segunda-feira, 30 de novembro de 2015

30.11.2015 - em xeque

Depois de desatar o nó na garganta entrei em xeque mate. E não importam as peças que perdi, quantas casas deixei de andar. Perder agora é ganhar, não sou mais vencida pelo cansaço, ganhei um adversário mais apurado e suas estratégias me encurralam e eu não me importo de fazer o seu jogo, desde que esses movimentos me levem a você. 

domingo, 29 de novembro de 2015

29.11.2015 - pernas e arestas


Amo formas as formas geométricas que se formam em certas cenas. Essas pernas de cadeiras sobre um chão prestes a ser varrido ganharam minha atenção. As sombras, o reflexo no piso, as pernas entrelaçadas, os riscos que se formam, as arestas, a perspectiva. Só sei que é dessas coisas que olho e fico viajando, vendo mais do que o que é.

sábado, 28 de novembro de 2015

28.11.2015 - Repetitiva

Quando tirei essa foto pensei: "de novo fotos de gotas no vidro. De novo foto da chuva. De novo fotos de retrovisor. De novo foto de dentro do carro. De novo, de novo, de novo... e de NOVO, mas novo mesmo não tem nada. Sim eu as vezes sou repetitiva. E o pior é que o sou muitas vezes sem perceber. E odeio isso. Não gosto quando alguém me conta uma história que já contou antes diversas vezes sempre achando que era a primeira vez, mas vivo fazendo isso. As vezes penso que estou sendo criativa e esbarro com algo bem semelhante que eu já havia feito antes. Bato na mesma tecla, chego a ser redundante, quero reforçar uma ideia e ai forço a barra. Se alguém teve saco de ler isso aqui algumas vezes já notou isso. Escassez de novidades? Falta ideia nova? Bloqueio criativo? Pode ser, mas nem sempre. Quero muito aprender a mudar o rumo de certas coisas. Alguns dilemas se tornaram de estimação, passam anos e repito a mesma história pra mim mesma, a mesma insatisfação e a mesma vontade de mudar, mas infelizmente o desfecho também é sempre o mesmo. Fazer as mesmas coisas esperando resultados diferentes como já disse Einstein é mesmo insanidade. Eu as vezes mudo um pouco o contexto, mas o que tem de ser mudado é a postura. E quando mudo a postura chega uma hora que mudo de ideia e ai acaba tudo na mesma. Doideira.   

sexta-feira, 27 de novembro de 2015

27.11.2015 - Sombria

Adoro quando as nuvens dão um ar sombrio a noite. Hoje não teve como... A Lua tava linda demais e desesperada pra que eu tirasse foto dela rsrs. Sinto falta da minha câmera fotográfica da Nikon que era tão boa pra captar fotos da Lua com detalhes. Tenho me virado com a câmera que usei nas fotos do desafio, a Samsung WB350F, e fiquei feliz de ter conseguido ao menos tirar foto das nuvens negras que envolvem a Lua, pois era isso que estava me chamando a atenção. Quase perdi o ônibus pro trabalho enquanto estava fotografando a Lua rsrs, mas não dava pra resistir. Chego lá e ele também vem e me fala de como a Lua está linda... ah eu adoro pessoas que observam isso. Acho tão bonito, ficou louca quando há um espetáculo destes e ninguém nota ou olham e não vêem nada demais. Enquanto eu quase que fico hipnotizada rsrs A Lua do que depender de mim sempre terá uma admiradora.

quinta-feira, 26 de novembro de 2015

26.11.2015 - Cactos de Natal

Eis que finalmente Demétrio, o meu cactos maiorzinho ganhou o brilho que merecia rsrs. Não sou fã do natal, mas tem coisas desta época como panetone, árvores de natal, globos de neve e pisca-piscas eu adoro. E este ano resolvi unir as coisas que amo e fazer algo mais a minha cara pra representar essa data. Ao invés do tradicional pinheiro revesti de pisca-pisca meus cactos. Uma árvore de natal meio diferente, que nem se quer precisa de bolinhas coloridas e estrelinha na ponta... acho que os espinhos já trazem toda a beleza necessária, os pisca-piscas estão ali só pra realçar isso e adicionam um charme. Coloquei Eunice, Ptolomeu, Furdúncio e Carradine pra complementar o visual. E achei que ficou lindo. Pisca-piscas brancos ganharam um novo significado este ano graças a uma pessoa foda que quando divide comigo suas peculiaridades faz minhas loucuras parecerem ter sentido e assim torna as coisas "bobas" especiais. Então consegui unir tudo isso num simples vaso e gostei, dá vontade de deixar assim sempre.   

quarta-feira, 25 de novembro de 2015

25.11.2015 - Áspero


O tempo anda áspero. Passa por mim e me deixa ralada, não esfolia, não trás folia, só arrepia. Grrr
Tenho trabalhado demais. Agora por alguns dias por conta da Black Friday irei trabalhar por 12 horas, coisa que eu não estou habituada a fazer. Não é fácil, cansa, o dinheiro que rende nem sempre parece compensar, não conforta, mas como é necessário a gente se sacrifica. Por outro lado, passo mais tempo com ele, isso já me serve como consolo. O tempo tá mesmo áspero, arranha, deixa marcas, mas é bom... estou ficando casca grossa. Se o tempo anda escasso minha paciência se torna abundante e assim aprendo a aproveitar o pouco que tenho o convertendo em muito.

terça-feira, 24 de novembro de 2015

24.11.2015 - Edwiges

Saindo pro trabalho dei de cara com essa coruja ai. Fotos noturnas ficam com uma qualidade péssima, mas eu não resisti, arrisquei me aproximar e tirei umas fotos e desta vez dei sorte, a danada ficou me encarando e não se mexeu. Bela modelo. Só fiquei decepcionada, pois ela não me trouxe uma cartinha de Hogwarts, mas já me felicito com sua simples visitinha. Gosto de corujas desde criança. Adoro como elas olham fixamente. Acho essas criaturas realmente lindas, e aqui onde moro acho legal que as vejo com bastante frequência. Mas assim como os gatos pretos corujas também tem algo de mistico e trazem algumas superstições bobas. Já ouvi dizer que se uma coruja pousa sobre sua casa significa que alguém próximo a você irá falecer. Pois que me perdoem as pessoas próximas se estas estão correndo risco de vida, mas não consigo deixar de amar quando percebo que tem uma coruja bem pertinho de casa, eu me sinto é lisonjeada jamais me senti azarada com uma visita ilustre dessas. 

segunda-feira, 23 de novembro de 2015

23.11.2015 - Luz & Lua

Poça d'água, parte III

Esperando o ônibus me deparei com essa cena. Na poça pela foto o que se vê são alguns pontos onde a luz foi refletida. Mas na realidade um deles é o reflexo da Lua, e os outros dos postes de luz. Achei poético, pois uma vez falei que amo quando as poças trazem um pedacinho do céu pro chão, e desta vez eu tinha quase que uma constelação aos meus pés, já que pareciam astros brilhando. A Lua é aquele pontinho mais azulado, e ela estava num daqueles dias espetaculares, na poça estava assim meio sem graça (devido a má qualidade da câmera que na realidade não capitou a imagem fielmente) mas achei lindo ter visto a Lua dessa forma, realmente estou cada vez mais fã das poças d'água.

domingo, 22 de novembro de 2015

22.11.2015 - Coleção completa

Êeee!!! Hoje finalmente chegou o dia de concluir minha coleção de livros da folha, coleção Grandes Nomes do Pensamento, que a cada semana trazia o livro de um filosofo. No total são 28 volumes sendo o último um dicionário de citações, que é muito bacana, adorei a forma como organizaram os autores e temas. Eu fiz um post falando desta coleção na semana que peguei os dois primeiros livros, isso lá em maio. E foi uma jornada e tanto. Eu comentei que haviam tempos que eu tinha o desejo de completar uma coleção da folha e o tema parecia ser perfeito pra isso. Mas não foi fácil. Comecei a colecionar na época que estava desempregada. Teve um tempo que considerei interromper a coleção por causa da grana que tinha que investir nisso, grana esta que já começava a me fazer falta, mas por sorte recebi um dinheiro que me deviam e ai consegui proceguir com a coleção, e quando estava prestes a parar de novo consegui um emprego e desde então segui firme e forte com o foco de ter os 28 volumes. Hoje emd ia é bem mais fácil, se você perde um número da coleção no site da folha é possível comprar, aliás dá pra comprar por lá o pacote todo ai tu não precisa sofrer correndo atrás de cada edição a toda semana na banca. Mas eu queria era esse risco. Então me propus de só colecionar indo buscar semanalmente indo as bancas caçar os livros da coleção e pegar um por um um. Nem sempre foi tranquilo, teve uma semana que os livros não vieram onde eu costumava pegar, e ai sai que nem desesperada atrás de outro canto que ainda tivesse o livro da semana. Teve vez de eu por distração pular um volume e pegar um achando que era outro. Acabei criando o hábito de ir a mesma banca de jornal virando cliente e ficando conhecida pelo vendedor (que aliás era uma ótima pessoa pra se trocar ideias filosóficas e de Star Wars) vi essa mesma banca de jornal mudar de dono e isso meio que me desanimou bastante, passei a pegar os livros em lugares diferentes. Sai debaixo de Sol quente e de chuvas pra garantir meus exemplares. Ansiei por alguns títulos específicos e me surpreendi com alguns que eu sequer conhecia. Uns eu nem mesmo tirei da embalagem, já que não irei lê-los agora. Outros abri de curiosa e me surpreendi com o trabalho bem feito dos editores da folha e pelo empenho em se manter o mais fiel possível a obra original, indo buscar novas formas de mostrar uma ideia antes mal interpretada. As notas também são bastante esclarecedoras e de grande suporte a leigos como eu. A leitura de alguns não é fácil, mas isso também faz parte da filosofia, é quase que um enigma a ser desvendado, e você pra chegar lá precisa crescer um pouco mais. Compreender é bem mais que meramente ler, então acho que esta coleção é uma obra de arte que vai me acompanhar por longos anos, tudo que ela representa, todo o conteúdo das obras são enriquecedores e fiquei bem feliz de ter conseguido finalizar a coleção a sensação é de missão cumprida. Agora a nova missão é ler cada um deles, e viver um pouco daquilo que eu vier a aprender.

sábado, 21 de novembro de 2015

21.11.2015 - Bagunça capilar

Estou sem fazer nenhum estrago no cabelo desde o dia em que eu mesma cortei. Quase cinco meses sem pegar na tesoura ou mudar a cor. Dada a minha compulsão por mexer no cabelo isso já é quase que um recorde. E ficar esse tempo todo sem fazer nada claro tem me deixado doida. A franja cresceu e fica caindo no olho, o cabelo que já não tem mais corte e fica naquele maldito comprimento onde não tá nem curto nem médio e já enjoei da cor faz tempo... to no que chamo de "fase de transição"... quando to insatisfeita com as madeixas mas não posso mexer nelas até que as condições permitam que eu faça algo que quero. Meu cabelo é um meio que uso pra me expressar, classifico minhas fases de acordo com o visual do cabelo. Eu era uma de cabelo preto, fui outra quando ruiva, e fui ainda outra quando ruiva mas com cabelo curto e assim vai. E no momento meu cabelo passa por essa "crise de identidade" ele não está passando a mensagem que quero, tá normal demais, largado, por isso da insatisfação. Mas é por um motivo maior... fui desafiada a sossegar o faixo e prometi não mexer nele, primeiro a uma amiga, onde me comprometi a não mexer no comprimento até o ano que vem. Depois veio a ideia do namorado de mantermos nosso cabelo sem mudanças, deixando crescer e só mexer mais radicalmente pra nossa viagem, onde mudaremos de visual juntos e numa ocasião legal. Então fiquei contra parede... a ideia é bacana demais, é algo diferente que nunca fiz, ter uma data de espera (o que me ajuda a conter a impulsividade capilar) ai topei. Quero manter minha palavra, mas não é fácil não. Não sou vaidosa, mas quando estou entediada meu cabelo é um ótimo meio de distração, odeio ficar igual por mto tempo, não é só friquiti, já é uma necessidade minha. Por isso me desafiar a aguentar um mesmo cabelo, de ter paciência é um bocado complicado. Agora o jeito é brincar com ele enquanto não posso fazer nada definitivo, e foi por isso que hoje coloquei uns dreads fakes toscos pra brincar, a foto nem mostra direito, mas coloquei improvisadamente alguns dreads que fiz com o que era uma peruca. Coloquei alguns pela cabeça só pra saber ver como ficava. Sou louca por dreads e os planos é de colocar ano que vem, a principio vou colocar alguns ainda mantendo boa parte do cabelo soltinho, mas se der a louca coloco na cabeça toda. Mas até lá terei tempo de sobra pra pensar em algo e elaborar o que fazer com o cabelo então não dá pra saber ao certo o que vou fazer, mas uma coisa é certa... preciso de um pouco de verde nesse cabelo. PRECISO!!! (saudade forte da cor Iguana Green da tinta Special Effects). Pela primeira vez, se me serve de consolo, estou feliz com a cor natureba do cabelo, é um alivio enorme não ter mais aquela preocupação quinzenal de retoque de raiz, isso foi uma libertação das boas. Mas não é pq to gostando dessa cor que ela precisa ser a única né. Que o cabelo cresça e o tempo passe rápido. Pq já estou louca pra mudar rsrs

sexta-feira, 20 de novembro de 2015

20.11.2015 - Consciência.

Hoje a foto não tem a ver com o tema, tirei ela enquanto estava na espera pelo ônibus na volta pra casa após trabalhar no feriado. Esse tênis é meu companheiro das andanças, e achei que ele merecia uma fotinha por aqui. Mas hoje quero falar do feriado mesmo... pois o dia da consciência negra ainda é um tanto polêmico. Muitos acham desnecessário ter um dia voltado ao tema racial, dia escolhido por ser o dia da morte de Zumbi dos palmares. Amo a história de Zumbi e creio que este é um grande personagem de nossa história, pena poucos terem conhecimento ou interesse sobre sua jornada e sua bravura. E aqui esbarro num dos maiores problemas do Brasil: a falta de interesse, a falta de conhecimento, a falta de consideração e a falta de educação em diversos sentidos. Se não nos interessamos e levamos em consideração a história do outro jamais compreenderemos seus dilemas. Se não buscamos conhecer os reais problemas jamais saberemos de onde tirar soluções. E a falta de educação só tende a piorar o quadro. E é mais direcionado a estas faltas que resolvi tocar no tema de hoje: racismo. Eu já fui preconceituosa, já falei mais do que devia, aliás falei sem nem saber o que estava falando e tenho imensa vergonha disso. Não sabia as dimensões que o tema tinha. Felizmente cai em sã consciência. Conforme fui amadurecendo vi que aquilo que parecia apenas um comentário maldoso ou uma brincadeirinha refletiam na verdade algo bem mais sério. Era fácil condenar alguém sem ter passado pelas dificuldades que estas passaram. Não dá pra ignorar as inúmeras dificuldades e julgamentos que as pessoas ainda tem de enfrentar. Já fui ridícula a ponto de apelidar o racismo de "negrismo" quando alegava que eu já havia sofrido preconceito por ser branca, mas que isso não era levado em conta, já que só era validado como racismo quando algo era direcionado ao negro. É um absurdo eu querer me colocar num mesmo patamar. Discriminação todos enfrentam seja por ser magro, gordo, baixo ou alto, no meu caso foi por ser branquela. Mas a forma que eu descontava minha frustração já era em si racista, querendo comparar minha situação a uma outra que vêm de anos e que é muito mais extensa, bruta e séria. Negros mesmo depois de todo o histórico da escravidão vieram geração após ainda pagando por um preconceito que seguiu roubando-lhes chances de ter o que lhes era de direito, impedindo assim o acesso a uma vida melhor quando dificultavam as coisas tirando-lhes oportunidades, condenados pela cor e mesmo após a liberdade viverem presos a discriminações, onde nem mesmo o respeito, que é o mínimo, eles conseguiam. E este é um erro frequente: diminuirmos a situação que na verdade é grave. Já conseguiram um espaço maior, já provaram seu valor e competência, mas ainda há muito mais a alcançar e a igualdade mesmo ainda não se estabeleceu. Discriminação existe sim, pode hoje ser mais branda e estar mais camuflada, mas as pessoas ainda confundem "opinião" com o que é na verdade ofensa e tentam justificar seu preconceito querendo negá-lo. Desde chamar um cabelo de "ruim", ou condenar alguém baseando-se num tom de pele... o racismo é um assunto complicado por isso: se mostra de diversas formas e nem sempre se consegue identificá-lo de imediato. Por essas e outras acho sim importante se atentar a esta causa... odeio qualquer forma de opressão e injustiça e acho que mais que uma data, a consciência merece sim lembrar-se do tema, mas isso deve ser diariamente, nas atitudes, sabendo que antes de ser negro, branco, pardo, amarelo ou o que for... somos pessoas, somos HUMANOS, temos sentimentos e deveríamos antes de qualquer coisa respeitar o outro e aceitá-lo da maneira que este é, dando assim oportunidade, o espaço e o valor que cada um merece ter. Viva a diversidade e que o respeito vença qualquer intolerância.   

quinta-feira, 19 de novembro de 2015

19.11.2015 - sobressaLENTE

Uso óculos desde 2008 devido a uma suave miopia, que ao longo dos anos aumentou de grau e embora não atingiu o nível fundo de garrafa, vejo com certa dificuldade, o suficiente pra passar umas vergonhas. Não dá mais pra me virar sem eles em certas circunstancias. Eu demorei a acostumar, ainda não o uso com a regularidade que deveria, mas "vejo" que estou cada vez mais dependente deles, por isso hoje em dia quase já não saio mais de casa sem, se não estão no rosto, estão na mochila pra hora que for preciso um help. Acho que conforme meu problema de vista foi se agravando eu acabei por gostar de usar os óculos. Tanto que as vezes esqueço de tirar e durmo ou até mesmo tomo banho com eles. Gosto de estar de óculos quando bate aquele vento que levanta a poeira e esta não entra em meus olhos ao serem barradas pelas lentes. Também quando meio que vejo uns efeitos através das lentes que eu não veria pela vista normal, e não por não enxergar direito, mas por conta da forma como as lentes refletem as luzes, ou (des)focalizam as coisas. Acho muito legal fazer uma comparação tirando e colocando o óculos pra ver justamente essas diferenças, uma em particular que adoro é quando há algumas luzes ao fundo... por ser míope minha vista deixa de focalizar de longe e ai sem os óculos vejo as luzes apenas como pontinhos desfocados de luz equivalente ao estilo brokeh de fotografia. Vivo brincando com isso de optar de ver certas coisas distorcidamente, pra ver as coisas de forma diferente que acho bonito, ou evitar de olhar pra certas coisas que acho feias. Sim meio que aprendi a usar essa condição a meu favor. Louco mesmo é tomar bebidas quentes e ver as lentes ficando brancas com o vapor...
Até fiz esse gif pra dar uma ilusão de como varia a
visão das coisas com as gotinhas na lente.
Mas hoje eu vim mesmo falar de uma coisa que as vezes incomoda, as vezes me diverte, que é o fato de usar óculos quando chove. Inevitavelmente as gotinhas caem nas lentes, as vezes eu acho que deveriam inventar algo como o limpador de para-brisas pra óculos rsrs, em chuvas fortes que vem de encontro com o rosto creio que algo assim seria de grande ajuda. Mas por outro lado, quando só cai uma gotinha aqui e outra ali eu até gosto.



Pra finalizar: uma das coisas que melhor ilustra isso dos óculos proporcionarem detalhes que com olhos normais não se veria é o comercial de dia das mães da boticário de 2012, este aqui:
É bem legal poder ver as coisas brilharem ^^ 

quarta-feira, 18 de novembro de 2015

18.11.2015 - Guinchos e âncoras

Daí que você dá corda as pessoas, umas a usam pra te enforcar, te amarrar e outras pra te salvar da queda no abismo. Hoje olhei pra cena da foto do dia e me veio a mente uma comparação. Já me deparei com pessoas que parecem âncoras, que parecem ter aquele peso que te limitam, acorrentam, ou pior, te puxa pra baixo e te afoga. Outras porém estão mais pra guinchos... vão nos resgatar lá no fundo do poço com toda a força para nos reerguer e não só colocar nossos pés de volta no chão, como em alguns casos ainda nos elevam nos permitindo ficar nas nuvens. E ai eu penso: E o que eu tenho sido? Âncora ou Guincho? ... ou será que estou sempre a espera de ajuda?   

terça-feira, 17 de novembro de 2015

17.11.2015 - Blackout

a melhor maneira de ilustrar o dia de hoje é assim:


Depois de um dia sombrio, onde o animo era pouco, e tinha uma angustia crescente, fui trabalhar esquecendo a motivação em casa. Chego lá e ai vem aquela notícia que agradou a todos: Faltou luz na empresa. Não serei hipócrita de negar que isso acabou me animando um pouco, não estava mesmo no clima de trabalhar, e agora as coisas pareciam combinar, estava escuro por dentro e por fora. O lugar ficou completamente escuro... realmente um breu, salve os celulares de alguns que dava um auxílio. Me reuni com umas pessoas pra conversar, mas não estava com a mesma animação dos demais. Meu namorado estava atrasado e parece ter escolhido o dia certo pra perder o ônibus... ninguém saberia mesmo dizer quem chegou a que horas então esse detalhe passou despercebido, menos pra mim que começava a me preocupar. Pensei que ficaria aliviada com a chegada dele, mas ele veio trazendo notícias que só tornou tudo mais complicado. O clima ficou pesado. Minha angustia agora parecia ter sentido, de repente comecei a pensar que a benção de ficar sem ter o que fazer se converteria em maldição já que isso me impedia de me distrair. Mas eis que assim como conosco as coisas que combinamos e que tinham tudo pra dar certo dão um jeito de dar errado, eis que desta vez fomos agraciados com o oposto... tinha tudo pra dar errado e fizemos dar mais do que certo. Foi algo marcante, daqueles dias memoráveis mesmo. Ainda chateados com as circunstancias, mas não um com o outro, resolvemos ficar isolados do pessoal num canto pra podermos ao menos aproveitar o tempo juntos sem as obrigações do trabalho. Tudo começou com as bolachas passa-tempo que ele esqueceu na minha mochila no domingo e que hoje vieram a calhar. Então num chão a principio frio e numa escuridão onde nem ao menos nos enxergávamos aproveitamos e muito, dane-se a falta de conforto quando se tem uma boa companhia. Rimos feito loucos a ponto de chorar, nossas brincadeiras e humor afloraram e se fundiram, conheci ali novos lados dele e fomos abençoados por Padim Ciço, de quem decidimos agora ser devotos. Não só isso como as demais loucuras, coisas que adorei dividir com ele, nossa ousadia acobertada pela escuridão, onde a espontaneidade se torna perigosa, porém ao mesmo tempo instigante. Fomos então cúmplices de certas atrocidades, onde não houve testemunhas, mas boas recordações. Acho muito legal isso de conseguimos dar um jeito de tornar a situação favorável, jamais achei que uma noite no escuro renderia tantas coisas. Banhados pela escuridão, fomos embora e ainda faltava energia, ficamos a noite todinha de bobeira e nem parecia... o tempo passou rápido e pela primeira vez não dava vontade de ir embora. Sei que é pedir muito, mas bem poderiam ter mais noites assim. 

segunda-feira, 16 de novembro de 2015

16.11.2015 - Rastro de bagunça.


"Sua vida estava tão bagunçada quanto o seu quarto"... escrevi essa frase num dos contos que escrevi um tempo atrás... e hoje é bem aplicável a mim. Por onde ando tenho deixado um rastro de bagunça. Seja no quarto, ou na vida. E odeio isso, não suporto ser bagunceira, é terrível lhe dar com a desordem das coisas, detesto a canseira que é ter de organizar tudo depois, o ambiente perde sua utilidade quando é tomado pelo desleixo, porque a bagunça é algo progressivo... e quando a coisa se torna insuportável é um fardo ter de colocar cada coisinha no canto certo, leva tempo demais. E ainda assim, consciente e incomodada com a bagunça, por vezes não consigo vencê-la. A bagunça no quarto a gente dá um jeito, mas quando isso se estende pra vida é que a coisa fica feia. Por vezes passo por essas fases de zona interior. Onde não acho nada no lugar, e mal da pra andar de tanta coisa jogada que se tem pelo caminho e pelos cantos. Espero que seja aquela bagunça causada por causa da mudança sabe? Onde tu não sabe por onde começar e leva um tempo até você conseguir achar um jeito de comportar tudo. É coisa demais pra organizar... 

domingo, 15 de novembro de 2015

15.11.2015 - Retorno

E gostamos tanto do Parque do Eloy Chaves que lá voltamos pra passar o dia todo curtindo o feriado, que embora tenha caído no domingo pra nós é de grande ajuda, já que nossas folgas não batiam. Foi bem legal, conversamos muito, rimos mto também por conta do gordo que parecia o Leôncio e nos chamou a atenção da forma mais mau-humorada possível, uma daquelas pessoas que precisam ser abraçadas. O lugar ajuda muito... as vezes odeio o fato de trabalharmos juntos... é terrível estar e não estar tão perto. Por isso sempre podemos nós saímos ao ar livre... já ficamos presos demais no dia-a-dia. Adoro quando paramos pra observar as sutilezas, seja de algo que vimos ou vivenciamos, ele é uma pessoa de detalhes, eu também, porém guardo muito disso pra mim mesma, enquanto ele sempre me surpreende com a habilidade de expressar isso com reflexões espontâneas, ele sabe tocar em assuntos, que pra alguns seria bobagem, enquanto ele dá profundidade, adoro aprender a ver certas coisas pelos olhos dele, já que tem o dom de dar sentido a tudo sem soar chato, é algo natural não é daquele jeito tipo lição de moral, ele torna as coisas bonitas, leves... impossível não admirar alguém assim. O dia tava perfeito, tomamos uma cervejinha, rimos e teve uns momentos estranhos com pessoas inconvenientes, mas nada que estragasse o dia. A foto de hoje é da "carcaça" de uma cigarra que vimos por lá. Faz parte da metamorfose dela deixar esse corpinho ai pra ganhar as asas. Acho legal isso, os vestígios de uma vida passada, nascer de si mesmo, a mudança de fases... de certa forma estou vivendo um pouco disso. 

sábado, 14 de novembro de 2015

14.11.2015 - As avessas há versos.


A foto do dia de hoje tá uma droga, i know. Me atentei numa coisa que só fui perceber depois e que talvez na foto nem dê pra notar direito... mas costuras da minha blusa são a evidência de que a blusa ai está ao avesso. Daquelas coisas que a gente só repara depois que já deve ter passado vergonha. Eu mesma saio de casa as vezes assim, as avessas e só noto quando volto. Já reparou que é mais fácil as pessoas rirem do que te alertar? todo mundo curte um divertimento nas custas de alguém, por mais bobo que seja, raramente alguém se preocupa de te ajudar pra evitar maiores constrangimentos. Ou que as vezes a gente da importância a detalhes que os outros nem se quer notaram, mas encucamos e ficando mal, a toa... Eu nem consigo mais ligar pra essas coisas. Não é só minhas roupas que são as avessas, eu sou assim...
Viro a casaca e mesmo sendo cafona lanço moda. 
Sou do contra e ser contrariada já não me incomoda. 
Sou as avessas e há versos por dentro e da boca pra fora, 
apenas sou e quando noto minha pele se cora 
verdades com as costuras a mostra pra todo mundo ver
deixei a etiqueta do lado de fora assim como o sentimento
sem intenção, sem perceber.

quarta-feira, 11 de novembro de 2015

11.11.2015 - Asfalto

Mania doida de andar olhando pro chão e me veio a mente uma frase de Thomas Fuller, que é: Um tropeço pode evitar uma queda. Essa foi uma das primeiras citações que gravei, vi ela na tv e anos depois que fui descobrir quem a disse. Gostava tanto que era a frase que estava pichada num dos meus all star's da época do colégio. Mas outro dia meio que surgiu um conflito... as vezes penso que um tropeço pode OCASIONAR a queda, ainda mais pra pessoas desastradas como eu, que vivo tropeçando nas coisas. Quando o tropeço é um alerta ok, mas realmente há momentos em que ele é que causa o transtorno, isso geralmente ocorre quando ao reagir acabamos perdendo o controle de vez e ai não há mais o que fazer, a gravidade se encarrega de nos dar a rasteira final. Que venham os tropeços porque, sendo eles uteis ou não, no fim algumas quedas são inevitáveis. 

terça-feira, 10 de novembro de 2015

10.11.2015 - Compensação

Bom depois dos planos terem dado errado eis que quando as coisas são assim elaboradas de última hora acabam por dar certo. É como se depois da frustração ganhássemos uma compensação, a vida sabe nos recompensar, mas isso vem logo quando menos esperamos. Saímos do trabalho com a ideia de ir tagarelar em paz em algum lugar. Bastou cinco minutos pra decidirmos isso. Não sabíamos pra onde ir em plenas sete horas da manhã... sugeri o parque do Eloy Chaves lá em Jundiaí, ambos precisavam de um ambiente calmo e pareceu boa ideia, nenhum dos dois conhecia e fomos desbravar. Chegamos lá e já de cara uma lagarta tratou de colorir nosso dia com sua beleza. Foi muito bom pois ali pude descobrir que além de tudo estava ao lado de alguém que também vê beleza em coisinhas minimas, e me surpreendi, realmente não sabia que coisas assim o impactavam da mesma forma que eu. Amo estar com quem também enxerga as pequenas coisas da vida e sabe apreciá-las. (Assim como outras coisas "bobas" que amamos e não tínhamos coragem de dividir com ninguém antes), estávamos num lugar incrível... é pequeno, mas era perfeito pra nos acolher. O parque tem bichinhos a solta, vimos coelhos, galinhas, patos, peixes, diversos pássaros, muitos insetos... todos a vontade. Árvores e mais árvores... um lago bonitinho, tudo simplesmente encantador. Só de adentrar ali já ficamos renovados, a natureza tem mesmo esse poder de trazer boas energias, e isso certamente colaborou muito para que o dia se tornasse tão significativo. Entre conversas e risadas, beijos e abraços, brincadeiras e papo cabeça... cercados por um cenário que impactou a nós dois... sempre tive isso de me sentir bem nesses ambientes, mas o que senti ali ia além... a companhia e o lugar, uma conexão tão intensa, o clima gostoso, a cantoria dos pássaros, o cheio da grama, a beleza das árvores, os detalhes... valeu a pena demais, e rimos muito, o sono mesmo demorou a se manisfestar... eu não quis tirar fotos, só tirei uma qualquer rapidinho pra deixar de foto do dia. Percebemos que o jeito é sempre buscar fazer coisas assim, simples, mas que nos faz bem, nada de frescura... um lugar onde podemos estar a vontade e ainda assim se entreter com tudo a nossa volta. Hoje queria captar a beleza do lugar com meus olhos e não com a câmera, queria dividir o momento só com ele. Não dava vontade de sair de lá, muito menos dos braços dele (o coisinha melosa que deve estar este post) mas é verdade... ele é uma pessoa tão espirituosa, a leveza dele, o jeito, a forma de pensar certamente me faz aprender muito. Não sou a mesma pessoa, e parte desta mudança veio dele. É engraçado as pessoas ainda teimarem que nós "não temos nada em comum", pois intimamente é até absurdo o quanto somos parecidos, em especial nos detalhes, acho que somos iguais nas coisas que realmente importam.   

segunda-feira, 9 de novembro de 2015

09.11.2015 - Rain Boots

Yeah! Finalmente chegou meu coturno/rain boot da farm que comprei no site da Dafiti, (não sei se mencionei aqui, mas eu trabalho separando os produtos da Dafiti)... me lembro do dia que vi essas botinhas quando estava separando um pedido. A caixa de nuvenzinhas me chamou a atenção, depois abri e ao lado estava meu namorado, que na época era só colega de trabalho e eu disse: "Quem compra isso? Que coisa mais brega" fiz uma careta ele riu e depois eu guardei e falei constrangida: "Pior que eu amei" ai rimos mais e ele disse que combinava comigo. Depois de um tempo vi que tava em promoção e comprei. As botinhas de plástico que remetem muito ao visual de quem trabalha com esgoto/limpeza e afins me conquistaram, sempre quis ter galochas, e essas em modelo de coturno eram lindas. São transparentes e ai fica perfeito pra alguém como eu que adora usar meias coloridas ou de bichinhos, se tornando super versátil. Não foi amor a primeira vista, mas as amo demais. Hoje era dia de fazer um programinha a dois e eis que as botinhas ai foram as escolhidas pra compor o visual. Mas parece que imprevistos são nossa marca registrada. Sempre algo dá errado, sempre rola um desencontro. E meu celular escolheu a pior hora pra querer entrar em coma. E o transporte público mais uma vez ferrou com a gente e assim, entre o atraso e os ingressos na mão, fui ver o filme sozinha. Não sabia o que tinha acontecido, mas estava de boa e resolvi aproveitar o dia como dava. Parece que ver filmes sozinha de segunda feira é mesmo uma coisa que me persegue rsrs E vi os 33 que conta a história dos mineiros chilenos que ficaram soterrados. Eu adorei, o filme é simples mas achei legal poder conhecer melhor a história. Eu lembro que quando isso aconteceu eu acompanhei pela tv, me emocionei com a saída de cada um deles, principalmente do Mário gritando "chi chi chi le le le" e o povo a volta vibrando junto rsrsrs foi bem legal. Saí do cinema e o transporte público mais uma vez em sua ineficiência já dava vestígios de que eu chegaria atrasada no trabalho. Mas foi bom, pude conhecer duas pessoas com histórias interessantes enquanto esperava. Após comprar uma flor artesanal feita de palha de uma suposta "argentina", duas pessoas puxaram assunto. A primeira a falar foi uma mulher que estava ao meu lado que ficou espantada quando viu a mesma moça comendo comida do lixo. O outro era um homem lá pelas casa dos 40 que disse já ter morado na rua, e não viu a cena com o mesmo olhar de nojo, mas com olhar de pena. Pela simplicidade e o jeito doloroso como descreveu o episódio me pareceu ser verdade. Contou que após o divórcio a ex-esposa ficou com a maior parte de seus bens, e com a saúde prejudicada devido ao último emprego ele foi perdendo tudo até chegar na sarjeta. Mas abriu um sorriso quando contou que agora ao menos enquanto não tem condições de ter um emprego igual o de antes dedica seu tempo aos estudos. Voltou a estudar pra terminar o colegial, faz curso técnico e pretende ingressar numa faculdade. Estuda gratuitamente, mas dá pra ver no modo como se orgulha de buscar conhecimento de que ele vai longe. Achei a história linda! Até comentei que se de repente ele e a esposa não tivessem tido esse atrito talvez ele se manteria acomodado e não veria a necessidade de voltar a estudar e não descobriria o quanto isso é importante, pagou um preso alto para chegar aonde estava, mas num ponto de vista otimista eu quis mostrar que nem tudo estava perdido. Ele concordou e mais... mesmo tendo passado por maus bocados ele disse que hoje ainda nas dificuldades ele consegue ser mais feliz e realizado do que quando tinha tudo. A vida nos tira algumas coisas pra que a gente aprenda a conquistar outras. Comparei a história dele com a de Jó da bíblia e a mulher ao lado concordou. Depois foi a vez dela se manifestar... cansada por trabalhar demais lamentava sua falta de animo pra voltar aos estudos, queria deixar de ser faxineira, mas sendo mãe de dois filhos, sustentando a casa e pagando aluguel sozinha disse não ser tão fácil. A partir daí se abriu e contou que assim como o sujeito ela e o ex-marido também passaram por uma separação bruta. Segundo ela ele a maltratava caçoando da aparência dela sempre vinha com ofensas e se gabando de que sem ele ela não seria nada. Pois em determinado momento ela se cansou, resgatou o pouco de coragem e auto estima que tinha e abriu mão dele, saiu de casa com os dois filhos e foi a luta. Hoje sustenta os dois sozinhos, paga aluguel, mora numa cidade distante e descobriu que apesar das dificuldades ela é muito mais feliz agora.  Achei ambos os relatos incríveis. Duas pessoas extremamente batalhadoras, cada um a seu modo, mas dois vitoriosos. Em comum ambos tiveram cônjuges que poderia ter destruído a vida deles. Que lhes arrancaram a esperança, os diminuíram. Mas os dois usaram disso para se reerguer e recomeçaram sendo que o que tinham perdido na verdade acabou sendo lucro. Que a consequência da separação os uniu ao amor próprio. Deixaram de depender de alguém ou de algo, para criarem seu próprio rumo e nessa estrada se viram mais realizados do que antes. A vida tem mesmo boas surpresas para aqueles que com todos os motivos pra desistir teimam em continuar. Quanto a mulher também em sua simplicidade dava pra ver que sustentava ainda assim um certo orgulho de não ter aceitado as palavras daquele homem que não soube valorizar o que tinha. Acho realmente lamentável que homens ainda se sintam no direito de oprimir suas esposas desta maneira tão cruel as diminuindo, mulher nenhuma merece tal coisa, aliás nenhuma pessoa nem homens... ninguém merece ter de conviver com alguém que o/a ofenda. Todos merecem amor, e se não há mais isso que cheguem a um fim de forma coerente. O caso do homem também é extremamente triste. A mulher interesseira sabendo de sua saúde debilitada não pensou duas vezes antes de tirar-lhe tudo quanto podia o deixando numa situação complicada logo quando ele mais precisava de apoio. É chocante o egoísmo e a maldade que há em certas pessoas. Mas já dentro do ônibus a caminho do trabalho passei a me questionar... será que a esposa que tomou tudo do sujeito e o esposo da mulher batalhadora estão tão bem quanto os dois que tiveram de recomeçar? Podem estar financeiramente mais estáveis, mas duvido muito que dentro deles estejam tão preenchidos quanto os dois que conheci. Eles descobriram em si uma força da qual não tinham conhecimento até chegarem no fundo do poço, não é algo que outra pessoa lhes possa tomar. É como falei nessas histórias quem parece ter saindo perdendo foi quem saiu ganhando. Depois cheguei ao trabalho... e ri do quão louco é o destino que trata de complicar as coisas sempre estragando os planos a dois. Felizmente ambos sabemos a esta altura que a culpa não é nossa, que deve haver sim uma conspiração, mas é aquilo que as dificuldades acabam nos unindo mais.  

domingo, 8 de novembro de 2015

08.11.2015 - Releitura

Por uma brincadeira acabei ganhando um livro da minha mãe no dia das crianças. O caso é que recebi um livro que eu já tinha, o "Cartas extraviadas" da Martha Medeiros. Achei o gesto bonito, mas expliquei que o melhor destino era eu usar o livro repetido pra presentear alguém que não o tivesse lido. Mas ainda não tinha surgido um possível dono, e não queria trocá-lo no sebo... lembro que foi um livro marcante pra mim, mas lembrava apenas da sensação que me causou, não me recordava assim de nenhuma citação específica. Foi ai que hoje ao olhar o livro recorri ao meu já lido pra ver as marcações que eu já tinha feito e ver o que havia me impactado. De repente quando me dei conta estava relendo o livro inteiro. E pra minha surpresa, muita coisa que eu não tinha grifado mexeu comigo e eu me questionava: "como deixei isso passar batido?", e ai sai fazendo novas marcações. Algumas vezes foi mais engraçado ainda, diante de palavras que expunham tudo o que sinto mas não sei traduzir pegava a caneta para marcar e ao olhar o cantinho da página já havia sido marcado rsrs ou seja: aquilo que tinha me marcado continuou a fazer sentido, talvez não da mesma forma, mas ainda é uma verdade sobre mim. Eu comecei a fazer essas marcações nos cantinhos da páginas quando não era suficiente grifar frases, mas que todo o contexto tinha me impactado. E agora nessa releitura (depois da foto ai) o livro ganhou novos cantinhos de página pintados... mais algumas leituras e logo não sobrará uma única página sem grifar. O termo releitura é legal pois é o jeito que definem uma obra de arte refeita a partir da interpretação de outro artista. Acho que chamar de releitura o ato de reler um mesmo livro também reflete isso. Eu estou pintando uma nova imagem de mim mesma a partir do que aquele livro significa/significou.  

sábado, 7 de novembro de 2015

07.11.2015 - A importância do toque

Meu irmão e cunhada foram a um retiro e sobrou pra mim a tarefa de ir a casa deles alimentar os bichanos. Eis que antes de ir cumprir a missão me dei ao luxo de passar no Subway e montar um lanchinho de 30cm, tamanha era a fome. Mesmo o lanche estando perfeito decidi que comeria somente uma parte lá na Subway, pra não perder muito tempo, e a outra comeria já na casa do meu irmão. Pois no caminho a rodoviária me deu uma agonia... e de repente me veio o pensamento de "não... essa outra metade não é pra mim, tenho que dar a outra pessoa". Achei meio doido o pensamento ter surgido assim do nada, mas decidi que era isso mesmo, ia encontrar um dono pra outra metade. Chegando na rodoviária me deparei com um senhor dormindo num banco enrolado num cobertor. Me aproximei quando ele estava despertando e ofereci o lanche. Ele me fez ouvir a música que estava ouvindo no seu fone de ouvido. Não sei que música era, mas era gospel e algo sobre um presente que Deus tinha para dar. Então ele disse que Deus tinha me enviado ali para matar a fome dele rsrs Ele agradeceu muito e até dividiu com um outro sujeito que estava nas mesmas condições precárias que ele. No fim o ônibus que eu precisava não ia passar, e tinha de ir a casa do meu irmão a pé... a viagem só não foi perdida porque o lanche ganhou um dono. Foi legal conversar um pouquinho com aquele homem, eu sai ganhando também. Fui a pé até a casa do meu irmão, no caminho esbarrei com essa caixa de livros, que havia sido jogada fora. Peguei um pra mim (sou curiosa acima de tudo) mas fiquei triste com essa cena... Odeio desperdício, e ver livros no lixo é de partir o coração. Por mais que não seja o tipo de leitura pra mim (o livro fala da importância de massagear o bebê e da conexão mãe e filho que isso gera) penso que jogar conhecimento no lixo é um dos maiores desaforos que existe. Achei triste de verdade ter visto isso. Pior que como havia garoado pouco antes os livros já começavam a se deteriorar e nem mesmo dava para pegá-los pra doar. De sorte peguei um sobrevivente que as páginas não estavam grudadas. No caminho também aproveitei pra pegar umas pedras que eu já tinha visto perto da casa do meu irmão, que mais tarde vão render ótimos colares, e cumpri a missão de alimentar os bichos. Andei pra caramba... fui de casa a pé até o centro da cidade e do centro até a casa do meu irmão dá mais um tempo considerável, quase atravessei a cidade rsrs. E engraçado que mesmo tendo andando tanto não senti fome depois. Os outros 15cm do pão seriam gula mesmo se os tivesse mantido pra mim. O que reforça a ideia de que as coisas tomaram o rumo que deveriam tomar.    

sexta-feira, 6 de novembro de 2015

06.11.2015 - De caso despensado

Uma coisa que nunca prestei pra fazer é tentar intencionalmente impressionar os outros. Sempre errei feio. Sempre acabei fazendo papel de idiota. E das poucas vezes que funcionou eu me sentia desconfortável, manter as aparências é sufocante, dá impressão de que ao ser você mesmo nunca seria bom o bastante. As vezes por outro lado me sinto meio relaxada ao ser tão "eu mesma", parece que falta esforço, que não ligo pra nada no que se trata a modo de vestir por exemplo: Agora namorando vem aquela cobrança de estar mais apresentável pra surpreender. Mas por mais que eu seja louca pelo louco que está comigo essa necessidade de ficar me arrumando não veio. Bom ele começou a gostar de mim quando eu estava logo nas piores condições: vou trabalhar com um uniforme que em nada favorece meu corpo e com os cabelos selvagens, que como visualmente se nota, nem sempre é penteado. Minha pele de crocodilo fica a mostra já que maquiagem virou artigo de luxo, só uso em ocasiões especiais, e ainda em ocasiões assim tenho evitado. Sapatos? um par de all star velhinhos, mas que tem muita história. Ele por sua vez é vaidoso e está sempre alinhadinho, cabelo impecável, a barba por fazer é o único vestígio de descuido e ainda assim nele cai feito um charme. Isso é mais um tópico pros questionamentos das nossas diferenças gritantes. Ele tem aquele jeito sério (embora seja um palhaço), e eu esse jeito bobo. Hoje friozinho resolvi assumir meu lado bobo de vez indo trabalhar com minha blusa preferida, a do Totoro. E eis que isso agradou. Mas de uma forma bem inesperada. Sim ele consegue gostar até mesmo dessa minha despreocupação. Prefere eu assim de cara limpa, roupas estranhas, cabelo bagunçado, com ou sem os óculos tortos. Então me contou que o convencional (maquiagem, cabelo arrumadinho, roupas sensuais e salto) em nada desperta o interesse dele. Suspirei de alívio... e não só em roupas, mas em comportamento e modo de pensar, sobre coisas que eu não costuma abrir pra ninguém e que ele de repente aceita melhor do que eu mesma... é em tantos aspectos que sinto-me cada vez mais encorajada a ser eu mesma, ser aceita integralmente é uma das melhores coisas que já me aconteceu. Isso me fez até abrir a mente pois as vezes eu pensava que tinha de mudar/agradar, não porque os outros exigiam, mas porque era o que eu pensava que esperavam de mim e que mereciam algo elaborado. Dá vontade de bater em mim mesma... ô mulherzinha mente fraca! kkk Aliás isso dá brecha pra entrar num outro assunto que espero abordar em breve aqui.

quinta-feira, 5 de novembro de 2015

05.11.2015 - Remember, remember the 5th of November...

Não tem jeito... eu não consigo deixar o dia 5 de novembro passar sem me lembrar do V de Vingança, personagem pelo qual sou apaixonada. Minha Hq preferida, e um dos filmes que mais gosto. Cinco de novembro é marcado por ser o dia da captura de Guy Fawkes, que foi pego colocando explosivos para destruir o parlamento britânico. E Guy Fawkes foi a inspiração pro personagem V, embora as motivações fossem bem diferentes. Mas ao invés da violência, hoje vejo que a maior das revoluções vem é da paz e do amor: clichê hippie, porém verdade. No mundo anda faltando gentileza, anda escasso o interesse pelo outro, a boa ação, a simpatia, um gesto de educação. É destrutivo ver que se você faz algo bom é visto com desconfiança, te julgam como se fizesse tal coisa pra aparecer, é sempre essa coisa de "o que será que a pessoa quer por detrás disso?" Parece que se dispor a ter uma iniciativa benéfica até mesmo ofende os mais habituados as hostilidades, muitos não sabem lhe dar e julgam aqueles que querem fazer a diferença como trouxas. Parece que muito custa fazer algo por alguém sem esperar retorno, fazer só por saber que é o melhor caminho. Como dizer um bom dia, sorrir a estranhos, dizer obrigado, devolver um troco errado, ter paciência com idosos, saber se calar ao invés de gerar confusão. A prova maior de como as coisas andam distorcidas é ver que ao ser grosseiro instantaneamente as pessoas revidam com a mesma grosseria ou até de forma mais intensa. Agora se você for gentil a resposta não é tão instantânea, você acaba sendo ignorado. Não pagam na mesma moeda quando podem sair ganhando... parece que isso só vale pra quando ambos saem perdendo. É tão comum retrucarem desaforos, mas um elogio sincero ou uma palavra amiga muito custa. Por essas e outras meu jeito de fazer uma revolução não é batendo panelas, nem com explosivos... são atitudes pacificas que geram uma confusão interna, gestos pequenos que aos poucos espero que causem impacto. 

quarta-feira, 4 de novembro de 2015

04.11.2015 - 100topeia

Vi essa centopeia hoje e fiquei um tempinho vendo ela andar. É muito engenhoso a forma como tantas patinhas se deslocam. Na pré-escola as sextas-feiras me lembro da professora nos sentar num cantinho da sala e ler sempre uma historinha de um dos livrinhos que os alunos levaram pra montar a "biblioteca". A minha preferida era a historinha da centopeia. Não me lembro exatamente de tudo, mas sei que em determinado momento ela se sente incomodada com suas cem pernas, e começa a invejar os outros bichos. Copia a aranha e fica com oito pernas, depois a formiga e fica com seis, e assim vai até conhecer a cobra e ficar sem nenhuma e por fim não conseguir mais sair do lugar. Aprendi ai que não valia a pena se sacrificar pra querer ser igual aos outros. Eu não sei o que me levava a gostar dessa história, mas todas essas fábulas por mais que sejam a principio direcionada pras crianças carregam essas morais da história que dá muito bem pra seguir pelo resto da vida. Acho que até quando eu tiver meus 70 anos, quando ver uma centopeia ainda vou me lembrar da velha história que conheci aos seis anos de idade.

terça-feira, 3 de novembro de 2015

03.11.2015 - Caco

Estou um caco. O trabalho é exaustivo, mas também é divertido a maior parte das vezes, pena o corpo não ser influenciado pelo o humor. Estou feliz, mas meu corpo tá pedindo cama. Tenho mil coisas a dizer, mas é tão mais fácil ficar quieta. O dia tá lindo, mas a vontade é de ficar em casa vendo filme. Vários livros interessantes pra ler, mas a vista pede descanso, e a cabeça quer mais é ficar vazia. Quando algo legal surge pra fotografar, percebo que deixei a câmera sem bateria. To entediada, e pra piorar a inspiração tá de licença. Sinto saudade de postar aqui, mas a saudade passa quando penso em ligar o notebook. Ando disTRAINDO meus interesses. Quero o sossego de uma pousada, sem ter que fazer as malas e seguir viagem. Preguiça? Desanimo? não mesmo... é cansaço puro, eu estou bem, só o meu corpo que não corresponde mesmo. Vontade tem de sobra, tempo a gente arruma, mas disposição... ah isso não é tão fácil de arranjar. Talvez com a motivação certa até melhore, mas não tá fácil, eu to mesmo um caco.   

segunda-feira, 2 de novembro de 2015

02.11.2015 - Tempo fechado

Definitivamente cheguei a conclusão de que: ouvir o problema dos outros nos faz entender melhor os nossos. É tanta gente passando por situações mais complicadas, que ao solicitar nossa ajuda a gente acaba tendo que admitir que dificultamos coisas minímas. Foi o caso de hoje, onde mais uma vez conversando sobre os conflitos amorosos que uma amiga tem enfrentado eu me vi diante de uma situação tão complicada... não sei de onde vem a força daquela guria pra não ser esmagada pelo peso que carrega nas costas, vive impasses onde abrir mão ou insistir tem efeitos complexos, tudo pesa, até mesmo aquilo que supostamente deveria trazer alívio. Não é fácil. Ainda assim conseguimos cavar pontos que ambas precisávamos desenterrar, abrir. Por mais dolorido que foram os assuntos, por mais feridas que abrimos, e broncas necessárias foi muito bom. Só de saber que alguém confia em mim pra se abrir desta forma, e de eu ter conseguido ajudar mesmo que minimamente... valeu a pena, e terminamos rindo! Celebrando nossas loucuras e dificuldades, porque até mesmo nossos problemas nos unem, uma tenta ajudar a outra e mesmo que não saibamos a solução nenhum problema no fim é maior do que essa força que nos faz teimar em ajudar. Porque só de ter alguém disposto a ouvir já faz a diferença.

domingo, 1 de novembro de 2015

01.11.2015 - Alvo fácil



Primeiramente deixa eu esclarecer que por mais que eu tenha amado esse desafio de postar aqui as fotos do dia-a-dia e escrever um pouco sobre ultimamente anda bem corrido. Então nem sempre consigo escrever tudo que quero, ou como quero, já que ando postando em atraso.

Mas vamos ao post do dia.

Tinha planos, expectativas, ansiei por esse dia pra que no fim se transformasse num grande transtorno. Mais um episódio daqueles em que dá tudo errado. Desta vez não mantive a calma. Pior do que ouvir desculpas esfarrapadas é nem mesmo ouvi-las, é ter apenas o silêncio te acusando, a indiferença te ferindo, buscar respostas por si só, se sentir ao mesmo tempo injustiçado e idiota. A raiva era tanta que eu nem conseguia sentir raiva da pessoa em questão, pra variar me coloquei no alvo. Me culpei por eu ter me submetido a isso, parece que sempre que crio expectativas desencadeio decepções (mas é o risco que se corre, eu que nunca estava disposta a arriscar). Minha razão costumava pender ao pessimismo e por isso era quase uma regra minha esperar sempre pelo pior, mais ai quis ser um pouco mais esperançosa depositei confiança, e #fail. Minha consciência logo me acusa de ter baixado a guarda. Furiosa, agora comigo mesma, pois sei que ressentimentos são mais sobre o que a gente se permite sentir do que propriamente do que o outro ocasionou. A raiva é mais sobre nossa reação do que sobre a causa. E meu jeito de descontar a raiva (que há tempos estava adormecida) foi jogando dardos. De primeira errei tudo... acertei quatro vezes a parede (parede esta que já coleciona furinhos ao redor do alvo) Na segunda a precisão me surpreendeu. Com olhos marejados de fúria que os dardos voaram com força, a intenção era jogar alguma coisa não exatamente jogar os dardos no lugar certo. Não tinha mirado, apenas jogado e lá estavam os dardos rindo de mim... por tantas vezes com mais calma e atenção errei por bem mais. A raiva começou a diminuir ai. Antes eu era uma descontrolada, deixava a raiva me tomar por completo. Bastava uma coisinha pra que eu ficasse toda vermelha, chorasse de ódio, chutasse as portas, e socasse as paredes. Perdia a razão ao querer me manter dona dela. COISA FEIA. Sim eu era dessas nervosinhas que falam alto, xinga palavrão e que batem boca. Eu era grosseira quando alguém tentava ajudar, e se algo dava errado eu só piorava a situação por insistir mesmo sem ter cabeça pra isso. Teimosa e estressada dando chilique: INSUPORTÁVEL. Dai que sendo assim facilmente tomada pela raiva eu era mesmo um alvo fácil, vivia na mira das frustrações. Falei dias atrás de ter trocado o sangue quente por sangue de barata, era mais ou menos disso que estava falando... consegui atingir um tipo de paz/controle que tirou essa coisa ruim de mim de explodir por qualquer coisinha. Eu tenho tanta vergonha de como já fui descontrolada antes que agora não me permitia colocar a raiva pra fora. Havia esquecido o quão libertador é ser fiel ao que se está sentindo, sabia disso no que se tratava de sentimentos bons de assumir o seu lado louco, mas precisava disso também no meu lado mais bruto. Claro que não preciso sair destruindo as coisas rsrs minha raiva sempre se manisfestou mais fisicamente, o jeito é saber empregar isso de forma construtiva  O livro Destrua este diário também é uma boa... aquela página de rabiscar quando se está com raiva foi de grande ajuda, é preciso saber depositar essa energia (negativa) em algo pra que isso se torne algo positivo. Trazendo o alívio da mente sem transtornos. Os dardos foram mesmo de grande ajuda. Foram 10 minutos, entre rabiscar a página do livro e os dardos e bastou pra a tempestade passar e eu rir de mim mesma. Um desfecho muito melhor embora no fim me sinta uma boba de qualquer maneira por me deixar atingir, ao menos troquei a vergonha por risadas no final. E ninguém saiu ferido, nem eu mesma, que no fim me senti foi curada. Ah e claro a situação depois de devidamente esclarecida fez até sentido, não diminuiu minha chateação, mas ao menos não era tão ruim quanto imaginei. De qualquer forma eu tava mesmo precisando de um motivo pra colocar a raiva pra fora.