quinta-feira, 27 de agosto de 2015

27.08.2015 - Ensaio sobre a cegueira

"Se não disseres nada compreenderei melhor".

"Calemo-nos todos, há ocasiões em que as palavras não servem pra nada, quem me dera a mim poder também chorar, dizer tudo com lágrimas, não ter de falar para ser entendida".

"A cegueira também é isso, viver num mundo onde se tenha acabado a esperança".

"... para poder chegar aonde se quer, tudo depende de onde esteja".


Eis a minha leitura atual. Ensaio sobre a cegueira não se mostrou um livro fácil. Os diálogos perdidos entre a narrativa, os personagens sem nome, e o contexto caótico são uma mistura bastante perturbadora. Confesso que estou demorando mais do que eu gostaria nesse livro, já que não estou lendo com a frequência em que estou habituada. Mas reconheço que foi uma bela indicação. Por sorte não cheguei a ver o filme, que pretendo ver assim que terminar o livro. A realidade caótica volta a me surpreender. Depois de ler Admirável mundo novo e A máquina do tempo creio que não poderia ter deixado de ler Ensaio sobre a cegueira. Acabo por novamente me deparar com um cenário caótico onde as pessoas se condicionam as piores condições, onde elas próprias constroem seu inferno. Eu acabei gostando de leituras do gênero, por mais repugnante que seja em certos momentos, sempre me surpreendo com a capacidade humana de tentar resolver os problemas e acabar por piorá-los. Acho realmente impressionante que por mais fantasioso ou pessimista que seja o cenário a verdade ali exposta consegue ser perturbadora por ser bem próxima da nossa realidade.
Na minha visão cegos também são aqueles que se negam a ver nos livros a oportunidade de desbravar grandes histórias.   

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