terça-feira, 25 de agosto de 2015

25.08.2015 - Sobre ir no cinema sozinha e voltar acompanhada.

Com muita relutância um dia acabei comprando e lendo O pequeno príncipe. Aquela velha mania de desmerecer tudo que é muito popular. Mas claro que ao ler cai nos encantos desse livro lindo. Daí que quando a notícia de que fariam um filme de animação baseada no livro começou a rolar eu logo fiz cara feia. Não achava que fossem capaz de captar a beleza e simplicidade do livro num filme e fiquei um tanto apreensiva. Ai semana passada enquanto esperava a hora de entrar no trabalho ali na salinha que tem antes da entrada na tv estava passando o trailer do filme que tinha estreado no cinema. Eu já havia visto antes, mas não havia me impactado como me impactou nesse dia. O simples trailer foi capaz de me deixar com um sorriso bobo no rosto e com a sensação gostosa de que o filme tinha sim captado a essência do livro. Daí pronto né. Eu tinha que ir ver o filme, acabou que não saiu como eu pensei, mas mesmo assim resolvi ir. Então numa terça de tarde lá vai a doida no cinema sozinha, cheia das expectativas, com o coração já tomado pela magia da história... na sala de cinema cerca de vinte pessoas, dentre estas, duas senhoras, mais uma moça também sozinha, uns casais e em sua maioria mães e filhos. A menininha que sentou atrás de mim era um doce... os comentários que ela fazia durante o filme me arrancavam sorrisos, eu pensava na sorte daquela mãe de ter uma companheira tão especial, tão pequena e tão sábia mesmo em sua inocência, o que muito combinava com a proposta do filme. Eu de uns tempos pra cá tinha pego raiva de assistir animação, nem gostava mais de assistir. Por isso estar ali era um pouco controverso. Eu a principio achei que o filme realmente seria mais uma decepção. Mas assim que o aviador apareceu eu fui tomada pela história. Eu realmente amei a forma como ele foi representado. Eu só ficava ainda preocupada com a forma como o pequeno príncipe seria representado. Quando ele finalmente apareceu vi que não poderiam ter acertado mais. Eu sou uma bobalhona com coisas fofas rsrsrs foi o pequeno príncipe aparecer que eu já tava toda emocionada, achei tão tocante a forma que foi narrado, ouvir as frases tão conhecidas do livro ganhando vida... realmente achei um trabalho tão bem feito. E a mesma emoção que senti lendo, a mesma sensação gostosa me veio enquanto a história no filme se desenrolava. Eu sei lá, mas talvez se eu tivesse vendo o filme em casa não teria sentido a mesma mágica que foi indo ver no cinema. Diferente da maioria das pessoas eu não vou ao cinema só por ir, só por ser um entretenimento. Eu sou bem seletiva com os filmes, e gosto de ir assistir a temas que vão me fazer sair de lá diferente do que entrei, por isso talvez seja melhor ir sozinha sou meio sistemática com certas coisas. Sei que teve uma cena, em que não acontecia nada demais, se não me engano era na casa do aviador, nessa cena eu reparei que no cenário entrava um raio de luz pela janela da casa e nele haviam uns pontinhos de poeira que brilhavam... um detalhe simples mas que me arrancou lágrimas. Quando eu era criança eu via a mesma cena no quarto do meu irmão, e ficava estasiada quando o raio de luz entrava e transformava o pó em pequenas estrelas, minha imaginação construía todo um mundo mágico a partir dessa imagem. Fui ali presenteada por uma coisa que eu nem lembrava que me fazia tão bem. Ao notar isso no filme e ver que tiveram a sensibilidade de pensar até mesmo nesses mínimos detalhes eu não tive como me conter, eu sorria e chorava ao mesmo tempo, era como se a Aline criança estivesse sentada ali do meu lado apertando a minha mão. Por ter me emocionado tanto com diversos aspectos do filme fica até difícil fazer uma critica mais apurada, pois acabou sendo muito mais significativo pra mim do que eu poderia imaginar. Talvez pras outras pessoas o filme não se mostre muito fiel, não sei, mas eu achei o trabalho que fizeram impecável. Eu fico arrepiada aqui só de lembrar rsrs Eu fui sozinha e voltei acompanhada de vários sentimentos bons que pareciam ter adormecido e que agora despertaram de novo. Espero que esse efeito se mantenha vivo assim como minha criança interior.
Pra foto de hoje escolhi a ilustração que mais gosto do livro, dos Baobás. Eu esqueci a câmera em casa e ai não pude tirar a foto do poster do cinema, mas tudo bem. O que realmente importa foi devidamente registrado.      

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