quinta-feira, 2 de abril de 2015

02.04.2015 Acreditar

Não teve jeito eu não queria que a minha cara fosse o alvo da foto de hoje, mas como só tirei essa foto vai ela mesmo.
Eu não costumo comentar a respeito de religião em quase canto nenhum. Bom isso porque é meio complicado, dado o meu histórico. Cresci acompanhando meus pais na igreja. Por isso meio que seguia as coisas por influência. Então após a adolescência deixei de ir e deixei até mesmo de acreditar em divindades, estava bem cética, acho que devo os créditos um tanto ao Nietzsche por ter chegado a este ponto, ele deu o empurrãozinho que eu precisava para cair fora. Durante esse período era bem comum que eu debochasse da crença das pessoas, na família mesmo fui a única criatura que chegou a esse extremo, então me sentia livre para apontar as falhas. Por essas e outras virei uma espécie de "ovelha negra". Eu até que gostava disso. De ser auto suficiente. Ainda assim achava legal alguns ensinamentos que servem para o enriquecimento pessoal que vem de algumas religiões. O budismo mesmo sempre foi algo que admirei, li uns livros a respeito e gosto muito de alguns fundamentos, via mais como filosofia de vida do que como religião. E eu ficava nessa, sem levar nada a sério. Foram vários anos até eu de fato admitir que precisava ter Deus na minha vida, não julgo a religião baseada na atitude das outras pessoas, não julgo quem não quer seguir nada, cada um sabe o que faz e entendo na verdade, mas no meu caso eu acabei sentindo a necessidade de ter algo maior que eu mesma, de ter um caminho que me melhore como pessoa, e não de me conformar com o que sou. De não mais estufar o peito para descarregar argumentos e desdenhar da fé alheia, mas sim de abri-lo para aprender a aceitar as diferenças e de crescer espiritualmente, de absolver ao invés de acusar. Acho difícil explicar algo assim, pois é pessoal, é sobre experiência. Não quero impor um conceito, apenas expôr a minha realidade. E é até meio maluco sabe, pois eu conheço os dois lados da moeda. A maioria das pessoas com quem me identifico são ateus e admito que tem infelizmente muita coisa errada no meio religioso. Eu conheci bem o lado ruim, mas me permiti descobrir o lado bom e valeu a pena. É o que tem funcionado pra mim. E não me tornei inferior por admitir isso. Na realidade só me livrei de convicções que nada me acrescentavam. Eu não sou ninguém para dizer o que é o certo para cada um, mas me contento de saber agora o que é melhor pra mim.  

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