quinta-feira, 17 de dezembro de 2015

17.12.2015 - Hospede

Bom é fim de ano, época de férias escolares e também véspera da estreia de Star Wars VII. E foi por causa disso que minha prima (que quase que adoto como irmã caçula) veio passar uns dias em casa. Acho interessante nossa ligação. Temos idades bem diferentes. Ela 15 e eu 24... 9 anos nos separam tempo o bastante pra que a gente não fosse capaz de se compreender, mas não é bem assim. Ela é madura demais enquanto eu sou mais infantil então nesse abismo dos 9 anos encontramos um meio e vimos que temos muito em comum. Ao longo do tempo fomos mudando, Vivemos fases diferentes, mas temos o gosto bem parecido e numa coisa ou outra a gente consegue se identificar demais, e são essas pequenas coisas que fortalecem nossa ligação. Tivemos uma longa conversa hoje. Sobre os problemas tensos que as pessoas enfrentam, sobre as formas de encarar a vida, sobre nossos dilemas e formas de encará-los, sobre os pilares que sustentam nossas vidas. E também sobre angustias, sonhos, medos, futuro, relacionamentos... é interessante demais ver o quanto cresço enquanto vejo essa menina crescer! Ela é muito melhor do que eu fui na idade dela, essa guria me supera a cada dia e fico fascinada com isso. Dá um puta orgulho de ver a pessoa que ela vem se tornando. É triste demais ver o quão mal compreendida ela é. De certa forma ela acabou se fechando pra que certas pessoas não consigam acesso até seu lado mais poético, mais humano (é como se os outros não merecessem o melhor dela, e as vezes isso até faz sentido). O jeito "anti-social" dela muito parece como o meu de anos atrás talvez por isso eu a entendo... ela teve seus motivos pra ser assim e ninguém entende só julgam e criticam e isso só tende a piorar a situação. Adolescentes não são fáceis? Hmmm não mesmo, mas também não são tão impossíveis... acho que tudo depende da disposição das pessoas de se interessar pelo outro a ponto de saber quando ceder e quando ser duro e ir ganhando seu espaço e construindo além do respeito uma afinidade. Adoro como ela me deixa a vontade posso ser a Aline bobalhona e a Aline séria, e ela me entende. Não somos só primas, criamos uma amizade que vem nos acompanhando e que vai se adaptando as nossas mudanças. Claro que também me dá raiva quando vejo ela optando pelas decisões erradas, quando é tomada pela teimosia, e dói ainda mais quando vejo ela passar por algo que eu não posso ajudar, ou ver ela cometendo os mesmos erros que eu, mas sabendo que ela terá que aprender certas lições por si mesma. Hoje ela que é mais uma dessas adolescentes que buscam refugio na internet, que passa horas entretida com seu tablete ou celular restrita a um mundo onde conseguiu se achar. Já fui assim sei o quanto isso faz bem e mal. Mas temos necessidades diferentes e não posso tomar minhas experiências como base para tentar ajudar em tudo pois somos bem diferentes. Resta-me confiar no bom senso dela. É que as vezes essa criatura é tão madura pra certas coisas que espero dela a mesma maturidade pra tudo e esqueço que ela é apenas uma jovem descobrindo a vida agora. Não posso poupá-la dos males e das loucuras que a vida tem a oferecer, ela já é pressionada em tantos sentidos e por tantas pessoas que eu me coloco num papel diferente, quero ser a pessoa com quem ela pode contar e não mais uma a condenar. Eu acredito nela independente das escolhas que venha a fazer. Ela sabe bem a força que tem, e cada vez mais aprende como a usar, por isso adoro ver suas conquistas e adoro quando ela me permite participar de sua trajetória. Eu realmente a amo como irmã. Essa é uma eterna hospede em meu coração. (oh quanto isso ficou gay, hahaha)  

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