terça-feira, 30 de junho de 2015

30.06.2015 Rota alternativa

Hoje eu tinha que ir pra Jundiaí, e na pressa peguei o primeiro ônibus que veio, o caso é que o tal ônibus fazia uma rota diferente, como o ponto final seria o mesmo resolvi que ia nesse. Então dei um rolê bônus e quando vi estava passando em frente ao Hopi Hari. Uns posts atrás comentei sobre parques e olhar aquela montanha russa é bem nostálgico. E na pressa eu acabei perdendo umas meia hora por ter ido por esse trajeto que no fim demora mais. Na volta também vim por rota alternativa, desta vez com um trajeto que até estou habituada mas que não é assim tão perto de casa, me fazendo andar ao menos dez minutos a mais do que levaria se viesse pelo outro caminho. E sei lá tava um dia tão gostoso pra caminhar que eu meio que fiz questão de bater perna. Até mesmo no trajeto do bairro de casa: rota alternativa. Queria ir dar uma voltinha pra apreciar a vegetação que tem aqui, então ao invés de ir direto pra casa fui dar uma voltinha. Pra isso entrei numa ruazinha que devo ter passado apenas uma vez antes, e por ali encontrei um gatinho, que embora tenha vindo me cumprimentar não gostava de carinho. [e pela cara nem de fotos rsrs] Enquanto estava abaixada brincando com o gato, de frente a um desses terrenos vazios, olhei pro chão e vi algumas pedras bacanas perfeitas pra pintar. Acabei indo xeretar o resto do terreno em busca de mais pedras e dei sorte, me senti ao mesmo tempo uma garimpeira e arqueóloga rsrs o gatinho do focinho vermelho veio me fazer companhia, uma graça <3 Depois que terminei fui enfim matar as saudades das árvores da rua Juruna. Tirei algumas fotos, por mais árvores robustas que tenham ali eu sempre acabo indo tirar foto dos galhos secos. Eu tirei umas fotos e quando abaixei a câmera foi que notei que um pouco mais abaixo os galhos formavam uma espécie de coração torto. Ai nasceu a foto do dia. Fiquei pensando o que será que eu teria fotografado hoje se tivesse seguido pelos percursos tradicionais? Eu não faço ideia, mas foi bom variar um pouco e ganhar um amigo felino.  

segunda-feira, 29 de junho de 2015

29.06.2016 Midas


Esses dias estive lembrando de um dos livros que marcou minha infância. Era sobre o Rei Midas, cuja história é de um rei que por ajudar Dionísio teve direito a um desejo, e o rei ganancioso escolheu que tudo que ele tocasse virasse ouro. Porém logo isso tornou-se um problema. Midas não conseguia se quer comer sem que seu toque de ouro atrapalhasse, e até o abraço de sua filha transformou-se em desgraça. Seu toque de ouro que antes pensara ser uma dádiva virou uma maldição.


Não sei exatamente porque eu gostava tanto da história do rei Midas, mas gosto muito da mensagem que transmite. Há várias versões da mesma história e no livro que eu tinha o final não era feliz, assim como a história do boneco de chocolate e tantas outras. Acho que ter consciência das consequências é mais realista e importante que os típicos finais felizes. Isso prendia a minha atenção, ter que descobrir a mensagem por detrás dos acontecidos. Vai ver por isso eu gostava de fábulas [e hoje fico filosofando até com coisas minimas], acho que eu sempre gostei de descobrir a "moral da história".    

domingo, 28 de junho de 2015

28.06.2015 Mundo a fora


Algo está realmente conspirando para que eu me mude dessa cidade. Dois convites distintos pra cair fora daqui foram feitos em uma semana. Me parece muita coincidência, levando em conta que isso nunca tinha acontecido antes. Quando eu era adolescente dizia que ia sair de casa aos 18 anos. Mas a verdade é que jamais tive problemas dentro de casa que me fizessem querer sair, o que eu queria mesmo era desbravar, ter independência não só pela liberdade e privacidade, mas principalmente por ganhar com isso responsabilidades que me impulsionariam a aprender as coisas sozinha, virar "dona do meu nariz". Vejo agora que essa vontade tá batendo forte, desta vez com um pouco mais de sentido. Nada me prende aqui, não estou comprometida, não estou conseguindo trabalho, ficar longe da família certamente não seria fácil, mas não poderei viver a minha vida se for viver em função dos outros. O que sei é que saindo ou não daqui algo dentro de mim está certamente mudando. Novas prioridades, recuperei o fôlego e sinto que é tempo de definir o que quero. Chega de viver a merce.

sábado, 27 de junho de 2015

27.06.2015 Restauração

Sei que isso não é uma foto decente rsrs outro "print", mas dessa vez por mais horrenda que a foto tenha ficado fiz questão. Estava vendo um documentário sobre restauração de quadros, no caso de uma das obras de Leonardo da Vinci, "Virgem com o menino Jesus e Santa Anna". Achei bem impressionante cada etapa é tudo minuciosamente pensado e houve até polêmica sobre os riscos que poderiam causar ao quadro e também houve a insatisfação daqueles que queriam que a restauração fosse mais a fundo. O caso é que camadas e mais camadas de verniz que são colocadas na superfície para conservar a pintura na verdade acabaram por a deteriorar. O verniz envelhecido escondia os traços, deixando detalhes desfocados, as cores com menos vida e comprometendo a pintura de modo geral. Alguns retoques foram necessários, alguns trechos tiveram de ser repintados e levou cerca de três anos pra restauração ser concluída. Eu amei ver os detalhes sendo literalmente cavados no quadro, a restauradora trazendo de volta a vida aquilo que o tempo estava escondendo. E claro não posso deixar de filosofar pensando nisso.
Quantas e quantas vezes no intuito de preservar-nos também passamos uma camada de verniz esperando que isso nos proteja e que mantenha viva a nossa imagem [pra uns: as aparências]. Porém isso apenas retarda os efeitos, ou talvez até venha a acelerar, mas o caso é que: o tempo não perdoa. Chega um momento em que é preciso se recuperar o brilho original. Fazer uma manutenção, arrancar a velha camada e expor toda a vulnerabilidade, cavar pra voltar a ver os traços escondidos. Não mudar a identidade da obra, mas reabilitá-la.
De alguma forma escrevendo aqui isso me faz lembrar o livro do Oscar Wilde, cuja pintura de Dorian Gray envelhecia, enquanto ele permanecia jovem. Com o passar do tempo ele ficou tão perturbado ao olhar as mudanças no seu retrato que escondeu a pintura para que ninguém, nem ele mesmo, tivesse que ver aquela imagem em estado deplorável. Mesmo fora de vista isso não impedia o quadro de continuar a se deteriorar, ocultar não diminuía os danos, apenas dava uma falsa impressão de "controle".
Foi pensando nisso que acabei me convencendo que por pior que a imagem em si da "foto de hoje" seja, o significado faz valer a pena. [prometo que saio essa semana pra fotografar algo decente]

sexta-feira, 26 de junho de 2015

26.06.2015 Forca


Voltei a rabiscar minha caderneta, mas antes estava dando uma folheada e cai nessa que foi uma das primeiras páginas que escrevi. E calha de ser a frase perfeita pro dia de hoje. 


quinta-feira, 25 de junho de 2015

25.06.2015 - Faces sem nome

Sabe quando acontece um daqueles dias mágicos?
Hoje foi assim. Pela primeira vez fui ao sebo na marra. Deixei uns livros para serem avaliados na segunda e hoje tinha de ir lá para trocar por outros. Eu queria terminar um livro antes de ir pra já incluir na troca, então li no trajeto o mais rápido que pude, mas foi difícil... estava lendo Harry Potter e o prisioneiro de Azkaban, o livro todo foi fraco daí nos últimos capítulos de repente o livro fica insano de tantas coisas inesperadas que começam a acontecer. Então eu não conseguia ler tão rápido quanto gostaria, eram informações demais. Cheguei em Jundiaí e resolvi terminar de ler ali na Praça da Bandeira, é muito gostoso ler em meio as árvores, ali meio que virou um cantinho da leitura, sempre paro pra ler por lá rsrs. Então passei uma hora me deliciando com o livro que não cansava de me surpreender. E logo que cheguei vi que mais adiante estava um grupo de malucos da estrada vendendo suas artes. Resolvi que só iria até lá depois de terminar o livro. Mas quem disse que era pra eu terminar o livro naquela hora? Se eu não vou até os "hippies" eles veem até mim rsrs. Esse maluquinho de toca de repente se aproximou e perguntou se podíamos conversar. Ele embora estivesse louco louco foi super educado e divertido. O mais impressionante é que mesmo ele estando num estado assim conseguia dar lições de vida em poucas palavras. Ele perguntou meu nome. Ao dar a resposta perguntei o dele, mas ele ao invés de dizer o nome me deu mais uma lição. Conversamos um pouquinho ganhei um abraço e fui convidada a conhecer o resto do pessoal e o trabalho deles. Cheguei lá e babei né. Aquele monte de pedras lindas e artesanatos bem elaborados. Sim eu sou um alvo fácil. Logo uma mulher me vendeu um colar e me falou dos lugares de onde tinham passado antes de chegar ali. Depois o maluco que está fazendo uma mão chifrada na foto começou a conversar comigo. Ele por sua vez estava sóbrio e era assim como o outro: muito divertido e inteligente. Adorei que ele me contou das experiências de viagem, o danado fala um inglês impecável e até outros idiomas e já perambulou por boa parte da América latina. Mas ao perguntar o nome outra resposta evasiva e novamente com palavras que me levaram a refletir. Acho que fiquei conversando com esse ai por uma hora. A simplicidade e sabedoria logo me cativaram. Ele não estava me dando atenção com intuito de ganhar a grana dele, teve uma hora em que ele deixou o cantinho com as artes dele só para conversarmos. Rimos um bocado e mesmo eu estando naquele estado de timidez que me atrapalha conseguimos nos entender tão bem que me surpreendi. Ganhei umas lascas de uma pedra lindíssima. E ele me ensinou muita coisa no meio das conversas. De repente até pintou uma proposta tentadora, me convidou a fazer parte do time depois que confessei amar tal estilo de vida e que também tinha interesse por artesanato e pedras. Achei lisonjeador e ele não estava brincando, até considerei a ideia, não teria dificuldade de abdicar de certos luxos pra ter uma vida mais interessante. Mas como ele mesmo observou estou ancorada a certas coisas. A compreensão dele também era um ponto forte. Eu achei mágico o quanto eu e esse sujeito temos em comum na forma de apreciar as pequenas coisas da vida. Foi a todo momento inspirador. Eu sei lá essas coisas me impactam. E a energia positiva dessas pessoas me atrai. A sujeira que tanto causa nojo nas pessoas na verdade não é nada perto da alma preciosa que eles tem. Quando timidamente pedi pra que tirassem uma foto comigo achei que eles achariam que era frescura e não topariam, mas foi o contrário, eles se animaram e logo nos amontoamos pra fazer uma selfie. Note que eu tenho o dom de sair zoada em fotos em grupo rsrs [explorando meus piores ângulos possíveis], mas o importante foi o momento descontraído e de aprendizado que tive com eles. Simpáticos e super gente boa, foi a primeira vez que alguém ao interromper minha leitura fez valer a pena. Foi até triste me despedir. Passei no sebo sem terminar o livro, mas pra minha surpresa os créditos da troca me foram suficientes pra pegar tudo o que queria. Garanti o quarto livro de HP, finalmente peguei a biografia da Olga e achei em versão pocket  o livro A máquina do tempo de H.G Wells o mesmo autor de uma coletânea de ciências que herdei do meu falecido avô e que escreve de uma forma que me agrada muito. Eu tinha esse livro em versão digital, mas prefiro mil vezes a leitura num livro físico até porque minhas vistas agradecem. Em casa finalmente terminei um favor que estava pendente, e sério, me propor pra ajudar e depois ter que me virar pra desenvolver coisas que não sei fazer é complicado, mas é muito bom quando você vê o resultado final e nota que conseguiu. Hoje foi um dia e tanto.          

quarta-feira, 24 de junho de 2015

24.06.2015 Mexerica

Literalmente desfrutando.

A foto de hoje é a parte II da de ontem. Eu tive a ideia de fazer uma foto dupla, resolvi dar o segundo clique hoje e eis a continuidade da foto anterior.

O dia começou mal e terminou bem.
Não tem como negar: estou precisando de novidades. Mas não vou esperar por elas, vou é investir para que aconteçam o quanto antes. :)



terça-feira, 23 de junho de 2015

23.06.2015 Ximirica

Eu sou suspeita pra falar de frutas, gosto de quase todas. Em especial uma que um dia pretendo ter a árvore no quintal é a mexerica, que tenho o costume de chamar de "ximirica" coisa que veio da infância. Na antiga casa dos meus avós havia uma árvore enorme, um pé de mexerica, e como era lindo, aquela árvore cheia de pontinhos amarelos e laranjas contrastando com as folhas verdes. Adoro quando as frutas vem ainda com o cabinho e as folhinhas, acho tão lindo e dá impressão de terem sido arrancadas do pé há pouco tempo. Amo a facilidade que é pra descascá-las, amo o suco e amo até o formato do gomo que se virado da forma certa lembra um sorrisinho. Tem dias que é assim, um pontinho laranja basta pra me deixar feliz.

segunda-feira, 22 de junho de 2015

22.06.2015 Linha e nós.

Hoje levantei cedinho. Me surpreendi com a quantidade de pessoas desempregadas pelas ruas. A tarde com um tempinho livre fui colocar minhas pedras nos colares. Não tenho as linhas que eu gostaria o que me sugere uma urgente visitinha a 25 de março então me virei com o que tinha. Eu sou atrapalhada e tenho certas dificuldades e ainda assim é gratificante, principalmente porque é sempre desafiador, desde pegar as pedras por ai, até encaixá-las entre os fios. Eu sei que já falei pelo menos umas cinco vezes sobre esse mesmo tema e creio que esta não será a última. É que eu acho divertido olhar pro chão e ver potencial em pedras jogadas e sujas, pintar depois envolver numas linhas e no fim acabar me apegando a aquilo como se fosse valioso rsrs. Eu esses dias fiquei especialmente feliz por finalmente ter descoberto um jeito de deixar as pedrinhas presas, pois elas agora ficam do jeito que eu queria. Fico tentando adivinhar qual será a próxima coisa maluca que vou transformar em hobby. Pois eu me apego tão fácil as coisas, é estranho... algo que você nunca se imaginou fazendo dum dia pro outro vira algo que você se imagina fazendo pro resto da vida. Com a fotografia também foi assim. Começa sempre como uma brincadeira, uma curiosidade e depois quando vejo... virou parte de mim.

domingo, 21 de junho de 2015

21.06.2015 Desequilíbrio.

Eu tenho o péssimo costume de acumular ideias umas sobre as outras, tanto que fica difícil mantê-las equilibradas. E essa é mais uma coisa que se encaixa na frase que quantidade não é qualidade.  Está na hora de estrear algumas coisas que estão na minha cabeça, tirar o coelho da cartola e ver o que acontece.

#UpDate e desabafo:
Bem na madrugada desse mesmo dia antes de pegar no sono fui vasculhar a internet no cel. Eu nem consegui escrever aqui direito por não saber expressar mais a fundo o que eu realmente tava sentindo. Fico frustrada assim fácil, nada do que faço parece atingir um nível que me agrade, como se eu não me esforçasse o suficiente. Eu na verdade sou eufórica com umas coisas e extremamente desanimada pra outras, minha mente nunca fica quieta e fico sobrecarregada por sempre pensar em muitas coisas ao mesmo tempo me impedindo assim de me concentrar pra valer numa só. Isso me faz até parecer doida, Sou super esquecida, tenho dificuldade de dizer um longo discurso porque me perco no meio do caminho com a enxorada de coisas que quero expor duma só vez e ironicamente esqueço tudo. Também têm a inquietação frequente. Parece que sempre tenho algo que estou esquecendo de fazer ou tenho uma necessidade esquisita de ter de fazer algo mesmo quando não sei o que é. A dificuldade pra tomar decisões sérias enquanto facilmente ajo por impulso pra coisas banais sempre foi algo que eu não entendi em mim mesma e são coisas que me acompanharam e me prejudicaram a vida toda. Por mais que me esforce não sei lhe dar, tento compensar agindo de outra forma ou com outras coisas, mas nem sempre funciona. Somando isso e mais umas uns itens eu acabei me auto diagnosticando rsrsrs segundo o que li eu tenho praticamente todos os sintomas de alguém com TDAH, que é Transtorno de Déficit de Atenção e Hiperatividade. Fiz uns testes fajutos e confirmaram minha suspeita. Isso me arrancou risos a principio. Sim, sou dessas pessoas que querem ter resposta pra tudo, muitas vezes confesso que pra me sentir aliviada e ter uma desculpa, ou simplesmente para achar um motivo que justifique o desenrolar das coisas e que me dê a possibilidade de superar a situação. Mas também sou meio cética e ao contrário do que parece eu sou totalmente contra auto-diagnósticos, só que as vezes me vejo em situações como esta, em que fica difícil se desvencilhar da ideia de ter achado o real problema, ainda mais com essa compatibilidade com os sintomas. Resumindo em uma frase: eu fui atrás de respostas e acumulei mais perguntas. E isso serviu apenas pra eu ter certeza de uma coisa: Irei [contra meus princípios e teimosia] a um psicólogo. Não sei se eu realmente tenho TDAH ou se tenho algo além da paranoia de me achar anormal. Não acho que ter alguma coisa seja o problema, o problema é fingir que está tudo ok. Eu sou feliz, conheço boa parte das minhas limitações, conheço minhas falhas e até certo ponto sei lhe dar bem com isso. Mas também sei que há algo de muito errado, tem essa coisa que me faz ser uma auto-sabotadora. Passei a gostar desse ar de superioridade que eu insinuo por conseguir eu mesma cuidar das minhas dificuldades sem contar com a ajuda de ninguém, um suposto auto controle. Abrir mão disso é como assumir que sou uma farsa. Eu não sei demonstrar por aqui mas assumir que sou uma criatura que não sabe levar a sério as próprias prioridades é vergonhoso. Eu mesma crio certos padrões que devo seguir e fico me reprimindo, ou me exigindo demais. A vontade mesmo é de apagar tudo que escrevi aqui quando penso: "onde é que eu estava com a cabeça? Tô sendo dramática, que exagero, credo! Aff, que vergonha! Melhor apagar. Tanta gente com problemas piores e eu empacando nessa frescura. Deixa pra me empolgar na hora de escrever só quando as coisas estiverem bem." Talvez isso reflita parte da minha criação onde demonstrar o que se sente, no sentido de admitir uma fraqueza, é motivo de deboche. Confessar que tem algo errado implica de ser ainda menos levada a sério. Eu estou editando isso e sei que vai ser difícil conseguir manter o post intacto ao terminar, dá uma tentação forte de cortar toda essa parte do Update. Vou me propor esse desafio de mantê-lo, não que isso ajude em alguma coisa, mas esconder também não ajuda então não tem desculpa. Coitadas das folhas de papel que me aguardam depois onde a parte II disso vai continuar. Enfim nem sempre escrever aqui é agradável, hoje estou fazendo isso na marra, embora fuja da proposta do blog de algum modo achei que era necessário. Se vou parecer fraca, fresca, maluca ou seja lá o que for, pouco importa, contanto que eu me sinta melhor.

sábado, 20 de junho de 2015

20.06.2015 Olhe pra cima

E ai estão as mesmas estrelas da foto do dia 17 agora acompanhadas da Lua sorridente. Se ligar as estrelas e a Lua dá até pra formar um triangulo escaleno. Minha mãe que viu e correu me dizer para ir dar uma olhada e eu fui com a câmera na mão. Em 2012 quando eu trabalhava a noite, saia da empresa de madrugada, eu tinha uma rotina maluca de fotografar três estrelas, eu nem sei de que estrelas se tratavam, o que sei é que as acompanhei por um ano fazendo updates de quando elas se distanciavam, ou alguma outra entrava no meio. Era algo bem besta admito, ficar na rua as quatro da manhã no frio tirando fotos de pontinhos no céu mas eu realmente achava legal aquilo, gostava de acompanhar. Eu sei que começaram como se fossem uma cópia do cinto de Órion, as famosas três Marias e sei que eram cópias pois embora se alinhavam formando os três pontinhos, cada uma das estrelas tinha um tamanho e uma cor diferente. Ao longo do tempo elas foram se distanciando, uma mais que as outras até por fim eu perder a ligação entre as três e o interesse. Seja como for olhar pro céu é sempre algo que me faz bem. Sempre fui louca por eclipses e estou ansiosa pro dia 28 de Setembro em que a Lua de sangue poderá ser vista por aqui, espero que desta vez o tempo colabore. 

sexta-feira, 19 de junho de 2015

19.06.2015 Parque, pra quê?

Ano após ano aqui na cidade me aparecem desses parques de temporada, eu morava bem perto de onde costumam montar e ia dormir ao som da molecada que gritava se divertindo. Boa parte da minha vida também fiz parte dessa molecada que se divertia e por mais que as condições fossem precárias, o frio na barriga era garantido. Hoje passei ali em frente e vi que novamente estavam montando o parque. Atualmente já não vejo graça, e não só porque estou "velha" mas também porque mesmo que quisesse ir não tenho mais a disposição de antes. Do fim do ano passado pra cá vim a perceber que "labirintite" se tornou um problema pra mim. Movimentos bruscos com os olhos ou cabeça já me são suficientes para eu ficar totalmente desnorteada, quanto mais coisas que rodam e afins. Da última vez que fui num desses parques estava com minha prima e fui mais pra oferecer um entretenimento a ela, nos divertimos muito, principalmente em um que girava de ponta cabeça numa altura considerável. Foi bacana, mas os danos que algo bobo assim causaram na minha cabeça não eram nada legais. Eu aguentei em prol de não estragar a diversão, mas foi terrível, as dores de cabeça duraram por dias. E depois disso eu já sabia que era a última vez que me submeteria e ir em coisas assim. O engraçado é que eu costumava me gabar de ir em parques de diversão por ir nas atrações que mais davam medo. Acho que isso começou depois de um dia eu ter amarelado [na quarta série] de ir num brinquedo do Hopi Hari, eu não estava bem, mas ser zoado pelo povo da escola me enfureceu. Eu não era medrosa, era teimosa acima de tudo e jurei a mim mesma que depois daquilo iria em qualquer coisa. E assim fiz, após esse episódio eu passei a criar gosto de me desafiar e enfrentava as coisas já com a empolgação de poder dizer depois "eu fui". Montanhas russas, loopings no primeiro carrinho com direito aos braços levantados, qualquer coisa que parecesse insano ganhava minha simpatia e eu ia. O Hopi Hari que fica a pouca distancia daqui já foi o cenário para vários dias de diversão. O Ekatomb literalmente fazia minha cabeça, embora deixava muitos de cabelo em pé, eu sempre entrei na fila animada, pra mim que sou magrela a adrenalina de ficar mais solta entre o assento e as travas de segurança deixava tudo ainda mais louco. Eu pirava. No já extinto Playcenter eu amava o Evolution e o Boomerang. Eu realmente me acabava. Hoje são apenas lembranças e que bom que aproveitei pois dificilmente me imagino indo no mesmo tipo de atração, já que infelizmente agora ao invés de sair com um sorriso triunfante eu acabaria na melhor das hipóteses com uma dor de cabeça forte. Me sinto mal por isso, pois é algo que eu realmente gosto e de que tive que abrir mão. Mas há outras formas de aproveitar a vida. 

quinta-feira, 18 de junho de 2015

18.06.2015 Notas

A maioria dos dias a última coisa que vejo antes de dormir é essa telinha do meu celular. Embora ele seja velho, ultrapassado e etc, esse teclado físico já foi o responsável por boa parte das coisas que escrevo. Inclusive os posts do blog. Já faz um tempo que anda difícil de eu postar diariamente, então tiro minha foto do dia, escrevo um resumo nas notas do cel com a data e quando tenho tempo passo pra cá. Mas nem só de quebra galho serve essa ferramenta maravilhosa. Antes de dormir eu ao invés de pensar na vida, boa parte das vezes fico elaborando diálogos avulsos das histórias que crio. E o depósito disso é o meu celular. Outras vezes escrevo músicas, poemas, textos ou frases que mais tarde ilustram minha pequena caderneta. Guardo citações. Claro também escrevo recados, eu anoto nomes de artistas, filmes, séries, livros e coisas que descubro por ai que valem a pena serem investigados com mais calma depois. Já me salvou várias vezes quando o papel e a caneta se fizeram ausentes. Ali escrevo pensamentos, desabafos rápidos, analises, faço listinhas, é um mundo de coisas que nascem das notas do celular, que geralmente depois são trabalhadas e ganham vida em outro canto, outras vezes são apagadas por deixarem de fazer sentido. Confesso que tem horas que apelo e gasto o teclado mais por distração, em busca de palavras que se encaixem até o sono chegar.   



Uns dias atrás fiz um post dedicado a gostar de escrever certas coisas a mão. Mas muitos dos tópicos que escrevo nascem das notas de celular. Muita coisa começa por ai, tenho de reconhecer. Eu acho engraçado, que por mais coisas que Smartfones oferecem eu me apego mais logo a essas que parecem ter tão pouca relevância. Me acostumei tanto a praticidade e auxílio das notas que se de repente tivesse de viver sem isso eu sofreria um bocado. E porque falar de algo tão banal? Sei lá, mas ontem me dei conta de que são exatas 700 notas acumuladas, dentre elas coisas que só de pensar em perder já me deixam desesperada. As vezes sou assim acumulo ideias num canto. E agora tá na hora de dar uma olhada nessas belezinhas pra fazer a limpa e ver o que será aproveitado e o que vai ser apagado. O melhor de tudo é que nunca sei bem o que esperar. Se estão ali é porque num determinado momento tiveram importância. E mesmo tendo tantas notas para reler e organizar, nada me impede de escrever mais algumas coisas durante o processo rsrs. É minha compulsão particular. 

quarta-feira, 17 de junho de 2015

17.06.2015 Pó das estrelas

Daí que você sai lá fora pra contemplar as nuvens, mas as estrelas roubam a cena. Dois pontinhos brilhantes no céu. Recentemente por influência indireta de um amigo acabei indo pesquisar sobre um astrônomo chamado Carl Sagan. Que costuma dizer que somos feitos da poeira das estrelas. Mas o que realmente me fez admirar o pensamento dele é a forma como Carl consegue nos convidar a ver o mundo por um aspecto diferente. Olhar pra tudo como se fossemos algo tão pequeno e insignificante e ao mesmo tempo a soma de um todo, sem perder a importância, mas nos colocando no devido lugar, aprendendo a ver as coisas de forma menos limitada. "...existem mais estrelas no Universo do que grãos de areia em todas as praias da Terra." E de pensar que somos apenas pessoas perdidas num planeta, que é apenas mais um entre tantos na galáxia e que está é apenas mais uma galáxia entre tantas... e ainda assim somos imensamente mesquinhos e tão minúsculos, mas conseguimos dar importância à coisas ainda menores que na nossa mente ganham grandes proporções. Coisas sem nexo, que deixamos conduzir nossa vida. Parar pra pensar na sorte que temos de sermos dotados de inteligência [embora esta muitas vezes é negligenciada] e que talvez sejamos a única forma de vida inteligente em todo esse Universo imenso... é louco só de pensar e desperdiçarmos essa dádiva maravilhosa com problemas que nós mesmos criamos. Somos tão pouco, mas ao mesmo tempo somos um mundo inteiro. Chega a ser absurdo. Eu infelizmente não tenho a competência necessária para descrever esse homem cuja a forma de ver a vida é tão inspiradora e instigante, mas sou grata pelo simples fato de poder aprender um pouco com ele. Eu acho o Universo enigmático e mágico. E é realmente magnifico fazer parte disso. Pra finalizar tem uma outra frase do Sagan, que foi dirigida a esposa dele, que simplesmente é a melhor declaração de amor que já li: “Diante da vastidão do tempo e da imensidão do universo, é um imenso prazer para mim dividir um planeta e uma época com você.”. E eu sinto esse mesmo sentimento de gratidão por ter a sorte de viver e dividir o planeta com pessoas assim, que dão significado a vida.

terça-feira, 16 de junho de 2015

16.06.2015 Por escrito

No começo do ano fiz um post com vários diários velhos empilhados. Eu ultimamente escrevo usando fichários. Nem considero diário, até porque não é sempre que escrevo, é mais um lugar pra desabafar, ou guardar memórias. Eu estive folheando hoje e me surpreendi com as coisas malucas que vou deduzindo ao longo do tempo. A foto é de uma página de muito tempo atrás e eu ri bastante da forma como eu encarei a situação. Ainda hoje tenho essa necessidade de escrever algumas coisas à mão. Confesso que digitar seja no celular ou no bloco de notas é muito mais rápido e prático. Mas não é tão vantajoso a ponto de apagar a parte mágica de unir pensamentos caneta e papel. Sinto vontade até de ilustrar certas situações, torna mais dinâmico e divertido e descobri assim várias formas de me expressar. Tirei foto de uma página simples, mas tem dias em que recortes de revista, desenhos, gráficos, mapas e o "humor do dia" deixam tudo até meio carnavalesco. O que eu mais amo no processo de escrever assim é que minha linha de pensamento toma rumos diferentes, eu vou formando a ideia conforme vou escrevendo, então escrevo freneticamente para não perder o rumo e isso me faz chegar a pontos que eu não perceberia de outras formas. Nunca sei como vou terminar. É tão diferente de quando escrevo digitando. Acaba ali virando um deposito de tudo aquilo que me passa pela cabeça. Por isso reler é sempre estranho. Pros outros deve ser extremamente desinteressante, até meio bobo e sem nexo, já pra mim tem todo um significado. Costumo dizer que se a casa pegasse fogo e só desse tempo de salvar poucas coisas, meus fichários seriam prioridade, deixaria até note e cel pra trás, pois o que tem nesses papéis nada substitui. Tem gente que vai ao psicologo, tem gente que chora no ombro da amiga e o meu jeito de por as coisas pra fora é ai nessas páginas de papel com a letra apressada misturada com desenhos bobos. Acho sensacional que escrevendo sobre um assunto acabo tendo uma noção muito mais ampla do que realmente aconteceu. Se torna revelador. Eu vou muitas vezes reclamar e no meio do caminho passo a ver tudo com outros olhos, vejo o quanto estava equivocada ou passo a analisar as coisas de forma diferente tirando novas conclusões durante o processo, entrando em conflito comigo mesmo, tudo vai se ramificando e é como se eu finalmente visse tudo aquilo que antes parecia oculto. Resumindo: é libertador! Eu vou me descobrindo a cada nova página preenchida. Eu realmente sinto necessidade de fazer isso, não é algo que faço por obrigação ou por costume, mas é porque faz parte de mim já. Infelizmente com os posts do blog eu não tenho escrito muito, porque soa repetitivo escrever sobre os mesmos acontecimentos [acho que escrevo aqui mais do que deveria, o blog virou mais um diário, do que um desafio fotográfico no fim kkkkk] Mas eu cheguei a tal ponto que estava com SAUDADES de pegar a caneta e escrever as coisas rsrs e tem coisas que prefiro escrever por lá. Adiei adiei mas não teve jeito, hoje fui lá me encontrar com a Aline escrita a mão.

segunda-feira, 15 de junho de 2015

15.06.2015 Farpas


Como pode algo tão pequeno ser tão incomodo? Pequenas farpas, ou espinhos capazes de atrair toda a atenção para um pequeno ponto. Dói e nem sempre é fácil de arrancar. Nesses últimos tempos eu regredi em alguns aspectos. Percebi pequenas coisas que devem ser arrancadas, como farpas, por mais que tirar seja dolorido, deixá-las ali é pior, inflamam. O desleixo as vezes me faz até me acostumar com elas, deixo lá, pois as vezes é mais fácil conviver com um incomodo  do que tomar providências. Então venho me deixando ferir, colecionando farpas, dolorida apesar de teimosa. E quanto mais se deixa, pior é pra arrancar depois, mas chegou o momento em que vou tirá-las uma a uma.  

domingo, 14 de junho de 2015

14.06.2015 Brilhe

Ainda estou judiada pela gripe forte e febre oscilante já era tarde e eu sem animo e sem ideias pra foto. Na realidade acho muito mais bacana quando a foto do dia representa o que eu realmente fiz no dia e não quando a tiro pela obrigação de cumprir o desafio. Eu estava chata pra piorar e em dias em que não faço nada e não saio de casa o jeito é sempre improvisar, as vezes isso pode acabar sendo divertido, como acabou sendo hoje. Eu achei uma mini lanterna perdida numa gaveta, depois pensei: "com a câmera WB350F eu nunca tentei light painting usando lanterna" e ai a ideia brilhou feito uma lâmpada acima da minha cabeça, no melhor estilo desenho animado. No quarto completamente escuro comecei a fazer riscos com a lanterna freneticamente, foi um tipo de terapia meio que soltei minha raiva com os braços cortando o ar. Essa câmera tem um tempo bom, dá pra criar coisas legais, mas eu comecei fazendo os típicos traços aleatórios, cheguei a dançar com a lanterna na mão e me diverti com cada resultado. No fim resolvi escrever algo. Como a foto mostra não tive muito sucesso nisso, tentei escrever "Brilhe" e acima [são fotos diferentes que uni depois] tentei desenhar um olho, que é o que mais desenho quando estou rabiscando sem compromisso. Eu sei que se tratando dessa técnica eu sou menos que amadora, mas eu sempre me diverti com esses desenhos as escuras, você nunca sabe direito como vai ficar o resultado até que a câmera termine de bater a foto. A primeira vez que fiz isso também foi numa câmera compacta da Samsung, eu fazia uns cambalachos, agora entendo o suficiente pra fazer acontecer sem muita dificuldade, mas infelizmente nunca tive ideia ou destreza suficiente para fazer algo que preste. Ainda assim foi bacana.  


Minha caligrafia e desenho em light painting: Igual a de uma criança de 6 anos.

sábado, 13 de junho de 2015

13.06.2015 Amor ao primeiro risco

Eu gosto muito de escrever a mão e fazer alguns rabiscos, nem sempre tive bons materiais pra fazer isso, ou quando tinha não sabia usá-los. Sempre me embananei com aqueles lápis de desenho classificados pelas letras H,F,HB e B. Não sou muito fã das lapiseiras porque com elas eu marco o papel e sou estabanada demais pro nanquim, embora ainda irei arriscar. Ainda nos dois últimos anos do colegial passei a tomar gosto por desenhar usando canetas, frequentemente acabava ou borrando ou pondo tudo a perder quando cometia erros. Quando essa parte dos erros acabei tomando gosto por isso pois exigia um pouco mais de atenção e precisão, mas ver os borrões não me animava nem um pouco. Então uns anos depois achei uma Stabilo perdida nas coisas do meu irmão e logo comprei uma pra mim. Amei o traço que ela fazia, e pra esboços rápidos ela era perfeita. Hoje até coleciono, tenho a maioria das cores. Amo desenhar com elas. Um tempo depois quando procurava por mais cores de Stabilo's eu acabei sendo atraída até outras canetas. A Saraiva sempre me leva a perder um tempo na parte de papelaria, e foi assim que descobri a Uni Pen. Na época comprei apenas uma, era a única que tenha, a 0.1. Foi amor ao primeiro risco! Traço suave e preciso, secagem rápida, ponta fina. Perfeita. No dia também comprei uma cadernetinha sem pauta, que estão na foto do post "o X da direção". De tanto que a usei ela acabou no fim do mês passado. E quando fui a uma papelaria pra comprar uma nova vi que têm várias tamanhos de pontas, de 0.05 a 0.8. Peguei essas três da foto e já me senti realizada, elas são meus xodós. Me dão a mesma sensação das lapiseiras sem ter aquele incomodo de quebrar a ponta ou marcar a folha. Para escrever elas são ótimas também. A caneta Uni Posca é de grande ajuda e excelente qualidade. Com ela há várias possibilidades de uso, essa caneta é super competente e aguenta as mais variadas superfícies. Ainda não a usei o tanto quanto gostaria, mas tenho algumas ideias e sei que ela não vai falhar. São essas belezinhas que me fazem rabiscar os papéis ultimamente, e já não consigo me imaginar sem elas.  

sexta-feira, 12 de junho de 2015

12.06.2015 Alta temperatura



Queimando por dentro e tremendo por fora.

Hoje pra tanta gente um belo dia de comemoração. Mas antes que a imagem deprê seja associada a tal data comemorativa, isso pra mim não é motivo de tristeza. O que se passa é passei o dia de cama. De dia ainda tive um pouco de animo, depois a coisa ficou mais séria. Fiquei doente e o jeito foi me aninhar nas cobertas/edredons e ficar na cama. Não queria uma foto tão ruim, mas essa foi uma daquelas tiradas as presas só pra não deixar de cumprir o desafio, pois animo pra fotografar tava zero.

quinta-feira, 11 de junho de 2015

11.06.2015 O dia da caça


Hoje notei que meu cachorro estava mais maluco do que de costume.
Resolvi averiguar. Billy estava quase morto de tanto cavar tentando alcançar algo que estava escondido. O preocupante é que não sabíamos o que ele estava vendo, mas deveria ser algum bicho já que ele estava insano, latia e raspava as patinhas no chão numa fúria que o estado dele era lastimável. Ele já estava ali fazia horas e não dava indícios de que ia desistir. Mal estava se aguentando em pé, as patinhas traseiras até tremiam e por vezes ele acabava tendo de deitar por já não sustentar o corpo na mesma posição desconfortável por tanto tempo. Seria mais fácil ajudá-lo a pegar o que queria do que tirar o cachorro dali. Mas também havia um certo receio, poderia ser que não fosse nada demais, como é de se esperar vindo dele, mas também poderia ser um bicho perigoso, já que por aqui não raro esbaramos com isso. Billy estava tão maluco que beirava ter um ataque cardíaco então o jeito foi intervir e ajudá-lo. Depois de meu pai empurrar o que o impedia de alcançar sua caça, Billy partiu pro ataque daquele jeito afobado e desajeitado. Mais tinha medo do que outra coisa, chegava perto cheirava e pulava pra trás latindo, todo surpreso, curioso e cheio de orgulho.  

a caça e o caçador.
Pegou mais confiança quando viu que sua caça não reagia e ai passou um tempinho entretido. Não era nada mais que um calango, pro meu alívio, estava preocupada de ser alguma aranha ou cobra e que a curiosidade do cachorro fizesse ele passar de caçador pra caça. Eu gostaria de ter salvo o bichinho, se soubesse do que se tratava teria dado um jeito de protegê-lo. Foi triste ver o desfecho da empolgação canina. O mais doido foi que meu cachorro logo acabou se deitando, o calango o deixou tão cansado que não dava pra saber quem estava mais morto, se ele ou o caça. Mais engraçado foi depois quando ele trocou o seu "premio" por um passeio, bastou eu mostrar a coleira que ele largou o lagarto. 

Eu até tirei alguma lições dessa história toda. Não é só o cachorro que se desgasta tanto atrás de algo que depois, embora dê uma sensação de satisfação, não vale tanto o esforço. Usa tanta a força para alcançar o objetivo que depois não sobra nada na hora de desfrutar. 
As vezes a curiosidade é uma armadilha. 

quarta-feira, 10 de junho de 2015

10.06.2015 Desemprego

Mais uma madrugada em claro, eu estava tão sem inspiração ontem que já tinha até desistido de tirar a foto do dia, [tava naquele clima de jogar tudo pro ar] até porque meu dia foi bem sem graça. E pra ajudar o dia se estendeu já que o sono escapuliu. Pior que ficar sem sono é ficar sem sono e sem ter o que fazer. Foi pensando nisso que apelei pra um dos livros interativos. É sempre assim, eles ficam abandonados por um tempo e depois quando os pego acabo excedendo na dose. Eu já fiz um post falando de livros assim, são realmente legais e tem ótimas distrações criativas. O que acabou me surpreendendo é que no Uma página de cada vez também tem algumas frases de incentivo escritas. Quando vi isso a primeira vez cheguei a revirar os olhos, mas hoje calhou de eu acabar achando útil e depois me contagiei. Fiz alguma das tarefas do livro e bastou isso pra eu dar uma relaxada e organizar uns pensamentos.
Essa frase, foi a primeira página que abri e foi certeira. Tá na hora mesmo de começar a trabalhar.

segunda-feira, 8 de junho de 2015

08.06.2015 De pernas pro ar

Minhas pernas sempre pareceram dois gravetinhos. Mas ironicamente minhas panturrilhas são gordinhas (levando em conta a proporção das coxas) o que torna o conjunto um tanto engraçado. Talvez por ser a única parte farta do meu corpo eu gosto muito das minhas "batatas da perna". Eu já tive vergonha de ter as coxas finas, ainda hoje tem coisas que evito por não achar que fique bom, mesmo assim, as pernas são a minha parte preferida do corpo empatadas com minha pinta perto do olho esquerdo. A verdade é que adoro enfeitá-las com meias. Nunca entendi como alguém pode achar ruim ganhar meias de presente. Por mais simples que sejam, pra mim são sempre bem-vindas. Meu irmão costuma dizer que uma das melhores sensações que existe é de estrear um par de meias novas, e não posso discordar. Desde sempre gosto de meias, costumava andar com elas pela casa, muitas vezes deslizando com elas pelo corredor [para a felicidade da minha mãe] ou apelava pra mania feia de usar chinelos com meias. Não durmo bem sem usá-las e já cheguei até a colecionar umas que tinham carinhas, tive de várias cores e até usava propositalmente uma de cada cor. Hoje eu ainda gosto de meias de bichinhos, com estampas bonitinhas e sinceramente não acho que isso vá mudar. Porém nem todas as meias me conquistaram tão facilmente. Quando criança eu detestava usar meia-calça, minha mãe me torturava me vestindo com aquelas coisas rendadinhas e frufrus que pinicavam. Eu achava uma droga pois enroscava em tudo. Por isso depois dos meus seis anos eu teimei até que parei de usar. Na adolescência elas viraram minhas aliadas, trazendo um toque de personalidade no visual. Meias calças: rendadas, coloridas, pretas, rasgadas e claro as meias arrastão também caíram no meu gosto, eram quase minha marca registrada, e as meias 7/8 viraram minhas preferidas. Antes mesmo dessa fase eu já era adepta dos meiões listrados ou com desenhos. Me lembro de aos 11 anos usar um meião todo colorido na escola, usava ele com melissa ou com um all star jeans que eu tinha na época. Não era bonito, cheguei a ser zoada por causa disso, mas eu achava legal, e creio que tudo começou ai. Um pouco depois passei a me interessar por polainas, comecei a usá-las mesmo fora de moda, mandava fazer porque não achava pra comprar, e gostava de usar algo que ninguém tinha ou se quer sabia o nome. Eu amo o frio, e sei que logo poderei tirar minhas meias das gavetas. Pra mim isso é mais que algo pra esquentar os pés, são peças divertidas e charmosas. Claro que as vezes beira o infantil e outras o vulgar, algumas coisas já não me agradam tanto e não é em todo canto que dá pra usar, mas ainda assim eu as amo.      

domingo, 7 de junho de 2015

07.06.2015 Manequim

No meio de bagunças, de pó e do improvável, entre roupas para doação, peças de decoração e acessórios de teatro, eu achei um casal de manequins perdidos, quase soterrados por roupas, e nus. A mulher, que virou a musa da foto de hoje, estava caída de cara no chão. Eu a levantei e tirei uma foto, nem sabia direito o porquê. E no fim ela virou a foto do dia. Eu sempre gostei de esculturas e manequins. Ver humanos inanimado. A falta de expressão no rosto é uma das coisas que mais me chama a atenção. Manequins sempre me remetem ao filme argentino Medianeras, no começo diz que a vitrine "é como um lugar perdido que não está nem dentro nem fora. Um espaço abstrato e mágico". E ainda nesse filme, tem uma parte que Mariana, uma arquiteta que trabalha como vitrinista, se vê no reflexo dentro de uma vitrine, e se compara a um manequim: "Imóvel, silenciosa e fria". E é irônico que justo hoje pela manhã me senti exatamente assim. Como se um vidro me separasse do mundo real, todos passam apressados e eu fico ali parada, presa sem vida, na maior parte das vezes despercebida e vendo tudo passar diante de mim. Por mais que eu lute para tornar as coisas diferentes, tem dias que são assim: eu viro manequim.

sábado, 6 de junho de 2015

06.06.2015 VHS

Se minha vida fosse um filme, tem partes que eu ia querer dar replay e outras que eu ia acelerar pra passar logo. Mas na maioria das vezes dá vontade de rebobinar e gravar um novo filme encima de tudo que já foi gravado. Eu tenho perdido tanto tempo com coisas sem futuro, tenho perdido a paciência, tenho perdido tanta coisa que é impossível não me perder junto. O que serve de consolo é que ganho consciência e ai há alguma chance de ganhar um novo rumo.

Ao invés de:
Ver Horas Sumindo:
Viver Hoje Sabiamente e
Vencer Hostilidades Sorrindo.

sexta-feira, 5 de junho de 2015

05.06.2015 Tirar o chapéu.

Eu ontem tive um sonho sobre algo que parecia difícil de acontecer, comentei com minha mãe sobre, afinal ela tinha tido um sonho num contexto parecido um dia antes. E hoje pela manhã recebemos uma notícia legal, meu sonho meio que foi uma profecia, pois aconteceu justamente o que eu tinha contado a minha mãe momentos antes. Eu tenho mesmo que tirar o chapéu pro meu inconsciente maluco que muitas vezes me surpreende. Eu adoro sonhar, e é incrível ver um sonho assim virar realidade.
Sem enrolações por hoje. 

quinta-feira, 4 de junho de 2015

04.06.2015 Corpus Christi

Mais um feriado católico que boa parte da população nem sabe/lembra o significado e cai na estrada para aproveitar o dia. Eu mesma sou uma dessas que sabe que é feriado, mas raramente sabe o motivo de comemoração da data. Como não sou e nunca fui católica apenas fui batizada, mas nem primeira comunhão eu cheguei a fazer, não entendo muita coisa. [já passei maus bocados, num estilo pagã: por não saber rezar a famosa Ave Maria. Por achar que o terço era apenas uma bijuteria. Por não saber o que representa a Romaria e não ter aquelas pulseirinhas de Aparecida]. Brasil é um Estado Laico, [o que torna feriados católicos controversos] Há pelo menos uns 15 anos atrás não ser católico te fazia ser mal visto, muitas coisas ainda tinham influência direta dessa religião, por ser a predominante. Hoje em dia noto que as demais religiões ganharam um pouco mais de espaço. Já tem uma aceitação melhor. Voltando ao feriado, somente ano passado que fui saber que nesse feriado era costume se montar um enorme tapete com desenhos que celebram a última ceia e a trindade em comemoração a eucaristia. Minhas então colegas de trabalho ficaram abismadas que eu nunca nem se quer tinha ouvido falar disso antes. Foi até engraçado e constrangedor. Desde esse episódio vergonhoso eu queria ver de perto o tapete de Corpus Christi do Eloy Chaves, que depois fiquei sabendo já ser uma tradição de décadas na cidade de Jundiaí. Calhou de logo hoje eu ir na casa de uma Tia avó que mora ali pelas redondezas. Então pela primeira vez eu pude ver isso de perto. Por ter todo esse empenho artístico repleto de simbolismos eu acabei achando interessante. Nem consigo imaginar o trabalho que deve ter dado pra montar tudo isso. O tapete tem no total uma extensão de 400 metros e tem vários temas diferentes ao longo do caminho.

quarta-feira, 3 de junho de 2015

03.06.2015 Chá gelado

Não é difícil encontrar por ai pessoas que gostam de café. Eu sinceramente nunca fui muito fã, mas em compensação sou louca por alguns chás. Se tratando de bebida talvez eu seja mesmo fresca. Não gosto de coca-cola, sempre que possível dispenso refrigerante, não sou fissurada por coisas alcoólicas, ODEIO café com leite, mas em compensação amo Mupy de maçã, água de coco, suco de maracujá e de laranja... sucos verdes também me agradam muito. Isotônicos nem se fala. Bebo até umas coisas doidas, como água com folhas ou de manjericão ou hortelã. Que eu adoro um chazinho quente não é novidade, mas chá gelado nunca me conquistou da mesma forma. Hoje porém a história mudou um pouco. Minha mãe apareceu com um sachê de chá gelado sabor tangerina e gengibre. A combinação a principio parecia meio exótica, mas como são duas coisas que eu gosto demais achei que valia a pena experimentar. E realmente achei uma delícia, o sabor da tangerina predomina, eu achava que seria o gengibre que se encarregaria desta parte, mas a fusão dessas duas coisas pra mim deu mais do que certo.

terça-feira, 2 de junho de 2015

02.06.2015 De outro mundo.

Aline:
Alien
alienada
ali e nada
alienigena
extraterrestre, et, etc.
Não vim de uma galáxia muito, muito distante
Mas vivo no mundo da Lua
Na minha mente há vários mundos e neles sou viajante.
Aqui na Terra sou apenas mais uma,
Mais uma pessoa incompreendida
por não seguir um padrão: fui abduzida...
Arrancada do que sociedade chama de normal,
se for pra ser tão limitada, 
prefiro ir pra imensidão do espaço sideral.


Não é a toa que as vezes me sinto um Et, meu próprio nome é anagrama de alien rsrs. E não, não me sinto assim por mania de querer ser diferente, o que eu tento é ser o mais fiel possível a mim mesma.
Hoje andando pela rua achei essa coisa da foto de hoje. Quando bati o olho pensei que fosse uma palheta e notei que era um rosto de e.t, peguei rapidinho e joguei no bolso da mochila. Um pouco antes vi na rua um disquete, achei incrível, pois não é algo que se veja por ai sempre, ainda mais na rua. Mesmo estando acompanhada de uma menina também bem doida, eu percebi que ela não viu com bons olhos meu ato de "catadora de muambas". Mas eu não resisti. Na verdade a ideia era até outra, mas estávamos atravessando e eu não tinha como parar na rua para fazer o que pretendia. No domingo eu decidi criar um novo projeto fotográfico. Esse porém não tem tempo limite para ser concluído. A ideia é fazer uma coleção de fotos, dessas que eu tiro das coisas doidas que vejo pelo chão das ruas. Domingo eu esbarrei com um celular moderninho cuja tela estava toda trincada. E um pouco mais a frente encontrei um belíssimo morango solitário perdido no asfalto. Coisas bobas, mas através disso me lembrei das inúmeras fotos que já tirei de coisas que vejo por aí, notas de dinheiro rasgadas, cartas de baralho, folhas com formatos engraçados, e tantas coisas que foram o suficiente para que eu resolvesse mesmo levar a ideia adiante. E tanto por isso quanto por outras coisas percebo que sou mesmo um Et: uma Eterna Teimosa que não se recusa a fazer o que gosta mesmo que isso possa parecer de outro mundo. 

segunda-feira, 1 de junho de 2015

01.06.2015 Ouvir, para não olvidar.

Dias assim rendem foto ruins. Me distraio e ai quase que esqueço da foto do dia. Passei o dia do ar, fora de mim, submersa em músicas. E é mágico quanto certas músicas refletem tão bem meu estado de ser. Hoje foi uma mistureira de músicas em Inglês, francês e claro também em nosso idioma. E vou deixar da playlist de hoje algumas das que mais gostei, começando pelo meu querido Newton Faulkner [Além de ser o homem dos meus sonhos ainda faz uns clipes doidos e tem uma vibe muito bacana] A música escolhida é a Indecisive, um trecho da tradução diz: "Você não pode ficar em silêncio / Você é complicado, mas eu sei que tudo o que você é / Tudo o que você é". Esse trechinho de nada diz tudo. Eu amo o trabalho do Newton Faulkner pois as músicas Dream Catch me e Clouds simplesmente me servem como guindaste pois me resgatam quando to no buraco.



Como disse também tive meu momento com as charmosas músicas francesas, A curiosidade é que o cantor em questão, Féloche, descobri hoje por acaso. Vi na programação do Sesc de Jundiaí que ele vai fazer um show no fim do mês e ai eu fui conhecer e gostei muito. Estou até cogitando ir no show se der certo. Uma das Músicas dele que achei mais bonitinhas é a: Tous Les Jours. Traduzindo porcamente pelo google translate o verso inicial fica assim: "Vazio pequeno e grande vertigem / É todos os dias, todos os dias / Sonhos selvagens pensado no chuveiro / É todos os dias, todos os dias"


Por último e MAIS importante, pra fechar com chave de ouro, deixei um cantor que já havia me despertado a atenção há alguns anos, numa entrevista no Jô. Fiquei pasma com a calma e sabedoria com que ele conduzia as palavras. Musicalmente nunca fui atrás pra escutar, não fazia muito meu estilo, mas de uns dias pra cá ele vem me ganhando, com sua composições cheias de essência e com as palavras tão bem encaixadas que mais parecem um tetris, tudo compactado, preenchendo todo o vazio, as palavras se unem tanto que viram sentimento puro. A música que deixo dando looping e não canso é Paciência. E a música é tão, mas tão boa que me sinto na obrigação de colocar a letra inteira.


Mesmo quando tudo pede um pouco mais de calma
Até quando o corpo pede um pouco mais de alma
A vida não para

Enquanto o tempo acelera e pede pressa
Eu me recuso faço hora vou na valsa
A vida é tão rara

Enquanto todo mundo espera a cura do mal
E a loucura finge que isso tudo é normal
Eu finjo ter paciência
E o mundo vai girando cada vez mais veloz
A gente espera do mundo e o mundo espera de nós
Um pouco mais de paciência

Será que é tempo que lhe falta pra perceber
Será que temos esse tempo pra perder
E quem quer saber
A vida é tão rara (Tão rara)

Mesmo quando tudo pede um pouco mais de calma
Até quando o corpo pede um pouco mais de alma
Eu sei, a vida não para (a vida não para não)

Será que é tempo que lhe falta pra perceber
Será que temos esse tempo pra perder
E quem quer saber
A vida é tão rara (tão rara)

Mesmo quando tudo pede um pouco mais de calma
Até quando o corpo pede um pouco mais de alma
Eu sei, a vida não para (a vida não para não... a vida não para)

Seja no idioma que for as músicas tem esse poder de nos alcançar, nos comover, e porque não nos transformar? Essa trilha sonora de hoje me colocou de volta nos trilhos.