terça-feira, 4 de agosto de 2015

04.08.2015 - Lápis Branco

Tem coisas que demoram anos para que a gente comece a usar. E este é caso que me leva ao post de hoje. Há pouco menos de um ano atrás eu fui a bienal do livro e de lá trouxe uma caderneta rustica artesanal, achei linda, mas até hoje não tinha ousado usar uma página sequer. O mesmo se passa com o lápis de cor branco. Que tantas vezes foi motivo de questionamentos durante minha infância. Eu realmente achava um desperdício em uma caixa com apenas dose cores uma delas ser logo a cor branca, que eu nunca usava. Tenho vários desses lápis brancos repetidos que não foram apontados uma única vez. Todas as outras cores se degastaram, outras acabaram, mas os brancos se mantinham lá intactos. Mais hoje foi o dia das estreias. Juntei o lápis branco e as folhas virgens cor parda da caderneta e resolvi fazer arte. Eu acabei amando... usar um papel mais escuro realmente é bacana, enfim o lápis branco pode ter sua ponta gasta e ser apontado, e finalmente as folhas da caderneta ganharam traços. Acabou que essa caderneta me deu uma ideia legal que já estou botando em prática e fiquei pensando que tive sorte de não tê-la usado antes, pois se tivesse talvez agora essas ideias não surgissem. E o lápis branco que tanto foi rejeitado durante anos hoje virou protagonista. Creio que tudo tenha de fato sua hora.
Mas claro que o post não iria parar por ai... eu falei dos elefantes brancos dias atrás... e hoje é dia de levar os lápis brancos pra vida. Quantas e quantas coisas não mantemos ali guardadas, coisas que julgamos parecer um desperdício, coisas que não usamos por simplesmente os "papéis" tradicionais não ter as condições de rabiscar com o tal lápis. Eu mesma andava incomodada com uma coisa: Me adapto as pessoas/situações para reagir conforme o ambiente (papel) e deixo de usar o que tenho (lápis branco) por conta disso. Ou seja estava me poupando, mantendo em desuso uma parte de mim, estava por meio disso me apagando, pois por me adequar deixava de me permitir. E eu que sempre ressalto a importância de ser autêntico não via que em algumas áreas eu não estava agindo de acordo. A culpa não é do lápis que as folhas, a maioria delas, não permitam que sua cor apareça. A culpa é de quem o conduz, pois podemos muito bem mudar o tradicional, trocar de fundo, pra explorar aquilo que geralmente deixamos guardados. Eu realmente não consegui deixar de associar o lápis branco com isso. Nas pinturas mesmo... o branco é fundamental pra dar brilho e profundidade, e talvez seja nisso que ando pisando na bola, na falta desses detalhes que tem feito minha vida em alguns aspectos sem brilho e profundidade. Acho incrível que mesmo quando to fazendo algo pra me distrair acabo me deparando com respostas que vem antes mesmo de eu conseguir concluir meus questionamentos rsrs

Nenhum comentário:

Postar um comentário