma ilusão, junta isso com a criatividade e a um olhar atento e ai não dá outra... a imaginação aflora e imagens ganham uma nova percepção. Amo ser surpreendida com essas coisinhas bobas.

quarta-feira, 15 de abril de 2015

15.04.2015 Me livrando dos problemas.

De ontem pra hoje dormi no hospital, estava de acompanhante. Não foi das melhores experiências, mas era algo que precisava ser feito. Como eu já sabia que seria uma longa noite entupi a mochila de livros, levei 5 [a exagerada] pra caso cansasse de um pudesse recorrer ao outro. O livro "Uma página de cada vez" foi de grande ajuda, por ser algo interativo é perfeito pra distrair a cabeça no fim da tarde. Achei legal uma das páginas que pedia para desenhar o que eu via a frente e o que eu via era uma mulher acima do peso sentada numa cadeira em má postura na sala de internação lá do outro lado. Era uma cena inusitada devido a pose dela, estava bem a vontade e de perfil, então ela nem se deu conta de que estava posando pra um desenho. Foi legal desenhar aquilo, eu nem a ateria notado se não fosse pelo livro e por mais simples que o resultado tenha ficado, o desafio me permitiu seguir por linhas que me distanciaram dos problemas. Um pouco depois li um trecho de Harry Potter e a câmara secreta, e foi ai que descobri que a colega de quarto da minha avó também era uma fã da série. E quem disse que livros servem só para o que foram designados? O meu livro O jogador serviu muito bem para abanar e improvisar um leque. E na volta pra casa passei de frente ao Sebo do Zé. Foi o primeiro sebo que conheci, e creio que de todos que já fui é o que tem mais livros, mas é uma bagunça danada, há livros empilhados no chão dos corredores, fica até meio difícil achar algo caso esteja procurando algo em específico, mas pra quem quer garimpar ou se aventurar e ser escolhido por um livro é um ótimo lugar. O mais bacana de lá é que você pode pegar livros de graça! Tem um sistema que funciona como se fosse uma biblioteca. Basta se cadastrar e boa. Infelizmente eu estava tão morta que nem tinha pique pra entrar e já estava com a mochila pesada demais cheia de livros. Mas qualquer hora vou até lá pra ao menos fazer uma visitinha.  

terça-feira, 14 de abril de 2015

14.04.2015 Paraísos escondidos



 Hoje voltando da futura casa do meu irmão aproveitei bater umas fotos. Acho interessante como num outro bairro a cidade pode parecer outra. E nem posso reclamar que eu mesma sei de vários lugares bonitos. Pena que fiquem tão escondidos. Esse "monumento" da primeira foto ninguém ao certo sabe o que é, fica no bairro Santo Antonio e quando era adolescente frequentei esse lugar tinha uma amiga que morava ali perto. Eu já nem lembrava mais disso ai, então fiquei surpresa quando consegui ver isso de outro bairro. O curioso é que ninguém sabe ao certo pra que esse monumento foi feito, está em um terreno particular e desconheço a origem ou o significado [não dá pra ver nessa foto mais há estatuas de anjos na ponta dos pilares], nem mesmo quem mora por lá entende. Boa parte das pessoas que são daqui nem sabem da existência do tal "monumento", assim como de outras coisas que estão perdidas por ai. Continuei perambulando e pra todo canto via algo legal. Gosto muito de conhecer lugares novos e as vezes pra isso nem é preciso ir muito longe. Um pouco mais a frente numa viela vi algo que me arrancou sorrisos. Uma viela que foi toda decorada e que no primeiro olhar mais parecia uma decoração de entrada de casamento.
Fui conferir de perto e achei a iniciativa muito bacana. Criaram um ambiente tão aconchegante num espaço publico, engraçado que em vielas é tipico se ver um ambiente meio largado por vezes sinistro, onde há lixo pelos cantos pichações, ambiente mal cuidados e não difícil a noite se torna até um lugar perigoso. Então ver um cantinho assim caprichado é convidativo, é interessante. Uma pessoa certamente investiu para que o lugar ficasse assim e o fato de querer trazer um jardim pra rua, de compartilhar um espaço é muito bonito de se ver a iniciativa de fazer a diferença, de trazer um bem estar. Achei inspirador na verdade. É louvável o empenho e a dedicação de quem se doou espontaneamente para melhorar um espaço que ninguém costuma dar importância. Bom seria se nas demais vielas tivessem a mesma sorte. Na realidade acho que se as prefeituras tivessem esse tipo de capricho e cuidado o dia-a-dia se tornaria muito mais agradável. Amei em especial o arco da entrada e a grama no chão, na foto não dá pra ver direito, mas nos vasos há várias flores e formam uma combinação de cores bem elaborada. Colocaram amor nesse cantinho. Na antiga rua que morei um vizinho também fez algo parecido. Era uma rua sem saída e ele tinha uma casa lá no fundo, aproveitou para criar um jardim no fim da rua, presenteando todos os moradores com um espaço simples, bonito e criativo, repaginado a antiga aparência sem graça. Deixou o local mas vivo, assim como essa viela que salta aos olhos. Coisas simples que no fim fazem muita diferença.


segunda-feira, 13 de abril de 2015

13.04.2015 Gentalha

Hoje fui pra Jundiaí de novo. Infelizmente o que eu tinha planejado pra hoje #fail, mas ainda assim o dia valeu a pena. Já a caminho de volta pra casa estava no viaduto quando olho pra baixo na 9 de Julho, um homem vestido de Quico, um artista de rua, com seu diabolo yoyo. Eu achei divertido, peguei a câmera e fui dar meus cliques, o zoom quase no máximo para conseguir puxar a imagem, e ainda assim quando percebo o "Quico" tinha me visto, fez cara de bravo, apontou, fingiu chorar e por fim riu. Foi um momento bacana. Depois até consegui filmá-lo de longe, pena que eu já estava de partida se não iria colaborar. Da última vez que fui pra lá num outro semáforo havia um rapaz latino fazendo malabares e ouvi dois engomadinhos dizendo: "isso sim que é ganhar a vida fácil" apontando pro rapaz em questão. Mas a realidade é que se sujeitar a esse estilo de vida não é tão fácil como os dois engravatados falaram. É preciso mais coragem do que parece. Artistas de rua se submetem ao Sol quente, ao descaso humano, fora que tem que lhe dar com gente assim que não respeita, que acha que qualquer um que não siga o padrãozinho é "vagabundo", desvalorizando as habilidades das pessoas, a arte, sim arte porque não é todo mundo que consegue se dedicar a algo assim para se manter. Pra eles que trabalham sentados nas cadeirinhas estofadas em salas com ar condicionado, dentro de quatro paredes é bem fácil criticar a vida alheia. Se não gosta é simples, não ajude, não precisa desdenhar. Sei que pra chegar nesse "emprego confortável" a pessoa estudou e tal, mas um diploma não te torna mais gente que outra pessoa que seguiu um estilo mais livre. Na realidade muitas vezes o que eu vejo é o contrário. A pessoa sobre um pouco na vida, mas se torna baixa. Essa sim é a verdadeira gentalha. De sorte que não se pode generalizar. O que eu gosto mais em artistas de rua, nem sempre é a arte que apresentam, mas sim que há sempre um lado humano de trazer mais graça a vida, de estar ali no meio da correria e interagir mesmo sabendo que nem sempre as pessoas irão retribuir. Tudo que é feito com essa paixão me cativa.
Dentro dos ônibus mais um episódio de "história de busão" rsrs. Ônibus novamente super lotado, eu consegui ler um capítulo do livro e depois cedi meu lugar, e até ali achei que seria só mais um trajeto normal. Na primeira parada as coisas já começaram a desandar. Um sujeito meio perturbado, não sei se havia bebido ou se gostava de causar entrou reclamando do letreiro que estava apagado. Ficou uns bons 5 minutos discutindo com o motorista, o clima no ônibus ficou meio tenso, as pessoas já começavam a se incomodar, até que um rapaz lá do fundo ficou invocado e interferiu começando uma nova discussão mandando o sujeito calar a boca e deixar o motorista em paz. O sujeito enfim se calou e foi se espremer no meio do povo mais no fundo. Depois disso parecia que os ânimos tinham se acalmado. Até que depois de algumas paradas o motorista se levantou visivelmente transtornado, estava vermelho de raiva, e disse em alto e bom tom que estavam apertando o sinal de parada havia sete vezes e que ninguém descia, fazendo com que ele perdesse tempo e se passasse por idiota. Ele estava realmente nervoso e ameaçou andar o restante do trajeto a 10 por hora se aquilo se repetisse. Mal o ônibus arrancou e acionaram o sinal de parada novamente. Todos no ônibus começaram a cochichar caçando um possível culpado e apreensivos de que ninguém descesse. Claro que todos começaram na hora a suspeitar do sujeito que tinha discutido com o motorista por conta do letreiro. Ele estava lá sorridente e debochado, e todos o olhavam com cara feia. Eu puxei papo com umas pessoas a minha volta numa tentativa de não perder o bom humor. Também precisava chegar em casa cedo tinha que sair e não dava pra me atrasar. Ai o ônibus parou no ponto e novamente ninguém desceu. [confesso que quase desci só pra não piorar as coisas, não fosse o compromisso que tinha em seguida, teria descido]. Depois foi aquele silêncio de apreensão, levou um tempo até o ônibus voltar a se movimentar. E quando voltou vimos que o motorista não estava pra brincadeira. O ônibus seguiu num ritmo tão lerdo, que parecia que indo a pé chegaríamos primeiro. Parecia que a brincadeira tinha acabado, até a campainha de parada ser acionada de novo. Ai algumas pessoas começaram a desconfiar, poderia ser que estivesse com problemas. Umas pessoas se revoltaram, uma mulher em especial que estava perto do motorista estava alterada. Dizendo que não era justo que todos pagassem pela brincadeira infeliz de alguém. Outros argumentavam que o sinal de parada tava com problemas, mas o motorista retrucava e seguia em frente o mais devagar possível. Outras pessoas com suas expressões de raiva miravam o olhar no sujeito encrenqueiro. Passei a reparar quando o sinal era acionado e realmente constatei que havia um defeito. Sempre que o ônibus fechava as portas o sinal automaticamente tocava. Outras pessoas também notaram, mas o motorista só cedeu depois de ficar de saco cheio da mulher reclamando na orelha dele e quando enfim o sujeito encrenqueiro desceu e a campainha continuou doida. Ai foi outro transtorno quando o motorista passava reto e não parava mais nos pontos. Então foi na base da gritaria para conseguir descer rsrs. Eu mesma com minha saudosa voz de criancinha quase que vou dar um rolê bônus, por sorte algumas pessoas me ajudaram e o motorista parou. Ai até descobri que uma das mulheres com quem conversei no ônibus era minha vizinha. E voltamos juntas.
Analisando o episódio de hoje de "histórias do busão" penso em como as pessoas são meio doidas. O sujeito encrenqueiro que discutiu com o motorista se queimou a ponto de ser odiado por boa parte das pessoas e ter levado a culpa por algo injustamente. O motorista irritadiço que deu um showzinho quando ficou bravo, descontou sua fúria atrasando todo mundo quando diminuiu a velocidade e tudo isso em vão já que ninguém tinha culpa, e ele acabou fazendo mais papel de idiota ainda. Hoje em dia dificilmente esse tipo de coisa me irrita, e felizmente me mantive bem humorada. A falta de educação das pessoas é algo que sempre me impressiona. Seja o sem noção, o motorista ou as pessoas que se sentiram no direito de ser rudes. Gentalhas, não por estarem num transporte publico, mas por não saber falar, por tratar as coisas tudo na base da ignorância, onde ao invés de chegar num acordo só se arruma mais confusão. Eu sinto pena e vergonha na verdade. Tamanho desperdício de energia pra algo que não vale a pena. Acho triste que se fosse um tempo atrás eu tenho certeza que seria uma das pessoas a ficar reclamando em voz alta, de ficar indignada e caçar um culpado, eu meio que tinha o dom de por lenha na fogueira. Costumava ser estressadinha, e hoje dou tão pouca importância pra esse tipo de coisa que até me espanto. Vai ver ficar longe do trabalho irritante me curou definitivamente rsrsrs Meus episódios de chiliques nervosos parecem ter acabado, e hoje vejo o quanto perdi quando perdia a cabeça, depois tinha que lhe dar com a culpa por ter passado dos limites e ficava envergonhada de perder a razão por tão pouco. Por essas e outras acho libertador conseguir rir das coisas ao invés de ser atingida por elas.

"Quico" ao se dar conta do flagrante rsrsrs

domingo, 12 de abril de 2015

12.04.2015 Demolidor

mais uma foto da série: foto da tela de tv
 Hoje eu estava animada com a estreia mundial de Game of Thrones. Esperei um ano pra poder matar a saudade da Brienne,  do Tyrion, do Jon Snow e da Arya Stark. Mas não sei... o episódio não foi ruim, só percebi que perdeu a graça pra mim. Talvez seja porque ano passado resolvi assistir tudo de uma vez e estava empolgada, mas hoje meio que me decepcionei comigo mesma pois por melhor que a série seja acho que nem é tudo isso como eu fazia parecer que era. Vou acompanhar mesmo assim. Mas por outro lado tive uma surpresa boa. Meu irmão insistiu tanto que resolvi dar uma chance a série do Demolidor. Não boto fé em séries de heróis, geralmente são fracas e ai dado o histórico subestimei essa série talvez até mais porque o herói em questão é um dos meus preferidos, queria evitar a decepção então não criei expectativas. E nisso veio a bela surpresa. Achei que a série captou bem a essência do personagem, a fotografia das filmagens é legal, o modo como ele luta me surpreendeu. E acho mais foda porque consideram muitos detalhes legais, como mostrar o lado advogado de Matt Murdock. Minha única critica é sobre o visual do ator. Eu preferia que o cabelo fosse o castanho acobreado, não me acostumei com o demolidor de cabelos negros, mas isso é só uma frescurinha, pois o ator escolhido cumpre bem a proposta do personagem nos outros quesitos, até mesmo na postura. As cenas de luta ficaram muito boas, e me surpreendi completamente com o resultado que mostra uma adaptação que não ofende as obras da hq. Daredevil mais do que nunca é meu queridinho e em breve farei maratona com meu irmão para vermos todos. Logo eu que tenho o maior preconceito com filmes de heróis estou aqui na obrigação de elogiar uma série do mesmo gênero. Espero que mais heróis sejam bem representados assim. Porque vale muito a pena assistir um herói bacana ganhando vida.     

sábado, 11 de abril de 2015

11.04.2015 Auto imagem

Odeio ter que colocar minha cara na foto do dia. Mas a câmera com pouca bateria e a correria me impediram de ter feito algo mais elaborado. Mas acabou que vai encaixar com o que eu queria mesmo escrever. De manhã quando tive um tempinho estava vendo no youtube umas entrevistas da cantora Mallu Magalhães. Eu acompanho ela desde que ela tinha seus 15 anos e ainda era zoada pelo jeito estabanado. Quem conhece ela sabe que a transformação dela não é chocante só no visual, é ainda mais gritante no modo de se expressar. A falta de jeito pra falar, o visual despreocupado, outrora foram motivo de riso, mas ainda nessa fase "esquisita" eu via nela uma pessoa interessante que embora não fosse muito compreendida, mostrava que era incomum não pelo jeito doidinho, mas sim pela forma de pensar. Infantil na forma de falar, mas absolutamente madura para tantas outras coisas. Hoje Mallu ainda tem a mesma essência, mas tem a segurança no falar, tem uma serenidade que é inspiradora, a adolescente que apesar de talentosa não era levada a sério, hoje é essa mulher de voz doce e sorriso fácil que cativa tanta gente com seu jeito. Inúmeras pessoas além de Mallu já foram e são incompreendidas, as vezes as pessoas nem dão a oportunidade da pessoa mostrar do que é capaz. Na música velha e louca a uma frase da Mallu que diz assim: "o que eu tenho de torta eu tenho de feliz". O preconceito acaba por barrar os outros lados que a pessoa tem.

Sinto que eu fui alguém de altos e baixos dado meu histórico. Fui uma criança chata, curiosa, mas normal. Não passei pelo que chamam de pré-adolescência, pois nessa fase estava ocupada estendendo minha infância e eu era legal, engraçada, mas essa inocência veio a me ferrar mais pra frente, me fazendo ser "atrasada" para certos assuntos. Depois veio a maldita adolescência. Virei a rebelde sem causa, que queria impor suas opiniões mesmo sem nem saber elaborá-las. Odiava ser contrariada e era chata pra cassete, fútil, arrogante e mais imatura que na fase anterior, porque ainda por cima era teimosa e mau educada. Ai depois com algum custo larguei essa fase explosiva e surgiu uma jovem que perdeu o interesse por boa parte das coisas que a representava, não se identificava com muita coisa, que não tinha facilidade nem interesse de se comunicar. Me isolei. Meus gostos e opiniões entraram em transição e foi ai que passei a gostar de ler e aprendi muita coisa, virando alguém mais mente aberta, mas disposta a relevar do que bater de frente, ver algo bom mesmo que nas coisas minimas. Mas embora melhorasse num aspecto me complicava em outros. Subestimada. Minhas tentativas desesperadas de tentar mudar me faziam ser mais patética, pois eu não tinha o talento pra impressionar e só fazia papel de idiota por não ser eu mesma. Mas seja como for tirando a infância em nenhuma outra fase eu vivia de modo muito convencional. Alguém sempre implicava com meu jeito inadequado pra idade ou pela dificuldade de me socializar, eu era mal vista e principalmente mal interpretada por boa parte das pessoas. Imagem que é difícil mudar aliás. As pessoas se acostumaram a não me levar a sério. Sempre fui a criançona, a poser, a revoltadinha ou a anti-social. Com esses esterótipos antes de chegarem até o que eu sou as pessoas paravam apenas diante da imagem que já tinham construído por si mesmas, nunca me permitindo mostrar a minha versão original. Culpa minha. Eu não me importava tanto com o que pensavam, mas estava insatisfeita comigo mesma, eu não era aquilo que as pessoas julgavam, mas também não fazia muito a respeito pra mostrar meu verdadeiro eu. Nem eu sabia mais o que eu era. Passei a mudar e melhorar algumas coisas, sem esperar aceitação, era mais pra buscar uma forma de melhorar sem deixar de ser eu mesma, e se isso implicaria virar mais um rótulo ou mais alguma coisa que fosse, tudo bem não posso ter controle sobre tudo, mudar é um processo bom, entendi enfim a não me sentir culpada por ser eu mesma e nem ter medo de errar, o importante mesmo é reagir. E ontem eu percebi que não estava sozinha nessa. Na noite do "hot bacon" onde um pessoal se reuniu pra comer cachorro quente, eu notei que há mais pessoas perdidas nisso do que eu imaginava. Não sei se é o mal dessa geração, ou se a tecnologia nos roubou a habilidade de socializar ao vivo, mas é bem triste ver jovens solitários, de escanteio, como se tivessem uma doença contagiosa, onde recorrem ao celular pra evitar o constrangimento, tentando amenizar a situação de não conseguir conversar mesmo estando entre conhecidos. A falta de coisas em comum, ou a falta de iniciativa nem mesmo é o que pesa no caso. É aquilo de permitir que as pessoas façam uma imagem de nós e deixar que essa imagem nos represente, nos limite ou pior nos afaste. O garoto tímido, a garota que se veste inadequadamente, a menina que não tem assunto, ou o guri que só sabe falar de uma coisa, etc. De cara sabemos o ponto fraco, mas nem sempre estamos dispostos a buscar o outro lado. Percebi que eu faço o mesmo que faziam comigo, subestimo ao invés de conhecer de fato. O pior é nos conformarmos de sermos tão superficiais, seja no modo de agir ou no modo de analisar. Não devemos esperar que a mudança comece pelos outros. Eu sei lá, sempre que escrevo sobre mim nesse aspecto soa repetitivo e óbvio, mas a verdade é que não consigo engolir que perdi tanto tempo me conformando de ser uma pessoa medíocre. Sinto raiva na verdade, e sei muito bem que nunca serei perfeita, mas quero melhorar dentro das minhas capacidades [na realidade ainda sou bem medíocre] e é isso que me motiva na verdade, porque sempre terei o que aprender sempre terei algo no qual trabalhar eu acabei gostando de passar por essas auto descobertas.


É acho que estou mesmo meio velha e louca, mas essa loucura é libertadora rsrs

sexta-feira, 10 de abril de 2015

10.04.2015 Olhar pra cima

Me lembro de quando eu era mais nova meu pai ficar implicando comigo porque eu sempre andava olhando pro chão e por isso vivia esbarrando nas coisas. [meu pai não sabia que eu andava olhando pra baixo porque eu tinha o dom de achar coisas legais perdidas no chão] Melhorei nesse aspecto conforme cresci, mas só depois que passei a gostar de fotografar que realmente me permiti olhar pra tudo que era canto. E foi assim que hoje perambulando por ai que nasceu a foto de hoje. Sou fascinada pelos riscos abstratos que são formados pelos galhos de árvores. E hoje ainda tive o bônus de me deparar com essa orquídea linda que estava bem no alto da árvore. Engraçado que muitas pessoas apressadas ou distraídas nem se davam conta das lindas flores que estavam acima das suas cabeças, não as culpo elas estavam de fato fora de vista. Mas bastou eu pegar a câmera e apontar pra cima que quem passava em volta levantava o rosto intrigado pra entender o porque uma menina tava parada na calçada atrapalhando a passagem e apontando a câmera fotográfica pros galhos da árvore. Foi ai que cheguei ouvir e ver algumas expressões onde as pessoas se davam conta do que eu estava contemplando, algumas até ficaram admiradas com a flor. Outras se deram conta de sua existência mas seguiram parecendo decepcionados.
Acho interessante que a curiosidade alheia sempre é estimulada quando to fotografando, mesmo quanto tento ser discreta. Outro dia numa loja de bijuterias fiquei impressionada com o brilho dos "cristais" de um lustre enorme que tinha no teto da loja. O lustre em si era lindo e também dava pra explorar o brilho pra fazer uma foto com efeito bokeh. Parei e o mais discreta possível tentei captar o brilho do lustre, tentando ser o mais rápida possível. Até que fui interrompida por uma pessoa, que a principio nem notei que se diria a mim, falava com sotaque xing ling e baixinhoQuando parei pra dar atenção a senhora chinesa tive dificuldade de entender, era um misto de risadas e tentativas de se falar português. Então ela repetiu e fazendo o gesto de câmera disse algo como: "por que foto?" Eu ri junto com ela e disse apontando pro lustre: "bonito". Ela riu e olhou pro lustre, de uma forma como se nunca o tivesse reparado, talvez tentando ver se eu era louca ou se ela tinha esquecido de notar alguma coisa. Depois fez um sinal positivo com a cabeça, daquela forma como os orientais costumam se expressar. No fim eu fiquei sem graça depois disso, me despedi dela e fui embora sem conseguir a foto do jeito que eu queria. Isso é bom e ruim ao mesmo tempo. Adoro que fiquem curiosos com o que estou fotografando, que através disso eu consiga arrastar o olhar das pessoas pra algo [que ao menos pra mim é] interessante, mas que passa batido. Por outro lado é bem constrangedor lhe dar com isso, nem sempre o que me chama atenção cativa as outras pessoas. Nem sempre faz sentido. Não ligo, mas as vezes isso me atrapalha. Quando eu resolvo fotografar com minhas cameras lomo, que os modelos são mais coloridos e chamativos, é ainda mais complicado, chama a atenção mas ai a própria camera já passa o recado de que gosto de coisas malucas. Já perdi inúmeras oportunidades de tirar fotos legais por vergonha, não só pelo que iam pensar, mas porque as vezes parece absurdo até pra mim mesma. Mas um dia prometi que não deixaria mais de fotografar as coisas por parecer "bobo" seja pra mim ou pros outros, mas ainda preciso perder o medo de ser invasiva e me arriscar mais, como pedir pra fotografar estranhos na rua, isso ainda é um desafio pra mim. A fotografia pertence ao momento, nem sempre dá pra ter uma segunda chance. Por isso gosto desse hobby, porque é uma pequena aventura. Tem que ser espontâneo, doido, ousado, construir uma história com uma imagem, talvez uma história abstrata, mas nesse caso é melhor se arrepender de ter tentado e não gostar do resultado do que de não ter arriscado e ser assombrado pelo arrependimento. Tenho consciência de que esse meu hobby não gera algo que se salte aos olhos, o resultado final é uma consequência e as vezes é o menos relevante. O ato de notar e parar para apreciar uma cena, guardar o sentimento que me despertou, isso é o que me fascina mesmo. Infelizmente nem sempre isso é revelado ao revelar a foto. Claro que eu amaria se todos os cliques que eu desse fossem certeiros e saíssem como na minha imaginação. Falta técnica, falta material e noção e infelizmente na prática as coisas são mais complicadas. Mas ainda assim tento só pra garantir, as vezes funciona. E quando dá errado é um estimulo para melhorar.
Com a facilidade de ter câmera no celular se tornou comum que as pessoas tirem foto das coisas por ai, é prático e apps como o instagram estimulam ainda mais a se explorar as coisas ao redor, tirar foto é natural hoje em dia. Mas não sei, o celular não me passa a mesma emoção e opções de uma câmera fotográfica. Falando nisso essa semana vou revelar um rolo de filme da Action Sampler e coloquei filme na minha câmera analógica casula, a Werlisa, que amanhã vai junto com a WB350f  [a criadora das fotos do blog] passear. Assim que a situação melhorar vou comprar filmes pra testar uma das minhas Polaroids que ainda não estreei. E espero em breve ter uma Nikon D5200 para ai sim levar a brincadeira mais a sério.

quinta-feira, 9 de abril de 2015

09.04.2015 O valor das coisas

Ontem a noite resolvi xeretar a coleção de moedas que herdei do meu falecido avô. A coleção pelo sei foi dividida em duas, metade pra mim e metade pro meu irmão. [Um dia ainda vou convencer meu irmão de me dar a parte dele] Das moedas que ficaram comigo a mais velha que achei foi essa de 50 centavos que data de 1943. Tá até meio surradinha, mas tento manter o aspecto "original" delas e não mexo muito. Guardo elas nessa caixinha onde até a estampa é de moedas antigas, a caixa veio junto de uma das várias carteiras que já dei de presente ao meu pai quando era mais nova. Enfim, por mais que uma moeda fora de uso e ainda no valor de "50 centavos" aparentemente nem se tenha lá muito valor, pra mim isso ai é como se fosse um tesouro. Não só por ser antigo, colecionável, mas por ter vindo do meu avô, por ter tido um significado, foi algo que fez parte da vida dele. O que acho bacana é que no meio de tantas moedas posso ver como elas foram mudando ao longo do tempo, e o mais legal é descobrir algumas coisas sobre meu avô meio que indiretamente. Perdidas no meio das moedas brasileiras achei moedas argentinas, de épocas diferentes até, onde os modelos variam e datam de 1947 a 1954. Meu avô também colecionava notas e eu me encarreguei de cuidar delas. Por lá também há uma nota argentina, un peso. Tenho certeza de que meu avô viajou para lá e tenho impressão de que foi mais de uma vez. Infelizmente isso é algo que só posso basear em algumas deduções já que isso ocorreu antes do meu pai nascer e minha avó paterna também já é falecida. E porque o fato do meu avô viajar pra um país vizinho me fascina tanto? Primeiramente porque sou louca pra viajar pra Argentina rsrs, segundo porque eu sei que meu avô foi um aventureiro. Ele demorou a casar e creio que suas aventuras foram responsáveis por isso. Aqui em casa tenho fotos dele bem antigas, de cartões postais em preto e branco de algumas praias, e inclusive do Rio de Janeiro, onde suspeito que ele tenha ido mais de uma vez também. O mais intrigante de tudo é que no período onde ele passou a morar em casa, foram cerca de 10 anos, ele era de falar pouco, sempre muito reservado. E eu vivi com ele sem nem imaginar a porção de coisas magnificas que ele fez em vida. Abril é um mês difícil pra mim, pois no dia 23 fará 8 anos que ele se foi. Ele era uma pessoa meio alheia as coisas, ele não era comum, tudo nele era peculiar. Meu avô teve uma infância difícil pois seus pais morreram bem cedo e foi criado pela irmã [que aliás por pouco não chegou aos 100 anos] talvez isso deva ter influenciado no seu jeito de ser, distante e um tanto desajeitado socialmente. Infelizmente eu era criança demais para poder perceber a pessoa incrível que eu tinha em casa. Sinto que realmente desperdicei a chance de conhecê-lo de verdade. Hoje com a cabeça menos oca eu certamente viveria enchendo as paciências perguntando sobre a vida dele, afinal pense bem, meu avô por pouco não viveu um século inteiro, ele acompanhou tanta coisa, o início e o fim da segunda guerra mundial, o surgimento a televisão, o homem pisando na Lua, as mudanças na moda, a ditadura militar, os estilos musicais que foram surgindo [lembro dele me contando como foi o choque ao surgir o rock'n roll rsrs], os computadores e telefones celulares... sem contar as coisas que ele viveu, era um homem absurdamente inteligente. Mas guardou suas experiências pra si. Eu costumo dizer que só vim a conhecê-lo após a morte. E não foi por psicografia rsrs, na realidade pode até ser um pouco de "perder pra dar valor", mas creio que só quando amadureci, algum tempo depois que ele se foi, é que fui notar o valor das coisas. Ele tinha uma estante repleta de livros, hoje a maior parte deles está comigo. Sinto que posso conhecer ele através dos seus interesses, como se fossem pistas da pessoa que ele era. Seria tudo mais fácil se ele tivesse escrito um diário, facilitaria muito, mas eu gosto de descobrir meu avô assim indiretamente. Hoje vejo que temos muito em comum. Sempre me lembrarei daquelas letras distorcidas pelo parkinson, que me fascinavam, os olhos verdes bem clarinhos um tanto vesguinho no estilo Pc Siqueira, e aquele cabelo liso e branco perfeitamente alinhado. O jeitinho atrapalhado de ser, seu modo de andar, sua mania de contar moedas, o seu tipico lugar no sofá da sala onde costumava ler seu jornal. Sua paciência ao me corrigir quando eu aprendia as tabuadas. Nunca me esquecerei do dia magnifico em que foi comigo num parque, me acompanhou nos brinquedos e que ao descer no tobogã de nem sei quantos metros já com seus mais de 80 anos virou a sensação do lugar. Realizou todos os meus desejos fazendo dos meus natais, aniversários e dia das crianças os melhores possíveis. Suas roupas bem estilo vovô que lhe deixavam sempre elegante. Os anos novos nunca mais foram os mesmos sem suas tipicas boas festas onde ele juntava [as já em desuso] notas de um real o ano inteiro pra distribuir pros meus primos no primeiro de janeiro. Sempre foi marcado pela sua bondade, foi triste vê-lo chegar ao fim. Creio que meu maior arrependimento é não tê-lo amado mais enquanto tive a oportunidade. Mas fico feliz de saber que as cartinhas que eu escrevia pra ele ainda estavam bem guardadas. Achei uma que é de pouco tempo antes dele vir a ficar doente, fiquei aliviada de conseguir ter escrito tudo o que eu sentia, ele disse a minha mãe que não merecia tudo aquilo, mas a realidade é que ele merecia era muito mais do que eu pude oferecer.       

08.04.2015 Esburacando.

Eu amo plantas e amo boa parte dos insetos. Mas é claro que uma hora uma coisa acaba interferindo na outra. Hoje fui dar uma olhada nas plantas da minha mãe e vi que uma delas estavam com as folhas cheinhas de furos. Olhando vagamente mal se notava os responsáveis pelo estrago. Mas fiquei observando até ver que estava cheio de lagartinhas comilonas na planta. O engraçado é que ela são tão pequenininhas, mas o estrago foi imenso! Assim como muitas coisas na vida, pequenas coisinhas, aparentemente inofensivas vão devorando tudo ao redor silenciosamente, sem alardes, ai quando você se dá conta o estrago já foi feito.
Eu não tenho coragem de matar essas danadinhas, muito embora elas pouco se importem de matar a planta rsrs Passei um tempinho as observando. Gostava de pegar lagartas na mão desde que me dou por gente, aquela sensação de cósquinha quando elas andam na pele. Mas essas ai estavam tímidas, (talvez fadigadas de tanto comer) e se escondiam na parte de baixo do que restou das folhas. Falando em plantas, ontem trouxe pra casa uma plantinha suculenta, idêntica a falecida Jandira (meu cactos não sobreviveu mesmo dando sinal de vida depois da catástrofe ;/) mas esta se chamará Veridiana. Já está toda pomposa e linda fazendo companhia aos outros cactos. E já aproveito pra emendar no tema plantas o título do livro que terminei de ler algumas horas atrás... Meu pé de laranja lima. Eu peguei no sebo pois estava na minha listinha dos livros nacionais que quero ler esse ano. Minha prima Débora e minha cunhada muito elogiaram esse livro, eu comecei a ler meio desconfiada, mas depois me encantei. Um livrinho tão gostoso de ler, ri muito com as travessuras e imaginação do personagem, me identifiquei com algumas coisas e amei do inicio ao fim. Me emocionei de verdade, uma obra prima nacional. As vezes penso onde é que eu estava com a cabeça quando me negava a ler as coisas que minhas professoras de português tanto me cobravam, eu nem se quer dava uma chance, tamanha a implicância. Entendo que a grade escolar meio que empurra os livros pros alunos lerem e acaba ficando tão massante que mata o interesse, vira obrigação, talvez o erro seja cobrar ao invés de incentivar. Não sei, eu era cabeça dura e oca mesmo.
Seja como for hoje sou mais uma dessas pessoas chatas que vive dizendo aos outros para darem uma chance aos livros, acho que esse vicio merece ser passado adiante. Fiquei bem desapontada de uma amiga rejeitar um livro que eu ia emprestar só porque viu que era nacional. Pura bobagem, preconceito e perda de tempo, talento existe em todo canto do mundo e é ridículo rejeitar algo que nos represente tão bem.