sábado, 31 de outubro de 2015

31.10.2015 - A bruxa tá solta. #fail2

Hoje eu realmente esqueci da foto do dia rsrsrs Mas tenho uma desculpa boa pra isso! Hoje pela primeira vez fui prestar um vestibular. Foi um tanto cansativo, já que saí do trabalho pela manhã e sem dormir tive de ir fazer a prova. Mas chegando lá até que foi de boa, e tudo pois o tema ajudou muito! A proposta era falar das formas de expressão das artes urbanas: pichação e grafiti. Eu que sou louca por ambas as artes até fiquei com medo, pois queria escrever tanta coisa hahaha não condenei as pichações já que por meio destas vivo cruzando com frases impactantes que acabam se tornando meio de questionamento e crescimento. E os grafitis... depois da minha visitinha ao Beco do Batman só posso dizer que é um dos tipos de arte que mais admiro, não só pela composição, mas principalmente por usarem isso de forma a fazer criticas, atraem o olhar não só pra beleza do desenho mas pelo significado que ele carrega. Amo essa atitude de se dispor ousando colorir a cidade, ou de deixar fases escritas onde menos se espera, é um manifesto que dá vida as paredes cinzas. Eu mesma já tive minhas experiências com o spray fazendo stencil por uns muros ai. Portanto fazer uma redação com este tema me deixou até feliz, achei um meio de exprimir minha admiração por tais intervenções. Confesso que por não ter descansado isso me atrapalhou um pouco na hora de organizar os pensamentos, a estrutura da redação deixou a desejar por conta da empolgação e sei que com mais calma eu teria me saído melhor rsrs mas no fim eu passei com uma nota que pra quem não estudou decentemente é satisfatória. Fiquei feliz de enfim ter dado esse passo, ri de mim mesma, tempos atrás isso me assustava tanto e hoje realizei tal feito com tanta tranquilidade. Ainda farei mais duas provas em outras instituições, a que mais quero é uma das mais complicadas de passar, mas fico aliviada de já ter esta como garantia. Eu não levei bolsa pro campus dessa facul que fiz a prova daí que não estava com a câmera. Depois cheguei em casa comi e capotei, e ai a foto do dia acabou por nem acontecer :/ E sendo Halloween é frustrante pois ideias pra foto não faltaria, uma pena mesmo. Mas acho que foi por um bom motivo então não vou ficar me sentindo culpada por ter cometido essa segunda falta. Não pode mais acontecer... a terceira já é cartão vermelho! E o ano já está no fim... falta pouco pra concluir o objetivo. Não serão exatas 365 fotos, mas já tirei tantas mais que nem postei que se fosse por tudo passaria facilmente da meta, o legal é continuar me dispondo a registrar os dias. Seja por fotos ou por experiências. 

sexta-feira, 30 de outubro de 2015

30.10.2015 - Brechó

Hoje o dia foi louco. Fui ajudar numa missão, eu e uma ex-vizinha tínhamos a tarde de hoje pra conseguir fazer uma fantasia de Gandalf, pro namorado dela poder ir fantasiado numa festa que é amanhã a noite. Vale antes ressaltar que esta guria é uma pessoa especial. Foi ela que me fez ter interesse em musicas japonesas, lembro até hoje quando ela me apresentou Ayumi Hamasaki, Yui e foi através dela que comecei a ir em eventos de anime. Essa guria sempre foi referência pra mim, sempre a achei estilosa, ela sempre foi original. Desde essa fase otaku que ela tinha jeito kawaii e principalmente agora que não sei nem rotular, é algo próximo de um hipster, mas sempre com um toque sombrio e único. Tínhamos em comum o amor por gatos, o jeito doido, admiração por coisas do Japão e uma paixão por moda. Chegamos a fazer o curso de modelagem juntas, comecei por incentivo dela, e no fim ela teve de parar ainda no começo, enquanto eu terminei. Sei lá, mais ela é uma daquelas pessoas que influenciaram bastante minha vida, pois ela conhecia todas as coisas que eu me interessava mais ainda não tinha acesso. Creio que isso continua até hoje rsrs Por isso quando ela me fez a pergunta se eu queria ajudar me senti na obrigação e aceitei feliz pela oportunidade de passarmos novamente um tempo juntas. Acontece que deu muita coisa errado, a máquina dela deu pau, levamos no conserto achando que era só um ajuste e boa, mas era mais complicado. Tentando achar uma alternativa paramos num lugar pra ela fazer umas ligações e quando notamos estávamos logo dentro de um brechó, coisa que é justamente a nossa cara! Ela não resistiu e comprou uma camisa, eu fiquei apaixonada por um vestido longo de veludo roxo, bem coisa de bruxa mesmo rsrsrs também comprei. Depois fomos buscar o boy dela, gente boa aliás, e partimos pra uma costureira que se propôs em fazer a fantasia de ultima hora.
Mistura de: Bruxa+Perua rsrs
No fim nem ajudei em nada, mas adorei ter passado um tempo com ela. Como ela tá mudada, era uma menina doce e certinha e agora dona de si mesma é super tranquila e ousada. Fiquei feliz de tudo ter dado certo e dela ter me salvo com o suco de açaí com laranja após o frustrante "Milk Shake de groselha". A foto de hoje é de uma casinha velha que vimos no caminho da volta. Acabou sendo uma tarde bacana. Pessoas como ela merecem mesmo ser admiradas, pessoas que se dispõe a ser sua melhor versão sempre se destacam.
O vestido que comprei é enorme, mas o peguei já no intuito de transformar em outra coisa, adorei como as cores do veludo ganham diferentes tons dependendo do ambiente. Foi um tour construtivo porque quando passamos na Singer pra ver o problema da máquina dela e até mesmo no brechó resgatei a vontade de costurar e senti a inspiração voltando (não mencionei aqui mas ando num bloqueio criativo foda) e sinto falta de me dedicar a criar algo. Voltarei a acelerar na máquina de costura em breve. 

quinta-feira, 29 de outubro de 2015

29.10.2015 - Doçura alucinógena


Eu em busca de ser uma pessoa mais controlada abri mão de muita coisa. Acabei por reprimir minhas emoções, já que estas me tiravam a razão e ao conseguir tal proeza pensei que tinha aprendido a me dominar, mas lá estava eu sendo dominada pela ilusão, de que guardando as coisas ruins pra mim evitava ser afetada por elas. MENTIRA! E mentira das mais perigosas diga-se de passagem! Que sim busquei uma mudança, que realmente meu comportamento sofreu adaptações: verdade, não foi bem um aprimoramento, já que ao invés de uma transformação mais parece que fiz uma transfusão... troquei o sangue quente por sangue de barata e no fim saí no prejuízo da mesma forma. Adquiri uma passividade e submissão que eu via como "auto controle". Consciente de minhas fraquezas barrei os canais até elas, mas a preço de ir me soterrando em prol disso. Acho que fui radical demais, forçando a barra, deixando de ser eu mesma nessa busca de ser alguém melhor e fui sabotando meus defeitos, iludida de assim alcançar certas qualidades. Passei a engolir sapos ao invés de cuspir fogo. Buscava o equilíbrio mas o que fiz foi pender o peso da balança pro outro lado. Credo odeio o papel que encorporei. A pessoa me julgou como um ratinho assustado e eu fiquei louca (por dentro, pq por fora sorri e parecia não me importar), sempre foi da minha natureza ser explosiva e agora se não explodia pra fora ia me implodindo internamente, ou seja, sempre algo se destruía se não através da raiva era vinda da suposta tranquilidade. Me recusar a admitir ou demonstrar quando algo me afeta, por julgar que é algo pequeno, que nem merece importância, me forçava a aceitar sem reagir, deixava passar, me conformava, afinal é ridículo aceitar que algo assim "pequeno" me atingisse, eis que a negação veio daí. De tanto relevar, fui levada pra longe de mim. Sim deixei de encanar com certas coisas, mas não dá pra eliminar tudo. Quis dar passos maiores do que minhas pernas permitem e decidida a passar por cima das situações eu me desequilibrei e acabei sendo engolida por essa bola de neve. Sim meus defeitos merecem ser trabalhados, mas nem por isso reprimidos, afinal fazem (eu querendo ou não) parte de mim. Cuidando pra não ferir o sentimento alheio passei a não me importar em ferir meu orgulho e me submeter a situações que mesmo contrárias a minha vontade eu acatava por parecer "um bem maior" sacrificando meus reais instintos ou interesses pra não gerar mau estar. O tal ser gentil ao invés de ter razão. A questão é que confundi gentil com idiota. O pior era me orgulhar dessa mudança de comportamento, sem ver que na prática algo estava errado. Ninguém tem a mesma preocupação em se conter, eu peguei o fardo todo, meu e dos outros e queria dar conta, optei por ser injustiçada, quando deixei que se aproveitassem da minha generosidade. O que ganhava com isso? Deveria ser a paz, por ser tão desencanada, bem resolvida: "zen" e não ser afetada por coisas banais. Mas não... o resultado mesmo é a agustia, de sofrer calada, de me sacrificar e me decepcionar, exigi muito de mim sem poder contar com a compreensão, optei por fazer isso e ao fingir ser natural, ninguém acaba sabendo o quanto tenho aturado, das dificuldades que isso representa, não posso cobrar recompensa, não posso exigir consideração pois é algo que eu mesma me impus e que se eu me calo não é tarefa de ninguém adivinhar. Eu sei o caminho que quero seguir, mas vivo apelando pros atalhos. São longas jornadas até se conseguir ser o que se espera, mas sou impaciente demais e por isso pego esses atalhos que mais me fazem ficar perdida do que chegar a algum lugar. Essa doçura que adquiri ao tentar amenizar a amargura é mesmo alucinógena, acho que surtei sem me dar conta. O veneno em doses certas podem significar a cura.

quarta-feira, 28 de outubro de 2015

28.10.2015 - Perna longa

Estava voltando do trabalho pra casa quando notei minha sombra com as pernas distorcidas. achei engraçado e resolvi fotografar, como estava com blusa de frio meu tronco ficou largo e as pernas já finas ficaram desproporcionalmente longas resultando num visual engraçado. Mas não foi só isso que me fez tirar a foto. O desenho da sombra me fez lembrar meus desenhos da infância. Na pré escola eu costumava desenhar as pessoas com as pernas bem longas, com o dobro ou mais do tamanho restante do corpo (tronco e cabeça) eram tão grandes que davam a ideia de ser pernas de pau.
Eu lembro de alguns desenhos que eu fazia naquela época, a maioria eram retratos da família, mas lembro também de ter feito um casal de noivos e que uma vez perguntando a minha professora, Dóris, se estava bonito ela sorriu e apenas disse: "mas porque as pernas são tão cumpridas assim?" E foi só então que eu percebi que estava fazendo "errado". Eu não esperava uma observação, queria um elogio, de certa forma não estava preparada pra ser confrontada. Sei que a sensação daquela pergunta me fez ter uma visão mais critica do meu desenho. Fiquei com vergonha de ter me orgulhado de um desenho que não era compreendido, já que pra mim fazia sentido e tava tudo certo. Então hoje ao lembrar disso fui dar uma pesquisada pra saber se a psicologia explicava o porque de meus desenhos terem essa distorção e o que achei foi "Tal representação se dá pelo fato de que a parte do corpo dos pais e professores mais vistos pelas crianças são de fato as pernas, por isso as representam muito maiores do que de fato são". Plausível, eu era bem baixinha, uma das menores da classe e sim o que mais via era a perna das pessoas adultas. Só acho que ainda ando distorcendo as imagens, e talvez seja pelo mesmo motivo... exagero nas partes em que mais vejo. Como por exemplo sou sempre desconfiada e por quê? Porque o que mais se vê é gente enganosa. E tem outros diversos casos que se encaixariam aqui. O problema é as dimensões que vão tomando, estendo tanto a desproporção que o desenho já não cabe mais no papel. 

terça-feira, 27 de outubro de 2015

27.10.2015 - Gardênia

Na última visita que fiz a minha avó prometi a ela que lhe levaria flores. Minha avó sempre teve um jardim florido, creio que minha paixão pela natureza veio dela, amo o cuidado que ela tinha, o conhecimento que veio das experiências e não da teoria. Parecia ser dona de um toque mágico com as plantas, bastava ela mexer no canteiro ou arrancar as folhinhas amareladas que as plantinhas sentiam seu carinho e depois nos presenteavam mostrando toda a sua beleza, que até então estava escondida. Desde o começo do ano, quando minha avó sofreu três AVC's e em sequela perdeu seus movimentos e a fala, eu venho evitado falar sobre como isso tem me afetado. Acontece que nos últimos tempos é que havíamos nos aproximado, eu que a acompanhava ao banco, eu que insistia pra ela fosse na floricultura comigo, ela que me contava as fofocas, era o abraço dela o mais apertado e sincero, juntas enfrentávamos o pânico do elevador e as portas giratórias que tanto detestamos. Eu aprendi a lhe dar com seu jeito rabugento, aprendi a seguir seu ritmo e ela deixava eu a acompanhar a segurando pelo braço, coisa que vinda das demais pessoas a incomodava e até ofendia. Eu amava sua risada e humor naturalmente sarcástico. Moramos em bairros próximos e até então eu só a visitava nos típicos domingos, agora porém não via problemas em dar uma passadinha por lá na semana. Ai veio o AVC e pumba! Foram as visitas no hospital, as noites que fiquei de acompanhante, e inclusive um dos dias mais difíceis pra mim foi a última noite que estivemos no hospital, ver sua cara de dor e estar de mãos atadas... precisei ser muito forte pra conter as lágrimas e transmitir uma força que eu já não tinha. Depois veio a alta, mas ela voltou pra casa naquele estado que me faz descrevê-la no passado mesmo ela ainda estando presente, e isso me mata por dentro. Desde então eu resolvi que não a trataria diferente do que eu costumava ser. Chego lá com uma animação que deve até ser irritante. Converso, faço piadas, faço carinho, dou um abraço desengonçado de acordo com o que a posição dela permite. Mas não achava isso o suficiente. Eu nem sei o quão difícil é estar numa situação assim. Por isso cresce em mim uma necessidade de levar até ela algo de novo. Prometi então que lhe presentearia com flores. Como eu costumava fazer antes. Nada de buquês, falo de flor com terra, no vaso mesmo, pra ser cultivada. Pra alguns era bobagem, já que ela não mais poderia prestigiar algo assim dadas as suas condições e não faria sentido. Mas pra mim faz. De que adianta adornar de flores uma sepultura? Pra mim mais vale dar flores a quem está vivo. E ainda mais pra ela que sempre as amou. Queria então algo especial. Minha mãe sempre insistia perguntando se ela tinha alguma preferência. Num belo dia ela em poucas palavras sussurrou a resposta: "qualquer uma" e fiquei abismada, a conheço bem e sei que tipicamente ela iria dizer o mesmo se estivesse em seu estado normal, dificilmente era específica, seus "tanto faz" eram quase uma marca registrada. Daí que eu suspeitava já que as Azaleias eram o que possivelmente mais a agradaria. Azaleias BRANCAS, que ela ainda não tinha. Procurei, procurei e procurei e nada. Eu não queria voltar a vê-la sem ter em mãos o prometido, e não ia aparecer com qualquer coisa. Tinha que ser algo especial. Foi então que me veio uma nova ideia. Não bastaria que ela visse a beleza da flor, mais interessante seria ela poder sentir algum aroma, coisa que ela não deveria sentir desde antes de tudo isso ocorrer. Achei que ela merecia passar por isso, de sentir cheiro de flor, não só tocar ou ver. Foi então que hoje resolvemos procurar numa floricultura que frequentávamos com ela, lá achamos as Azaleias brancas, eram miúdas, não supriam minha expectativa e azaleias não tem cheiro. Foi quando olhei ao lado e vi um vaso com belas flores brancas e de onde vinha um aroma doce e suave, gostoso, que eu nunca havia sentido. Fui então apresentada as Gardênias. De uma delicadeza encantadora, elas me conquistaram e sim isso foi a prova de que amor a primeira vista existe rsrs. Lá estavam as flores perfeitas, nota 10 em beleza e fragrância. A vendedora simpática lembrou da minha avó e fez o enfeite do vaso de graça, como presente. Depois foi a hora de entregar as flores. Levei pra ela, coloquei a vista, coloquei as mãozinhas dela pra sentir a plantinha e finalmente aproximei as flores dela para que sentisse o cheiro. A principio não notei nenhuma reação. Mas depois sei que consegui agradar, ela não tirava os olhos da flor quando enfim a coloquei sobre a comoda cuidadosamente pra que ficasse a vista. Aproveitei e contei a ela todas as novidades, bem sei que ela adorava quando compartilhavam coisas assim, foi muito gostoso. Também trouxe Gardênias pra minha casa, acho linda a forma como elas envelhecem, seu branco pálido vai amarelando de forma graciosa, são lindas do começo ao fim e já entram pra minha lista de flores preferidas.   

segunda-feira, 26 de outubro de 2015

26.10.2015 - Fachada

Sempre achei uma loucura essas profissões de risco. Pra mim os verdadeiros super-heróis estão ai. Gente que encara riscos e condições absurdas em prol de sustentar uma família. O trabalho deles? dar um up na fachada. Do térreo a cobertura, vão acobertando as falhas, taca-lhe uma mão de tinta para tudo parecer novinho. Eu fico impactada com cenas como essa. Não sei quantos andares tem o edifício mas eram apenas três homens ali pra dar conta.
Acredito que pra ser concluído vá se levar um tempo considerável. "O importante é que algo está sendo feito, não importa como".
E pra dar um trato na nossa fachada? Quantos riscos também não corremos, quanto tempo levamos? A mão de obra que isso nos significa... e tudo para deixar a vista bonita pros outros, pra quem vê de longe, o lado de fora impecável, até convidativo! Mas quando alguém quer entrar é um tal de "não repare a bagunça" que a gente até cansa dessa frase que pode ser tanto coisa da modéstia quando uma desculpa antecipada e no fim é sempre uma surpresa e o alerta só aumenta nossa curiosidade. É sempre abrindo a porta que vamos saber qual-é-que-é. A reforma é do lado de fora, mas a poeira, o cheiro de tinta resolve se acolher é lá dentro, reforma que não faz sujeira não existe. Por isso embora a fachada esteja a caminho de ficar impecável acho que seria melhor andarmos por um tempo com uma plaquinha do tipo "desculpa o transtorno estamos em obras" até que o lado de dentro também ganhe a devida atenção. 

domingo, 25 de outubro de 2015

25.10.2015 - Livrai-nos do mal (ou de nós mesmos)

Vi essa cena inusitada quando voltava pra casa. A tarde tinha ido jogar um game na casa de um amigo que foi intitulado irmão caçula postiço. Foi legal, mas a volta pra casa foi meio tensa, por conta da demora dos ônibus. Em frente a minha casa há um canteiro e foi nele que vi essa cena inusitada, com a fusão de duas coisas que amo: cactos e besouro. O que achei ao mesmo tempo engraçado e perturbador foi ver o Besouro preso entre os espinhos do cactos. Não sei o que o motivou a subir ali, mas ele estava em apuros. Depois de registrar a cena (foto em péssima qualidade tava a noite e eu sem saco de configurar a câmera decentemente) acabei ajudando o besouro e o tirando dessa enrascada. Acho interessante ressaltar que esse cactos ai é o mesmo que deu origem aos cactos que resgatei da rua, Domênico e Durvalino, que eram pedaços de um cactos grande que fora destruído. Mas cactos é uma coisa de louco e o danado deu um jeito de rebrotar no canteiro. Não sei o que encorajou o besouro de subir logo num cactos, mas penso que não somos muito diferente dele. Quantas e quantas vezes não nos desdobramos a fim de alcançar um topo, ou de se aventurar em algo que só nos fere, que é de difícil acesso e ainda assim teimamos de nos arriscar mesmo sem ter algum retorno. É um tipo de orgulho/objetivo masoquista, nos desafiamos a coisas onde nossa coragem só ressalta nossas fraquezas. É ingenuidade atribuir essa decisão apenas a curiosidade, é uma ambição sem nexo, como se as coisas não fossem difíceis o suficiente optamos por obstáculos desnecessários, e ficamos presos neles, machucados não pela superfície tortuosa, mas pela nossa própria teimosia.    

sábado, 24 de outubro de 2015

24.10.2015 - tamanho 36

Eu já falei inúmeras vezes a frase: "meu sonho é preencher uma calça tamanho 38", quem me conhece já deve ter escutado. Pois desde a adolescência visto o mesmo número: 36. Até no tempo que engordei não sai disso. Já fiz posts falando que agora tolero bem mais tranquilamente minha magreza. Verdade. Mas na boa ainda acho um tanto cômico quando vou vestir calças jeans e ficam apertadas na panturrilha e super largas nas coxas e quadril. Fazer o quê? Nem mesmo minhas pernas seguem um padrão rsrs. A questão é que agora namorando com fulano que diz gostar justamente dos aspectos que eu tanto odiava ou via como falhas, ele me fez, mesmo que indiretamente, me aceitar melhor. Diz ele que não é chegado em coxa, nem peito, que gosta é de costelas, sou obrigada a rir. Ser magrela sempre me fez pensar que a falta de atributos físicos dificultavam minhas chances de atrair alguém. Me rotulava, a sem peito, sem bunda, sem um rosto bonito, nariguda, cabelo estranho e sorriso torto. Pra cada coisa eu parecia achar um defeito e via somente isso, a parte ruim. Mas tem louco pra tudo. O que passei a notar é que eu barrava a opinião dos outros sobre mim, as limitava, não acreditando em elogios, me baseando na expectativa pessimista e depreciativa que associei a minha imagem. Não acreditando nem aceitando que alguém pudesse pensar diferente daquilo que eu via/acreditava, não notava que era severa comigo mesma, eu estava era sendo paranoica e injusta. Sim as pessoas tem o direito de gostar até mesmo das coisas que eu não acredito que sejam apreciáveis, mesmo que sejam coisas sobre mim e que eu não consiga ver da mesma forma. Por não compreender o que levava a pessoa a pensar diferente eu apenas teimava em discordar e apontar as falhas tentando convencer o outro do meu ponto de vista "mais realista". Mas não adianta... não se faz necessário meu consentimento, minha autorização, e eu não aceitava ser contrariada. É ai que tá: gosto não se discute. Engraçado que eu mesma sou do tipo que não liga pra aparência dos outros, não me importo com "condições desfavoráveis", não sigo um esterótipo especifico, ou tenho um padrão, na verdade amo a diversidade e peculiaridades. Quando vejo que ali tem algo que me agrada o que seria defeito pra uns vira charme pra mim. Ironicamente eu não conseguia ter essa visão no que se tratava da minha pessoa e de como sou vista. Eu meio que julgava a forma que os outros me julgavam (?) Mas ai surgiu esse alguém que conseguiu ser mais teimoso que eu, que me fez olhar pras coisas de forma diferente, me convenceu, e embora eu não compartilhe da mesma opinião aprendi que nem por isso devo desacreditar, não tenho controle sobre o efeito que causo nos outros [seja no bom ou mal sentido: conforme-se Aline você não consegue manipular a opinião alheia]. E como é bom poder abandonar essa mania de me rebaixar. Já perdi essa vontade louca de preencher uma calça 38, acho que eu tava mesmo era precisando preencher a auto-estima, meu coração e minha forma de ver as coisas. Um ajuste de ideias... pra não deixar a confiança cair. 

sexta-feira, 23 de outubro de 2015

23.10.2015 - Mãe

Sim ela têm seus 50 anos e ainda me deixa abismada por ter um corpo de dar inveja. Não puxei nada dela, nem nariz, olhos, boca, tom da pele, cabelos, nem a cinturinha, nem mesmo os pés... o que me faz até entender porque quando eu era criança poucos acreditavam que ela fosse de fato minha mãe. Mas o que eu realmente queria ter puxado era essa tamanha paciência, essa disposição de aguentar as coisas sem nunca levantar o tom de voz, de falar as coisas com cautela, o riso fácil, o jeito carinhoso e gentil, essa mania de pensar sempre nos outros que a faz até esquecer um pouco de si mesma... tudo isso que ela teima em achar que são suas fraquezas, mas que são características que a torna mais especial. Dificilmente ela me deixa tirar uma foto dela, hoje tiramos algumas, essa saiu sem querer, ela tava fazendo graça imitando uma espécie de cristo redentor rsrs sei que ela odiou, mas eu adorei. Nem mesmo nossos gostos são parecidos. Talvez sejam pras coisas que importam, como natureza, filmes, livros, aceitar loucuras e fazer o bem. Sei que sou uma chata a maior parte das vezes e que deixo a desejar como filha, sei que ela sempre teve grandes expectativas e que ao longo dos anos eu só venho acumulando frustrações. E ainda assim ela acha um jeito de me amar e tolerar meus defeitos como mais ninguém é capaz de fazer. Eu a amo não por isso... mas amo a pessoa que ela é, que não é só mãe e amiga, é conselheira, palhaça, professora, exemplo... quero muito poder chegar a ser o que essa mulher representa. Sou grata por todo sacrifício que ela já teve de fazer em prol da minha felicidade e bem-estar, mesmo por aquelas atitudes que a principio não compreendi, mas que ela escolheu pensando na minha segurança. Eu almejo um dia saber expressar toda essa admiração em atitudes que afirmem meu amor, minha vida foi e é abençoada por essa senhora com alma de jovem é, foi e sempre será importante pra mim. Obrigada por tudo.

quinta-feira, 22 de outubro de 2015

22.10.2015 - Descamamento

Rosto já sem vermelhidão, mas agora formando casquinhas
Eis que a tarde de domingo, onde durante a conversa passei umas três míseras horinhas num Sol de tempo nublado e o resultado foi esse ai: minha pele descamando. Eu não notei a intensidade do Sol devido ao vento gelado, mas nem por isso os raios UV deixam de causar estrago. Eu cheguei em casa e levei um susto quando vi meu reflexo no espelho... a cara toda avermelhada, começando a arder e a pele repuxando. Até então não tinha noção do estrago... mas pra se ter ideia eu nunca havia me queimado nos braços... nem mesmo quando ia a piscinas e praias, eles tendiam a escurecer e desta vez estavam ardendo, até as minhas mãos ficaram ardendo e vermelhas! Coisa que NUNCA tinha me ocorrido... eu fiquei pasma, não fiquei tanto tempo exposta assim, e já tinha enfrentado Sóis mais severos, mas esse resultado era inédito. O que prova que preciso ser mais cautelosa, e que devo estar mesmo desbotando por trabalhar a noite e parecer uma vampira nessas tentativas de sempre evitar o Sol. Tanto que costumo dizer que sou alérgica a dias ensolarados, e com este resultado talvez eu seja mesmo rsrs. No dia seguinte ao ocorrido a coisa ficou feia. Rosto vermelho e super inchado tava inflamado de tão forte que foi a queimadura, e o pior era ter de sair de casa com a cara zoada e pra quem já não é 100% feliz com o próprio rosto não é uma tarefa simples. No primeiro dia que fui trabalhar apelei pra maquiagem, embora odeie o desconforto de usar com base/corretivo no rosto por um tempo prolongado, já que detesto me preocupar com retoques e odeio o aspecto de massa corrida. Daí no dia seguinte não teve jeito, dei a cara a tapa e fui com o rosto esbugalhado mesmo, fui de cara limpa. Nas fotos aqui talvez não dê pra notar, mas meu rosto não é exatamente branco/pálido, ele é rosado/avermelhado, por conta das manchinhas que ficaram de herança da época que tinha a cara cheia de acnes. E essa singela vermelhidão é o maior motivo de insatisfação que tenho com o meu rosto então estar com a cara na tonalidade de um tomate era revoltante. Mas foi engraçado... como sou de ficar corada por qualquer coisa, seja raiva ou vergonha o pessoal nem mesmo notava que eu estava queimada de Sol. Alguns só achavam estranho e diziam coisas como: "nossa a Aline deve estar brava olha a cara dela" ou "Essa ai fica vermelha de vergonha com tudo" Acabou que tirei a situação de boa e até ri um bocado. Mas ser branca realmente é uma droga nesse sentido... eu ODEIO descamar, minha pele já é cheia das frescuras e quando passa por esse tipo de trauma fica super hiper sensível, fora o incomodo da pele ardendo e repuxando, a coceira quando se formam as casquinhas e a agonia dessa aparência desagradável onde me sinto uma cobra trocando de pele. Não gosto do cheiro forte de protetor solar e uso um pro rosto caro por ser especial, culpa das frescuras da minha pele... isso tudo me faz abraçar a negligência e sair de casa sem a devida proteção. (mesmo usando sombrinha e chapéu, que no fim não servem pra muita coisa). Eu me lembro da última vez que descamei... foi nos ombros após um dia de Sol que curti no parque Hopi Hari, há meia década atrás... lembro da minha revolta, de jurar que não passaria mais pela mesma situação. E aqui estou eu retomando o juramento após ter vacilado feio. Não quero passar por isso nunca mais.   

quarta-feira, 21 de outubro de 2015

21.10.2015 - Matina

Como é gostoso poder ver o Sol nascendo todo santo dia! Parece que mesmo cansada, após passar a madrugada toda trabalhando, quando vejo o céu abrindo passagem pro Sol se levantar vou sendo renovada. Adoro mesmo poder prestigiar coisas assim, depois de sair do ônibus lotado é como se a toda manhã eu fosse presenteada, tenho a companhia dos pássaros tagarelas, vejo o Sol despertar, cruzo com pessoas dispostas a dar bom dia... é uma pena que nem sempre o dia todo consiga me transmitir essa paz. As vezes as maravilhas vivenciadas pela manhã vão perdendo a força conforme o dia se desenrola e se complica. O que é realmente lamentável. Como seria bom se eu pudesse me lembrar de cada nascer do Sol ao invés de lembrar de todas as vezes que fui ofendida por exemplo... mas parece que nascemos com esse defeito de ficarmos relembrando o que nos fez mal... até mesmo quando tais coisas deixam de nos afetar elas permanecem ali arquivadas. Um backup das decepções que rouba espaço da nossa memória pras coisas que mereciam ser salvas.

segunda-feira, 19 de outubro de 2015

19.10.2015 - Desperdício



Vi essa caixa numa calçada que fica distante de qualquer propriedade ou lixeira e fiquei bastante incomodada. Seja pelo descaramento de se deslocarem pra jogar o lixo num lugar onde este não será recolhido ou pelo desperdício. É triste. Acredito que tão podre quanto estes alimentos deva estar algumas pessoas, gente que joga lixo na rua, que poluí o mundo com sua má educação e jeitão folgado, trapaceiros, grosseiros, debochados... a escória. Esse tipo de coisa realmente me entristece, me irrita, mas ao mesmo tempo me dá fome... fome de querer fazer a diferença, de varrer essa podridão toda, usar isso como adubo pra dar vida a algo que preste. Já mencionei aqui que uma das coisas que mais me tiram do sério são injustiças e desrespeito... Quando mais vejo o descaramento humano, mas me sinto na obrigação de não desaminar e fazer mais que a minha parte, pra provar pra mim mesma que eu não me sujeito a isso, que se me afeto é afim de lutar contra e não de me conformar. Dizem que basta uma laranja pobre pra estragar todas a volta... mas sou casca grossa e me recuso a deixar essa podridão fazer parte de mim. 

domingo, 18 de outubro de 2015

18.10.2015 - Ego x Espírito

Hoje o dia foi marcado por uma boa conversa. Daquelas onde entre diálogos surgem revelações, auto compreensão e questionamentos que até então não tinham ganho a devida atenção. É impressionante como só chegamos em tais pontos quando permitimos nos desprender de nossas convicções, dividir situações geram novos significados na interpretação de alguém de fora, e até mesmo por nós quando ao comentar nos deparamos com pontos que antes não pareciam ter relevância. Foi assim que ao lado de uma guria passei a tarde expondo meus pontos de vista, minhas angustias, e coisas que saltaram pra fora. Discutíamos a diferença entre ego e espírito. Falamos das coisas que preenchem nossa alma, dos conflitos internos, das coisas que nos afastam de Deus, mas nos aproximam de quem queremos ser. Foi bastante construtivo e agregou muito. Eu tava mesmo precisando de uma dose de papo cabeça de forma descontraída rsrs Lavei a alma e sai da conversa com a cabeça renovada. A foto de hoje eu achei legal pelo fato de o dia ter passado por temas que sugerem imagens que nos seguem, o que fica quando estamos diante da luz... e eu sou louca por esses portões cheios de detalhes! Quando vi isso no caminho de volta não resisti e dei uns cliques. Não pude tirar uma foto como queria pois era a casa de desconhecidos e havia gente ali, o que tornaria meio estranho se me flagrassem tirando foto da casa rsrs mas fiquei feliz de ter conseguido registrar ao menos esse trechinho. 

sábado, 17 de outubro de 2015

17.10.2015 - Lado Macho

Ontem falei do meu gosto inconvencional pra carros, e hoje vou novamente expôr meu lado macho aqui. Sou mulherzinha sim pra muita coisa, mas inúmeras vezes me deparo soltando aquela frase "sou mais macho que muito homem"... pq tenho um lado mais grosseiro que compromete a pouca feminilidade que eu tenho. Creio que isso vem desde criança, sempre odiei cor-de-rosa, os brinquedos e brincadeiras de meninos sempre me pareceram muito mais interessantes e eu por diversas vezes ouvi bronca do tipo "você é menina não pode fazer isso". Acho que comecei a perceber mais isso na época que as gurias começavam a manisfestar seus interesses por meninos. As típicas boy-bands que arrancavam suspiros das minhas coleguinhas jamais me cativaram, e a princípio até acreditei haver algo de errado comigo, se todas elas gostavam e viam beleza naqueles rapazes porque eu não conseguia ver o mesmo? Era novinha demais pra perceber que eu não deveria me limitar tentando me encaixar no gosto alheio. Eu gostava de musicas onde a beleza dos cantores não era o forte, não gostava de me vestir bonitinha pois me sentia bem era com roupas simples e confortáveis, não sabia ser delicada, minhas brincadeirinhas envolviam agressões físicas que minhas coleguinhas não entendiam. Eu não via graça em maquiagem, sapatos, jamais consegui gostar de Britney Spears e dos guris que saiam nas capas da capricho, aliás trocava fácil a revista capricho por uma recreio. Bom isso me mantinha afastada das gurias porque houve tempos em que não tinha nada em comum com elas. Hoje em dia claro muita coisa mudou, estou bem mais mulherzinha que tempos atrás, mas meu lado macho ainda está bem vivo. Posso não saber trocar um pneu, mas acompanhava fielmente a formula 1, não sou fanática por futebol, mas também estou literalmente pouco me lixando pra detalhes como quebrar uma unha. Levo as coisas pro lado da palhaçada ao invés de me ofender. Prefiro a praticidade, tenho horror as formalidades. Não gosto de romantismo (e de frescurinhas). Não tenho a menor vontade de casar na igreja, só de me imaginar de noiva me dá asco. Digamos que meu lado relaxado se funde ao lado macho em coisas como sair de casa sem sentir necessidade de pentear o cabelo. Troco salto por tênis, pois até pra calçados sou bem pé no chão. Uso samba canção. Minha tolerância a dor é um dos aspectos mais "macho" que tenho, dificilmente uma gripe é suficiente pra me derrubar. Sou mais de ouvir do que falar. Minha frieza as vezes deixa o sentimentalismo feminino bem ofuscado. Não tenho nojo nem medo de insetos, aliás simpatizo com eles. Sou bem grosseira pra certas coisas, não no sentido de ser mal educada mas de ser teimosa e do jeito de ser mesmo. Não espero que abram a porta ou me liguem no dia seguinte... se tenho interesse/necessidade eu mesma faço. E também sou "cavalheira" sim, trato os homens com a mesma decência que as mulheres esperam destes, não vejo porque cordialidades devam partir somente deles e não é questão de orgulho, é porque gosto de ser assim mesmo. Principalmente no que diz respeito a tomada de decisões e de evitar dramas, ou no cotidiano fazendo qualquer coisinha não é difícil ver meu lado macho dando as caras. 

sexta-feira, 16 de outubro de 2015

16.10.2015 - Pick UP

Falando em carro, eu geralmente assumo uma postura de chata e não gosto de quase nada. Mas não posso ser tão radical ao se tratar de gosto. Realmente carros não são um grande atrativo pra mim em forma de status. Já quiseram me impressionar usando carro como artifício, mas não me causa efeito algum, o tiro sai pela culatra quanto a pessoa deposita seu orgulho num veiculo, pensando que isso é suficiente pra atrair meu interesse. Não funciona mesmo. Também odeio essa "necessidade" desenfreada de ter um carro, porque todos têm. Mas tirando essa parte de usar o carro pra ostentação, eu até acho interessante. E quando questionam sobre "o carro dos sonhos", o mais provável é ouvir mencionarem um carro moderno, cheio  dos incrementos. Comigo funciona bem diferente. Embora não tenha a pretensão de comprar um automóvel enquanto não for preciso, se fosse pra escolher um, baseando na beleza, nenhum modelo atual ganha mais minha atenção do que as combis e caminhonetes antigas. Minhas caminhonetes preferidas são as da Ford, as F-100. Embora esta da foto é da Chevrolet, linda também. Já tinha visto ela parada no mesmo lugar algumas vezes antes, mas desta vez me senti obrigada a fotografar.
Outra Chevrolet, esta belezinha ai esteve por uns dias
estacionada bem em frente de casa!
Realmente acho bonita. Gosto até desse visual mais judiado, sem restauração, sem frescura nem luxo. Não sei exatamente porque gosto tanto de caminhonetes velhas, mas sei que independente disso adoro a ideia de haver um espaço que permite acomodar minhas tranqueiras (e ideias), e esse é o mesmo motivo que me faz gostar de combi. O nome "pick up", de fato é o termo perfeito pra tal carro.

Uma Ford, não tão velha quanto gosto, mas por mim uma dessa
já estaria perfeita. Não consigo passar sem parar pra admirar.

quinta-feira, 15 de outubro de 2015

15.10.2015 - Rance


Dia 18/09, última vez que fui a SP, na volta pra casa quando a pessoa com quem eu estava tinha já descido na sua estação, eu vi algo dourado brilhando no vão dos assentos. Puxei e era uma Torre Eiffel, com a ponta quebrada. Não sei porque cargas d'água eu joguei isso na minha mochila. Nem me lembrava mais. Dias depois que fui tirar pensando em de jogar fora, mas novamente sei lá porque deixei isso num canto e hoje pela manhã me deparei com essa coisinha dourada de novo. Onde deveria estar escrito "France" dá pra se ler apenas "Rance" e eu que adoro caçar significados já pensando no post de hoje fui dar uma conferida no tio Google pra ver se haveria algum significado pra essa palavra que foi formada através de um acidente. E eis que sim, do próprio idioma francês vem a palavra "rance", que significa na tradução "rançoso". Ai ok, também não sabia exatamente definir rançoso e partiu apelar pro tio Google novamente. E eis que vi inúmeras definições, mas claro tirei dentre elas as que posso aplicar aqui. Velharia, mofado, antiquado, devagar, mal cheiro... entre outros. E mesmo que desencadeie definições que são bem distintas notei que nenhuma delas significa algo de bom. Engraçado, pois era bem o que precisava pro post de hoje. Quantas e quantas coisas não devemos acumular na nossa bagagem  assim como essa tranqueira ai que acabei jogando na mochila sem nem saber o porquê... E são coisas que além de não ter valor vem faltando pedaço: velharias. Ou jogamos na nossa bagagem coisas que já foram se deteriorando criando mofo e contaminando as demais coisas que guardamos no mesmo espaço. Já não presta. Jogamos na nossa bagagem coisas que nos atrasam, que estendem o caminho, metas rançosas. E de repente algo tão pequeno gera um incomodo enorme, coisas que nem nos damos conta que carregamos.   

quarta-feira, 14 de outubro de 2015

14.10.2015 - Um sopro

Eu amo essas plantinhas danadas. Eu acho lindo sua simplicidade e  é até poética a forma como essa plantinha se deixa desmanchar com o vento. O que me lembra um trecho do livro Pontes pra Terabítia, que dizia assim: "Às vezes tinha a impressão de que sua vida era delicada como aquela florzinha do mato que chamam de dente-de-leão. Bastava um soprinho à toa, em
qualquer direção, e tudo se desmancharia. " A vida é realmente algo tão frágil, basta um soprinho à toa, pra que as coisas se desmanchem. Diferente da abordagem do livro vejo que basta um sopro pra que além de se desmanchar, isso também basta pra que as coisas se percam, se libertem, que fluam, que caiam... os ventos (tempo/escolhas/medos/destino) virão pra nos desmanchar... mas a gente nunca deve esquecer que aquilo que deixamos também são sementes para que novas coisas venham a florir em mais lugares.  

terça-feira, 13 de outubro de 2015

13.10.2015 - Lá no fundo


Imagem tirada de uma das ruas perto de casa, totalmente sem foco, e eu cansada e com sono nem notei na hora a falta de nitidez da foto, mas enfim vai ter de ser esta mesma. Lá no fundo aquele borrão branco é uma imitação fajuta do Cristo Redentor. E parando pra pensar na vida -lá no fundo- há tantas outras coisas fajutas de braços abertos para as quais ando virando as costas.

segunda-feira, 12 de outubro de 2015

12.10.2015 - Olhar pra trás.

Adoro as ironias da vida. Achei este retrovisor quebrado na rua, e ele calha tanto com a mensagem de hoje que penso que o destino gosta de confirmar as coisas através dessas coincidências. Bom sendo dia das crianças eu queria mesmo falar de algo nostálgico, mas parando pra pensar eu vi que se tratava mais do presente. Sabe sou bem apegada as coisas que me tornaram o que sou hoje, fragmentos do passado que ao serem juntados formam o quebra-cabeças da minha história. Mas por vezes tive a sensação que isso embora tenha me construído também me impede de encontrar as novas peças. Então olho um retrovisor jogado no asfalto com seu espelho todo quebrado e isso faz eu olhar pra dentro de mim. Sinto que sim está na hora de jogar meu retrovisor fora, pois há tempos ele deve estar com o espelho igualmente trincado, me fazendo olhar pra trás com uma imagem toda distorcida, me fazendo perder a direção, não me ajudando em nada, só me fazendo perder tempo ao tentar entender o que ele está refletindo. E isso tudo enquanto tenho toda a estrada a frente. Tá mesmo na hora de ultrapassar meus limites, pode ser uma ultrapassagem perigosa, mas preciso sair desse engarrafamento de falta de inciativas.
---
Outra coisa, que até foge um pouco ao tema, é que achei engraçado no trabalho, onde o refeitório fez toda uma decoração ao dia das crianças e tinha na porta aquela mensagem de "nunca deixe morrer a criança dentro de você" e a pessoa com quem ando saindo riu debochadamente dizendo que aquilo é a maior besteira. Eu fiquei realmente pasma e achei até decepcionante e insensível a forma que ele reagiu a tal frase. Brinquei dizendo que ele já nasceu adulto e por isso não entendia (acho que é bem isso mesmo). Já até devo ter escrito essa frase num dos posts, pois realmente gosto dessa ideia de "manter viva a criança dentro de nós" creio ser fundamental, mas isso tudo me fez ver as coisas de maneira diferente. Eu conservo viva a criança dentro de mim, mas as vezes tenho negligenciado o lado adulto, busco ser madura pro que exige responsabilidade, porém nunca tive a mesma preocupação de explorar meu lado mais maduro como tento preservar a criança interior. Talvez o lado adulto nem mesmo tenha se desenvolvido direito por conta disso, da conformidade, daí talvez venha a sensação de me sentir adolescente e despreparada. Não me conheço por completo porque não me permiti ser tudo o que sou, e as vezes tenho escolhido ser as partes menos adequadas, sendo repetitiva e usando partes de mim que não condizem com o que a situação pede. Por isso de me sentir tão equivocada... deixo a criança interior fazer a festa, mas o resto ta uma bagunça, feito aquelas gavetas entulhadas de coisas, que você já nem sabe mais o que pode encontrar lá dentro. Sim quero ser uma pessoa melhor, mas é como se eu temesse conhecer meu potencial, já que não o exploro. Sinto que há uma força em mim ainda adormecida. Uma frase que li no livro Roube como um Artista foi "Não espere até saber quem você é para poder começar", e essa foi uma frase de extrema importância pra mim. Me fez aprender a sair do lugar. Só que em partes me acomodei, eu a usei pra incentivar meu despreparo, virou desculpa ao me consolar quando me precipito ou faço algo sem me esforçar antes de agir. E claro a ideia não era essa de fazer as coisas de qualquer jeito, distorci. Passei esta madrugada em claro e lendo umas coisas e me deparei novamente com o Sr. Nietzsche, e gosto de aspectos desse conceito dele de super-homem, tenho muito a aprender, coisas como: "Cada conquista do conhecimento decorre do ânimo, da dureza contra si, do anseio pra consigo". E roubo um texto baseado nesse conceito do blog Razão Inadequada, que diz:

"O homem moderno orgulha-se demais de si próprio, está acomodado, conformado [...] Também existe, claro, muito medo e insegurança, poucos aventureiros. [...] A afirmação do super-homem é a negação dos valores vigentes: ousadia no lugar de segurança, auto-disciplina ao invés e auto-piedade, esquecimento em vez de ressentimento. Zaratustra aconselha ao homem mergulhar dentro de si para encontrar a potência necessária para declinar, deixar esta forma velha e empoeirada e criar novos valores."    

Claro que sendo algo inspirado em Nietzsche é um assunto mais abrangente, de como a sociedade é condicionada a conformidade imposta e aceita seja por religião, costumes, leis, moral, enfim valores. Eu estou usando o texto ao que se aplica a mim como pessoa em sua mediocridade. Como já mencionei por diversas vezes crio e acato mesmo sem perceber minhas limitações, deixando de conhecer assim minha melhor versão. O retrovisor jogado fora já não vai mais me permitir olhar pro que me conforta e vai ser complicado, mas precisa ser mesmo. Eu realmente estou entrando num auto-confronto, meu erro era pensar que isso tinha de ser uma fase, quando deve ser uma constante. Ontem escrevi dizendo que não sou mais uma boneca de porcelana, dias atrás eu confessei que alguém me tirou da gaiola e já fiz diversos posts que parecem sempre dizer a mesma coisa, mas a verdade é que cada vez ganho uma nova consciência de ver algo que me prendia, muitas vezes me refiro a um mesmo assunto outras por mais semelhança que tenham tratam de coisas diferentes. E agora vejo que é só o começo, que por mais que eu descubra as falhas ainda terei muitas outras a descobrir, por isso que a vida me permita ter sabedoria de seguir me superando. Afinal, como Nietzsche mesmo dizia, o homem é algo a ser superado. 

domingo, 11 de outubro de 2015

11.10.2015 - Boneca de porcelana

Hoje foi aniversário de uma amiga de infância, com quem estudei na pré escola e com quem fui crescendo, tivemos momentos onde nos afastamos, mas a amizade sempre deu um jeito de nos ligar, e hoje fui passar a noite na casa dela. O histórico das nossas conversas em geral é sobre as dificuldades que enfrentamos e sobre nossa vida amorosa desastrosa. E ainda assim sempre achamos meios de rir mesmo tocando em assuntos delicados. E falando em delicadeza eis que a foto de hoje é de uma boneca de porcelana que achei quase que escondida num canto do quarto dela. E tal boneca me despertou atenção, especialmente por ter olhos castanhos e cabelo escuro. Olhando pra tudo o que conversamos e pra nossas vidas vejo que estamos sim, a nosso jeito e a nosso tempo, superando nossas fraquezas. Já não somos como esta boneca de porcelana, que da delicadeza vem sua beleza, mas por conta dela também se precisa de cuidados especiais, que a restringe a um canto onde por vezes fica esquecida, é apenas um enfeite. Isolada fica protegida de qualquer descuido no manuseio que poderia despedaçá-la, mas isso também a impossibilita de ser tocada. Segura mas longe de alcance. E nós antes tão próximas a essa realidade já não nos identificamos com isso. Não somos mais ocas por dentro. Hoje temos o que nos preencha. Ganhamos vida. Não ficamos presas num canto longe de alcance. Nos permitimos. Achei surpreendente ver o quanto esta minha amiga que tem toda uma história de vida difícil e que está passando por momentos complicados conseguiu extrair forças para conseguir conduzir as coisas com certa maestria, me surpreendi com a maturidade para assumir riscos, da entrega, da luta que pra muitos é perdida mas de onde ela tira seu prêmio a seu modo. Virou dona de si mesma mesmo sem perceber. Ainda tem suas dificuldades, mas agora são outras, ela superou muita coisa em todo esse processo, e não pude deixar de me inspirar nela. Eu que era tida como a "conselheira", pois sempre fui mais ouvinte e de dizer em poucas palavras meu parecer e sugestões, vi que tinha mais a aprender do que a aconselhar. Enquanto ela descrevia as mais diversas situações, esperando que eu a compreendesse eu ia aprendendo com ela, ela estava me aconselhando sem nem mesmo ter chegado a ouvir minhas angustias e eu fui encontrando respostas de perguntas que eu nem sabia que deveria fazer a mim mesma. As semelhanças de nossas histórias nos fizeram chegar as mesmas conclusões e podemos ver juntas com muita mais clareza. Foi bastante enriquecedor. Quem acabou saindo de lá presenteada fui eu.    

sábado, 10 de outubro de 2015

10.10.2015 - Prometo Falhar

Ganhei de aniversário um livro chamado Prometo Falhar. O título me intrigou, e acompanhando o instagram do autor português minha vontade de ler tal livro só foi aumentando. Estou no meio de outras leituras no momento, mas quando posso dou uma espiadinha nesse livro, tamanha a ansiedade não aguento esperar até poder me dedicar só a ele. Eu fiquei absolutamente apaixonada com a forma que o amor é retratado, adorei a forma que o autor explora as diferentes formas de amar, sem certo e errado, melhor ou pior, verdadeiro ou falso. Como extraí de cada tipo uma essência, uma visão tão ampla sobre um tema que por vezes tão maçante e repetitivo. Vejo o amor nesse livro com olhos de novidade. Poderia ser mais do mesmo, mas se mostra profundo mesmo em sua simplicidade. Desmistifica esse sentimento conhecido por sua complexidade. E o título... como amo o título do livro! (e a capa, aliás é muito linda) Por mais que estejamos dispostos a acertar, as falhas são nossa única certeza. Isso foi um presente e tanto, daqueles livros que vai ficar todo rabiscado com meus sublinhados tortos na tentativa de marcar as palavras que me marcaram. 

sexta-feira, 9 de outubro de 2015

09.10.2015 - Pássaros

Toda manhã quando volto pra casa sou abençoada pela melodia dos pássaros que estão a toda fazendo seu show. O palco são os fios dos postes, o topo de algumas árvores, telhados e quer tenha publico ou não lá estão eles cantando como se não houvesse amanhã. Eu nunca tive pássaros em casa, nunca vi graça no canto de canários e costumava me irritar com o barulho de qualquer pássaro. Mas agora virei fã desses passarinhos que deixam meu caminho mais animado, paro pra ouvi-los cantar. Até filmei a performance, já que não satisfeitos em cantar esses pássaros danados tem até mesmo coreografia, pulam ritmicamente, é uma graça de se ver. Outra coisa legal foi a noite quando saia de casa e me deparei com uma coruja a poucos metros de distancia. Ela estava encima de uma trave de futebol, ficou me olhando e depois voou e pousou no chão bem pertinho de mim. Eu me senti honrada com tamanha aproximação. Talvez ela estivesse querendo atrair minha atenção pra proteger o ninho ou quem sabe por pouco não me safei de um ataque... mas adorei a ousadia dela, infelizmente não fui rápida o suficiente pra garantir um registro desse momento com a câmera, mas foi bacana de ver, ela era grande e dona de um olhar marcante. Essas criaturinhas realmente deixam o dia bem mais interessante.

quinta-feira, 8 de outubro de 2015

08.10.2015 - Magia macro.


Mais uma das minhas pirações fotográficas. Hoje foi dia de brincar com o reflexo de luz na superfície de um pote de vidro. O que me fascinou a ponto de eu pegar a câmera é a forma que a luz refletida me lembrava nebulosas ou pinceladas de aquarela... acho tal efeito muito bonito, é interessante criar isso a partir de um pote de vidro e luz refletida, materiais simples bastam pra um olhar meio louco. Nessa foto com o pote de vidro o que achei bacana foi a impressão de ter algo "mágico" armazenado dentro do vidro.  
Puxando o zoom e aproximando a câmera do centro as fotos tornam-se abstratas, não sei se a proporção chega a ser um macro, mas com certeza tem a mesma ideia de querer explorar detalhes mais de perto que normalmente não se notaria. Acho isso impactante, de atrair o olhar pra algo pequeno expondo inúmeras características que faz tudo parecer complexo e distinto. A composição, de texturas à cores, tudo faz minha mente fervilhar. Eu amei esse efeito dos borrões coloridos distorcidos. Novamente to batendo na tecla de amar fotografias sem intenção de exibir algo compreensível, não importando a origem e sim o resultado final. Pode apostar que ainda vou fazer mais dessas de achar beleza nos mais diversos lugares e formas. 

quarta-feira, 7 de outubro de 2015

07.10.2015 - Grades, gaiolas e voo livre.

Voltando pra casa pela manhã me deparei com esta gaiola velha jogada num terreno. O que me chamou a atenção foi que as grades foram abertas, mesmo havendo uma portinha, que ironicamente estava fechada. Fiquei intrigada com o fato da pontinha estar fechada, talvez o pássaro que vivia ali fosse grande demais pra passar pela abertura da porta e ai fez-se necessário arrombar as grades, ou tiveram de arrancar as grades pra auxiliar o pássaro assutado ou desatento a sair, não sei ao certo. Mas claro isso me chamou a atenção. Acho que essa gaiola me fez olhar pra mim mesma. As vezes sou mesmo um pássaro que precisa de alguém que arranque as grades, que me ajude a ser livre. Isso soa até contraditório... uma liberdade dependente, mas acostumado a gaiola o pássaro nem mesmo tem noção do que é estar preso, acha que só aquele espaço lhe é suficiente, seguro. Desconhece o motivo de ter asas. Então é preciso que alguém de fora intervenha para libertá-lo. Muitas vezes a porta da gaiola até está aberta, mas não entendemos que precisamos passar por ali pra desbravar o mundo, muitas vezes nem a notamos. Ai é preciso que as grades sejam arrancadas pra percebermos que há muito a ser descoberto. Alguém que quer te oferecer o mundo e nós as vezes não oferecemos confiança, ingratos. Eu realmente não pude deixar de me identificar com a tal gaiola. É o que tem ocorrido comigo. Tão certa de que estava me libertando de minhas travas eu estava era me engaiolando de novo numa ilusão de segurança de "estou bem",  presa em ideologias e me limitando por não ver que havia muito mais, todo um mundo que poderia ser visto sem a interferência das grandes. Quantas e quantas vezes não olhei pras situações e vendo que as portas estavam fechadas acostumei-me a ficar ali, enjaulada seja pelas dificuldades, ilusões, ou pontos de vista controversos. Outros porém não tem a mesma paciência, não esperam que as portas se abram... arrancam as grades, sabendo que a liberdade assusta mas também conforta. Por essas e outras hoje eu vejo que por mais que eu busque entender eu não sei nada da vida. Achei que me conhecia, achei que sabia das coisas ai aparece alguém que me arranca das grades e me faz ver as coisas de uma forma nova, eu me achava madura, mas não sabia se quer passar pela porta muito menos voar pra longe. Alguém teve de me arrancar da gaiola, quase que a força, pra que eu enfim tomasse rumo. Do tipo "sai daí e agora se vira". Cruel mas necessário. Isso pros orgulhosos poderia ser motivo de vergonha... mas não acho que a liberdade tenha de vir através exclusivamente da independência... deve vir principalmente da humildade, de admitir que algumas coisas estão mesmo fora do nosso alcance e um empurrãozinho pode ser o impulso que faltava... e nem por isso a liberdade é diminuída. Nos tiram das grades, nos oferecem o mundo, nos jogam pra cima, mas o bater das asas sempre irá depender de nós. 

terça-feira, 6 de outubro de 2015

06.10.2015 - Desalinhamento

Da série, não faz sentido, não tem uma explicação, mas quis fotografar. Ontem passei pelo mesmo lugar quando voltava pra casa, a iluminação estava uma droga, já era a noite, e ai não deu certo de tirar foto. Ai hoje passei por ali e vi que a escada tinha caído. Peguei a câmera e dei meu disparo. Gostei mais de quando vi a mesma imagem hoje, por conta das sombras. Gosto muito das dimensões que as sombras ganham que faz elas ficarem distorcidas e enormes se comparadas ao andaime.

segunda-feira, 5 de outubro de 2015

05.10.2015 - No meio do nada

É legal como um dia pode ser todo cheio de surpresas. Fui até o centro da cidade pra enviar a carta e resolver umas coisas e muitas vezes já pensei "hoje em dia não dá pra se fazer mais nada com um real", mas era engano meu! Enviar cartas sai mais barato do mandar sms, custa menos de um real. Ok que há meios pra se fazer isso de graça, mas ainda acho que há algo de mágico em colocar o sentimento na caligrafia. Nos correios sempre há demora, mas com livros na bolsa eu nunca fico injuriada, as vezes até lamento quando chega a minha vez. Bom na volta é que as coisas ficaram interessantes. Resolvi cortar caminho por um lugar onde nunca tinha passado. Como era no meio do nada, com mato e árvores pensei que seria uma boa, já que o Sol ia se pôr quis aproveitar. E eis a surpresa, no caminho vi muitas coisas interessantes, alguns pássaros que jamais tinha visto, e uma casa abandonada. E eu desde criança tenho uma fixação por lugares abandonados. Claro, acabei indo até lá.
Conforme fui me aproximando ideias já foram surgindo, casas abandonadas são mesmo uma boa pra praticar stencil, usar o spray, então já cheguei ali sabendo que em breve irei voltar (com a mochila devidamente preparada). O lugar é bem sinistro. Por dentro tem aquele típico cheiro de mofo, a casa está completamente vazia, portas e janelas abertas, e ainda assim parece que não entra ar. Mas achei fascinante! O lugar tem um potencial legal pra criar umas coisas e é até estranho, mas realmente amo invadir lugares abandonados. Eu sou meio louca e nem mesmo me preocupo se é perigoso, vou adentrando, e até agora fico intrigada pra saber o que levou essa casa a degradação.
Depois de fazer meu "tour" sai da casa e acabei passando um tempinho admirando o Sol se pondo. Não imaginava que um atalho fosse render tanto. Ai já a caminho de casa esbarrei com uma amiga da época do colegial. Há anos não parávamos pra bater um papo, mesmo que nos víamos por ai com frequência nunca chegava a parar pra conversar. Mas hoje finalmente pudemos colocar o papo em dia. Fiquei feliz de ver que ela está bem e nas coisas que aconteceram. Poder rir e relembrar os velhos tempos. Engraçado que estávamos falando bem dos garotos da escola quando um deles passou atrás de mim na calçada (de sorte ele não ouviu a conversa). Tipicamente de cara fechada, nem cumprimentamos, lá estava ele com aquele jeitão arrogante. Mudou muito, mas o jeito indiferente estava intacto. Rimos. Aquele doido foi um dos primeiros garotos por quem me interessei, e é até estranho olhar pro quanto as pessoas mudam, porque nós também mudamos e nem mesmo sabemos o choque que causamos nas pessoas que lembram de nós numa outra versão. Foi rápido mas foi um momento legal.
As vezes o passado lembra uma casa abandonada.. A fachada largada, em ruínas, vazia, mofada... não serve mais de abrigo, mas ainda há pessoas loucas dispostas a adentrar e querer achar ali algo de interessante.

domingo, 4 de outubro de 2015

04.10.2015 - Imagine

Eu realmente adoro criar fotos abstratas, tremidas ou desfocadas propositalmente para gerar uma bagunça visual. O legal é a parte de ir experimentando pra a partir daí ir explorando as ideias. Realmente amo isso, não existe técnica nem nada, pura tentativa e erro e fatores surpresa. Pra mim fotografia não se resume só em mostrar uma imagem, atualmente (em boa parte graças a esse desafio fotográfico) percebi que a fotografia também é uma ferramenta pra criar imagens, não só captá-las como se fossem pinturas realistas, mas também de inventar, como pinturas abstratas. Já até disse que eu amo essa coisa de tirar foto de algo sem me basear na nitidez, de forma que não se saiba o que é de fato o objeto fotografado. Hoje foi um desses dias em que olho pra algo e penso e se eu fotografasse isso? Não fiz pensando no que significaria, só queria ver no que ia dar. E assim um plástico amassado virou essa foto, não só essa como muitas outras, e os resultados foram tão diversos que não dá pra dizer que foram feitas em sequencia e com a mesma base. Achei especialmente legal essa foto pois as linhas do canto esquerdo da foto chegam a lembrar um rosto (carrancudo) de perfil. (tem a linha do nariz, olhos e até lábios carnudos). As vezes sinto um pouco de vergonha do quanto eu viajo querendo ver coisas aonde não existe, dá uma sensação de ser retardada rsrs mas ao mesmo tempo sinto um certo orgulho por ser algo meu sabe, de levar as minhas ideias doidas pra prática, mesmo que essas não façam o menor sentido, não tenham utilidade, e nem mesmo sejam bonitas. Simplesmente são por ser, a falta de nexo e razão pra mim acaba sendo um toque a mais. A imaginação é algo difícil de ser compreendido e as vezes nem eu mesma compreendo a minha. 

sábado, 3 de outubro de 2015

03.10.2015 - Remetente

Passei um tempinho me dedicando a uma missão especial: escrever cartas. E não era uma carta qualquer, é pra nada mais nada menos que pra uma guria que por muito tempo vi como a irmã caçula que nunca tive, mesmo que não tivéssemos nenhuma ligação de sangue e nem mesmo muito em comum, mas algo havia de sobra, uma ligação que é difícil explicar. Na rua onde passei a infância brincávamos de escrever cartas uns aos outros, "amigo carta", era uma forma legal de podermos dizer tudo aquilo que pessoalmente as vezes não conseguíamos. Ela ainda pequena me mandava desenhos, e as minhas palavras quem lia era a mãe dela. A brincadeira durou tempo o bastante pra que ela conseguisse fazer as coisas sozinha, suas as primeiras frases vieram, e por mais simples que fossem eram cheias de carinho. Bons tempos. Infelizmente perdemos o contato quando ela voltou pra Sergipe. Foram anos assim, longe e morrendo de saudades, sem notícias. A comunicação virtual a qual recorremos recentemente não supria muito bem e nem mesmo diminuía as saudades, até que decidimos que seria uma boa ideia voltar a escrever cartas. Como nos velhos tempos. Mas não foi uma tarefa tão simples quanto era antes, a distancia e o tempo nos tornou de certa forma estranhas uma pra outra, temos um passado em comum, mas isso não basta, por meio das cartas espero que agora possamos nos conhecer em nossa versão atual, e que ainda possamos ver traços que nos faça reconhecer o que nos ligava tanto. É muito gostoso retomar contato dessa forma. Eu me senti estranha escrevendo, não sei como vai ser, depois de tantos anos, mas a experiência foi boa, espero que isso realmente volte a nos unir. 

sexta-feira, 2 de outubro de 2015

quinta-feira, 1 de outubro de 2015

01.10.2015 - O mês dos dois digitos

E chegamos a outubro já! O mês dos dois dígitos que me faz ter maior noção de que estamos no fim de mais um ano. Bom encontros #fail parecem ser a marca registrada minha e do coitado que tem me aturado. O cinema deu errado, os planos nunca funcionam como a gente prevê, mas novamente nós soubemos aproveitar o que prova mais uma vez que não importa o lugar, mas sim a companhia. Eu não quero encher o blog com o blablablá amoroso mas preciso registrar que tudo tem sido uma constante novidade boa. Que tem me feito bem, realmente não esperava por tudo isso. Tem me permitido até ver a vida de outra maneira, me fez ter noção das minhas limitações, mas também da amplitude das coisas, estou tendo a chance de me reinventar. Tenho aprendido tanto e da melhor forma possível que não tem como não estar agradecida, estou recebendo mais do que já ousei sonhar. Eu mencionei algumas coisas chatas ocorreram, mas isso é tão minusculo perto de tudo que ganhamos, estou conhecendo uma versão minha que eu pensei que nem mesmo existia. É tudo uma loucura, mas é o que tem me levado a real sanidade.