quinta-feira, 22 de janeiro de 2015

21.01.2015 Explore


Cresci em uma cidade pequena e sem graça. Que pouco tem a oferecer, já que seu potencial é ofuscado pela falta de cuidados, e a falta de sensibilidade dos moradores.
Vivo aqui a tempo suficiente para acompanhar as maiores mudanças. E mesmo assim pouca coisa de fato mudou. Não há muito o que se explorar por aqui, é tudo monótomo. Depois que comecei a me interessar por lomografia passei a reparar mais nos detalhes. Via coisinhas interessantes mesmo onde nada se destacava.
Nas minhas andanças a paisagem raramente era um atrativo. Aos poucos que fui aprendendo a decifrar a beleza oculta. Então um belo dia eu que antes era acostumada a não dar atenção por onde passava, me vi apreciando essa construção abandonada. E hoje quando passei por lá me senti na obrigação de fotografar.
Tenho paixão por lugares abandonados, e esse lugar em especial me encantou pelo fato de ter árvores por perto. Rendeu diversas fotos e cada angulo parecia uma descoberta.
Impossível não pensar nas inúmeras coisas bonitas que deixei de ver por desatenção. Tem tanta coisa que passa batido. Agora eu passo batendo foto. Só pra garantir, já desperdicei oportunidades de fotografar lugares que hoje infelizmente não existem mais.
Numa de suas cronicas Martha Medeiros desafia o leitor a olhar pra sua cidade com olhos de turista. Morando aqui isso parece loucura, mas percebi que ela tinha razão. As vezes não é o lugar que é sem graça, sem graça é o nosso olhar desatento.

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