sexta-feira, 6 de fevereiro de 2015

05.02.2015 Etapas

Andei folheando o passado. 


Escrevo em diários desde 2004. Houve um tempo de pausa de 2009 até o meio de 2011. [tempo este em que as vezes escrevia aqui] Por mais que eu me dedicasse a preencher as folhas eu na verdade não dizia nada. Narrava meu cotidiano, mas não sabia transmitir por palavras o que eu sentia.  

Resolvi empilhar meus "arquivos confidenciais" em ordem de data. De baixo pra cima vem a contagem 2004, 2005... até enfim 2008. Acabei constatando algo inusitado... eu escrevia mais quando tinha menos a dizer, as agendas foram diminuindo de tamanho e de conteúdo. Fui perdendo a vontade de detalhar tudo, as páginas em branco se tornaram constantes até que parei. 



Tinha muito a aprender e pouco a compartilhar talvez.

Resolvi dar uma olhada geral e uma citação em 2006 me despertou a atenção: "Quanto mais um homem se aproxima de suas metas, tanto mais se aproximam as dificuldades". - Goethe.
Antigamente eu não tinha o hábito de pensar na vida, não sabia refletir apenas vivia, em épocas apenas vegetei. Por isso não esperava ler algo assim, algo que faz bastante sentido com o que vivo no momento.
Há um texto de Mário Quintana que li há um bom tempo mas que hoje me incomodou a ponto de eu abrir o livro para reviver as palavras: 
"As coisas que não conseguem ser olvidadas continuam acontecendo. Sentimo-las como da primeira vez, sentimo-las fora do tempo, nesse mundo onde as datas não datam [...] Tiveste uma parte da vida que foi só tua e, esta, ela jamais poderá passar de ti para ninguém. Há bens inalienáveis, há certos momentos que, ao contrário do que pensas, fazem parte da tua vida presente e não do teu passado, E abrem-se no teu sorriso mesmo quando, deslembrado deles, estiveres sorrindo a outras coisas."

Sinto  vergonha do meu passado da mesma forma que sempre acho que meu presente pode ser melhor aproveitado. Deixo meu rastro em palavras e as vezes me desconheço, em outras me descubro.
Retomei o hábito de escrever em 2011, pra muitos é algo infantil, perca de tempo... pra mim é terapia, é uma forma de entender a mim mesma. Pedaços de papel que me fazem viajar no tempo.

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